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Reforma na Lei de Cotas é sancionada e impacta o SISU em 2024

Com a atualização, a Lei de Cotas aumenta o número de beneficiados por ações afirmativas

Por Samara Izidoro e Thais Felgueiras(*)

Entrou em vigor a Lei 14.723/23, que atualiza a Lei de Cotas, uma das principais ações afirmativas do governo, no ensino federal superior e técnico de nível médio. A medida, que prevê a reserva de vagas para estudantes que estudaram o Ensino Médio em escolas públicas, pessoas negras e pessoas com deficiência, se torna mais inclusiva com a mudança.

Entre as alterações que a nova legislação prevê, está a redução na renda familiar máxima para reservas de vagas. A revisão da lei implica na redução do limite de renda familiar para cotistas na modalidade socioeconômica. Antes, o valor máximo permitido era de um salário mínimo e meio por pessoa. Com as novas diretrizes, a renda máxima foi ajustada para um salário por pessoa, atualmente em R$1.320.

COMO ERA (LEI DE COTAS)COMO FICOU (LEI DE COTAS)
até 1,5 salário mínimo por pessoa = R$ 1.980,00até 1 salário mínimo por pessoa = R$ 1.320,00

Ampla concorrência primeiro, reserva de vagas depois

Com a atualização da lei, os cotistas passam a concorrer também pelas vagas na ampla concorrência, aumentando as chances de ingresso dos cotistas nas universidades e institutos. Antes, a ampla concorrência abrangia apenas as pessoas que não estavam qualificadas para concorrer às oportunidades de ações afirmativas. Nesse modelo, os concorrentes cotistas aplicavam as notas a uma reserva limitada de vagas específica para as cotas. A partir de 2024, as notas dos cotistas serão observadas na ampla concorrência e, posteriormente, aqueles que não possuírem nota para aprovação nas vagas gerais serão direcionados para as reservas de vagas para cotas.  

A lei, antes destinada a pessoas pretas, pardas, indígenas e pessoas com deficiência na reserva de vagas, se torna mais inclusiva ao abranger estudantes quilombolas como beneficiários das cotas.

Leia Mais:

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O que mais foi alterado com as novas diretrizes

Outras mudanças incluem o estabelecimento de prioridade para os cotistas no recebimento do auxílio estudantil, bem como a extensão das políticas afirmativas de inclusão de estudantes quilombolas como beneficiários das cotas para a pós-graduação. 

O texto foi sancionado no dia 14 de novembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança já será aplicada a partir da próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que ocorrerá em janeiro de 2024. Além das alterações, a atualização prevê uma avaliação a cada dez anos e um monitoramento anual para a lei.

Com o novo texto, mais órgãos assumem a responsabilidade pelo acompanhamento da política de cotas, incluindo o Ministério da Educação, o Ministério da Igualdade Racial, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Ministério dos Povos Indígenas e a Secretaria-Geral da Presidência da República.

”A lei de cotas veio mudar o perfil étnico da universidade e fazer a promoção de igualdade de oportunidades.Essa lei só vem tornar mais forte esse grande movimento de ocupação e de representação das universidades que vêm ocorrendo desde que a lei foi sancionada em 2012.”

Denise Goes, Superintendente Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade.



De acordo com dados do Censo da Educação Superior, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 1,1 milhão de estudantes ingressaram no ensino superior público por meio da lei entre 2012 e 2022.

(*)Samara Izidoro e Thais Felgueiras são alunas do Curso de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o Maré de Notícias e o Conexão UFRJ.


Maré de Notícias recebe moção de louvor e reconhecimento da vereadora Monica Cunha

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Mais de 160 comunicadores, coletivos de mídia alternativa e produtores de conteúdo antirracistas foram reconhecidos pela mandata da vereadora

Nesta segunda-feira, 27 de novembro, a mandata da vereadora, co-fundadora do Movimento Moleque e Presidenta da Comissão de Combate ao Racismo, Monica Cunha, homenageou com uma moção de louvor e reconhecimento mais de 160 iniciativas de comunicação e produção de conteúdo antirracista. A cerimônia aconteceu na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O Maré de Notícias foi um dos veículos homenageados, devido ao trabalho de jornalismo comunitário realizado no Conjunto de Favelas da Maré.

Monica Cunha, que iniciou sua militância por ter sido mãe de uma vítima da violência do estado, destacou durante a fala de abertura da cerimônia, a importância dos comunicadores independentes e comunitários antirracistas na defesa de direitos. E relembrou a importância desses movimentos no início de seu ativismo.

“Quem vive em favelas e na periferia sabe o quanto a comunicação alternativa é de suprema importância para a sobrevivência. Muitas vezes, são essas mídias que acabam por pautar aquilo que nem o poder público nem os meios de comunicação tradicionais querem expor. Portanto, são veículos e comunicadores que fazem a justa luta antirracista em nossa cidade”. O trecho foi publicado nos perfis das redes sociais da vereadora, em divulgação da cerimônia de homenagens.

“Comunicação antirracista é a única forma de fazer jornalismo”, destacou Tiago Rogero, idealizador e apresentador do Projero Querino, que venceu a 45ª edição do Prêmio Vladmir Herzog (2023), em produção jornalística em áudio. Tiago foi um dos integrantes da mesa que compôs a abertura de entrega das moções, junto com Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades, a vereadora Monica Cunha, Xico Teixeira, da ABI, Fatima Lima, doutora e professora, Claudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Gizele Martins, jornalista e militante dos direitos humanos e Paulo Vannuchi, presidente da Rede TVT.

“Denunciar quando é importante denunciar mas mostrar que as favelas não é só lugar de dor, mas de muita potência”, também comentou Tiago.

Raphael Vicente, criador de conteúdo digital, Kamilla Camillo, fotógrafa, Cadu Barcelos, cineasta (em memória), Naldinho Lourenço, fotógrafo e comunicador popular; foram uns dos nomes mareenses homenageados. Pelo Maré de Notícias, a jornalista, comunicadora popular e coordenadora do projeto, Jéssica Pires, recebeu a moção e homenagem em nome de toda a equipe do jornal.

Jéssica Pires, coordenadora do Maré de Notícias, recebe moção da vereadora.

Novembro Azul: a saúde do homem como um todo

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Campanha de conscientização e prevenção ao câncer de próstata acontece em novembro mas precisa perdurar durante todo o ano

Ana Lourdes(*) e Hélio Euclides

O mês de novembro vai chegando ao fim, mas está errado quem pensa que o olhar para a saúde do homem se encerra ao chegar em dezembro. Apesar da campanha Novembro Azul ter como carro chefe a prevenção, diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata, o desafio é conseguir manter a campanha a fim de que mais homens possam ir para uma unidade de saúde para um check-up, tendo posteriormente uma rotina de cuidados para o seu bem-estar.

A famosa campanha do “Novembro Azul” foi criada na Austrália em 2003. Oito anos depois, em 2011, o Instituto Lado a Lado pela Vida aderiu à campanha, trazendo-a para o Brasil. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aproveitaram o destaque para o tema e realizaram ações que ajudaram a difundir o movimento no país. Hoje, centros de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem serviços especializados para o câncer de próstata no mês de novembro.


Segundo dados do INCA, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum na população masculina. Também está em segundo lugar na lista de causas de óbitos por câncer entre os homens. Esses índices evidenciam a necessidade de alertar a população sobre a doença, prevenção e tratamento. Estimam-se 71.730 novos casos por ano, uma média de aproximadamente 103 casos a cada 100 mil habitantes, entre 2023 e 2025.

Leia Mais:

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Origem do Novembro Azul

Novembro Azul é mais do que uma campanha de conscientização sobre o câncer de próstata, é um chamado à reflexão sobre a saúde global do homem. Isso é o que defende Thiago Wendel, coordenador geral de atenção primária da Área Programática 3.1, que inclui as sete unidades de saúde da Maré.

“Embora o câncer de próstata seja uma preocupação significativa, é importante lembrar que as doenças cardíacas, diabetes e as violências matam milhares de homens em nosso país. É super importante que o homem procure sua unidade de referência, conheça sua equipe de saúde da família e cuide do bem mais precioso que temos, nossa vida.”

Thiago Wendel, coordenador geral de atenção primária da Área Programática 3.1

Vitor Moreira e Pedro Cruz posam durante o trabalho na Clínica da Família Augusto Boal. Foto:Hélio Euclides

A saúde do homem do azul ao vermelho

Vitor Moreira, gerente da Clínica da Família Augusto Boal, lembra que o Novembro Azul é uma porta de entrada para uma conversa. “Muitas vezes o que o homem está sentindo é uma questão psicológica pelo peso da masculinidade, algo que é cobrado pela sociedade, como a demanda financeira. São assuntos que são vivenciados de forma diferente pela mulher”, expõe. 

Para muitos, tempo é dinheiro, mas, se em meio a vida corrida há momentos para tomar uma cervejinha no bar, por que ir a uma consulta é algo secundário? Para Pedro Cruz, médico clínico geral da Clínica da Família Augusto Boal, localizada no antigo SESI, em frente ao Morro do Timbau, a questão é cultural.

“Na maioria das vezes o homem não vem à unidade pela sensação que não sofre de doença, uma negação. Tem sempre alguém que traz o homem, na maioria das vezes a companheira. A mulher é a porta de entrada desse homem nas consultas. Essa questão da masculinidade, de precisar mostrar a sociedade força, acaba revelando um pensamento arcaico, que não tem tempo para cuidar da saúde por causa do trabalho.”

Pedro Cruz, médico clínico geral da Clínica da Família Augusto Boal

A campanha Novembro Azul é acompanhada de outras estratégias para levar o homem ao acompanhamento da saúde, como a Academia Carioca e os Grupos Cotidianos, projetos voltados para a terceira idade. “É preciso trazer o homem para dentro da clínica, um jeito é o pré-natal com a presença do parceiro para o acolhimento da família. Um trabalho de formiguinha para que ele adira ao tratamento como hipertensão ou diabetes. É necessário que ele tenha confiança e possa criar um vínculo com a clínica”, diz. 

O médico ressalta que os homens necessitam de ajuda, pois sentem algum sintoma de doença, mas não sabem como proceder. “Precisamos entender esse paciente e mostrar a importância da prevenção. O Novembro Azul está vinculado ao câncer de próstata, sendo mais do que isso, é uma luz piscando para mostrar que estamos atuando não só nesses 30 dias, mas que devemos cuidar da saúde mental e social do homem durante todo o ano”, conclui.  

*Ana Lourdes é aluna do Curso de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o Maré de Notícias e o Conexão UFRJ.

14ª Parada do Orgulho LGBT será realizada neste domingo (27)

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Programação conta com apresentação do Espetáculo Noite das Estrelas 


A 14ª Parada do Orgulho LGBT da Maré acontece no próximo domingo (26), a partir das 12h. O espetáculo Noite das Estrelas integra a programação com apresentação durante o trajeto, que será iniciado na Nova Holanda, e segue até o Parque União. A concentração da parada será no ponto dos mototaxistas da Rua Teixeira Ribeiro. O evento conta com apresentações artísticas, pagode, samba, performances e música.

Realizado há mais de 10 anos pelo Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas, o evento se propõe a informar e reafirmar a luta pela garantia, promoção e ampliação das políticas públicas de direitos humanos, saúde, educação, empregabilidade e segurança pública para a população LGBTQI que vive nas favelas da Maré.

O espetáculo Noite das Estrelas, que teve sua primeira temporada em uma ocupação das ruas da Maré neste ano, é uma performance teatral de shows LGBTQIA da Maré que nasceram na década de 80 e que permanece viva até hoje.

O grande encontro da Parada do Orgulho, que é uma verdadeira mobilização de direitos para a população LGBT da Maré, será encerrado com show do Grupo de Pagode Fundamental, apresentação de artistas LGBT+ da Maré, Desfile de Moda e DJ Iasmin Turbininha.

Raphael Vicente e Bianca Andrade lançam concurso para decoração de Natal para casas na Maré

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O Concurso “Decora Maré” irá premiar em dinheiro as 5 casas mais bem decoradas do conjunto de favelas

Raphael Vicente e Bianca Andrade, mareenses, influenciadores e produtores de conteúdo digital, lançaram nesta quinta-feira, 23, com a publicação de um vídeo, um concurso que irá premiar em dinheiro as cinco casas mais bem decoradas para o Natal na Maré. 

A participação pode ser feita a partir da inscrição da casa em um formulário online. A equipe de produção dos influenciadores irá visitar as casas inscritas nos dias 10 e 11 de dezembro para checagem. Os critérios de seleção das casas será a criatividade, o uso de materiais recicláveis e a estética. 

As 20 melhores casas decoradas e pré-selecionadas pela equipe de Raphael e Bianca irão para a final e as 5 vencedoras serão escolhidas pelo público em uma votação online. A entrega dos prêmios será feita pessoalmente pelos influenciadores no dia 16 de dezembro e o anúncio das vencedoras será feito no dia 17 de dezembro nas redes sociais de Raphael e Bianca.  

Premiações

1º Lugar: R$5 mil

2º Lugar: R$4 mil 

3º Lugar: R$3 mil

4º Lugar: R$2 mil

5º Lugar: R$1 mil

Raphael Vicente compartilhou em suas redes sociais um pouco da expectativa com o concurso “esperamos que esse projeto sirva de inspiração pra outras comunidades, que chegue até outras e incentive, seja espalhada. A gente pensou com muito carinho pra vocês” e também agradeceu a parceria de Bianca ao apostar e apoiar na ideia. Prêmios extras (cestas de Natal e kits Bianca Andrade) também serão entregues para mais cinco casas.

Diagnóstico sobre Ilhas de Calor e Qualidade do Ar nas 16 Favelas da Maré é lançado nesta sexta-feira (24)

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Diagnóstico sobre Ilhas de Calor e Qualidade do Ar nas 16 Favelas da Maré foi produzido pelo Respira Maré, projeto da Redes da Maré, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (ICS)

O Diagnóstico sobre Ilhas de Calor e Qualidade do Ar nas 16 Favelas da Maré será lançado nesta sexta-feira (24), as 14h, no Espaço Normal, equipamento da Redes da Maré, localizado na Rua 17 de Fevereiro, nº 237, Parque Maré. Cinco agentes ambientais do projeto coletaram dados entre março e setembro que identificam as áreas mais quentes da Maré, assim como aquelas que apresentam maiores índices de poluição.

Todo o diagnóstico foi apoiado pelo Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da UFRJ.

Mas o que é uma Ilha de Calor?

A ilha de calor é um fenômeno em que certas áreas dentro de uma cidade se tornam mais quentes do que as áreas vizinhas, devido a fatores locais, como a concentração de asfalto e outros materiais que absorvem calor, edificações e falta de arborização. Uma ilha de calor pode tornar o clima mais quente e desconfortável. Isso leva as pessoas usarem mais ar condicionado e ventiladores, podendo, por exemplo, sobrecarregar a rede de energia elétrica.

De acordo com o diagnóstico, as principais ilhas de calor na Maré estão localizadas na região da Nova Maré (28,3ºC), Baixa do Sapateiro (28,2ºC) e Conjunto Bento Ribeiro Dantas (28ºC).

Além da pesquisa, também será apresentada a “Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas”, produzida pela WayCarbon, assessoria sobre mudanças globais do clima, parceira da Redes da Maré, que avaliou três fenômenos climáticos que colocam em risco o território da Maré: ondas de calor, inundações e aumento do nível do mar.

Estão na programação, que vai até as 18h, a apresentação e reflexões das análises de risco e vulnerabilidades diagnosticadas pelo estudo e também diálogos com a participação de Tainá de Paula, Secretária de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, Rodolfo Baêsso Moura, Diretor do Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco da Secretaria Nacional de Periferias, Renata Gracie, Pesquisadora do Laboratório de Informação em Saúde do Icict/Fiocruz além de representantes do Instituto Clima e Sociedade e do eixo Direitos Urbanos e Socioambientais e Direito à Saúde, da Redes da Maré, que acompanharam toda a produção dos diagnósticos.

O objetivo da produção do diagnóstico e evento de lançamento é visibilizar os problemas ambientais do território da Maré e chamar atenção do poder público para proposições coletivas de ações e soluções para o território nesse contexto. 

O diagnóstico está disponível no site da Redes da Maré.