Home Blog Page 74

Wow debate masculinidades

0

O segundo dia do Festival Mulheres do Mundo na sala do segundo andar do Museu de Artes do Rio, trouxe reflexões críticas sobre as masculinidades ante o machismo

Com o título “E Os Homens, Tão Falando De Quê?”, a mesa reuniu Thuani Queiroz, pesquisadora e antropóloga, Henrique Restier, doutor em Sociologia, Rosemary Peres, psicóloga e pesquisadora e na mediação, Kelly Santos, mãe de Gael, pesquisadora de moda, masculinidades negras e Educação Social.

A reflexão levantou desafios, estratégias e práticas que precisam ser enfrentados por homens que desejam pensar a masculinidade de maneira crítica. “É preciso dar visibilidade para a pluralidade, mas com estratégias das palavras, para que as pessoas que não tenham diploma possam entender. “A conversa foi a oportunidade de cruzar três áreas, a Sociologia, Antropologia e a Psicologia. São três lugares de perspectiva introdutória de tão complexo o caminho para a masculinidade ante o machismo”, comenta Thuani Queiroz.

Além de ser o único homem da mesa, Henrique Restier, chamava atenção pela mensagem de sua camisa, onde se lia: “Lute como um homem negro”, seguido da menção de diversas personalidades negras, como Abdias Nascimento, André Rebouças, Dragão do Mar, Guerreiro Ramos, João Cândido, Lima Barreto, Luiz Gama e Zumbi dos Palmares.

“Precisamos de uma literatura sobre masculinidade plural no individual e não só no grupo. Essa conversa mostra que é importante a interlocução voltada para a mulher tendo a interlocução com os homens, isso é fundamental. Tópicos da masculinidade que é preciso no homem é a saúde e a socialização.”

Henrique Restier, doutor em Sociologia


O encontro trouxe saberes e conhecimentos. “Foi uma experiência rica, cada um no seu lugar, com a sua temática,” destacou Rosemary Peres.

Leia Mais:

Festival WOW: Brasil é o quarto país com maior número de casamento infantil no mundo

WOW traz discussão sobre as mulheres no audiovisual

Festival WOW traz debates sobre violência pelo olhar feminino

A mediadora Kelly Santos acredita que o tema foi desafiador. “É sempre um desafio falar de masculinidade. No Festival WOW, o tema não foi para trazer o lugar da humanização de homem, mas responsabilizá-lo pela questão. Mostrar que ele está envolvido e também perto de soluções, ou seja, é abusador e vítima.”

O prazer ainda um tabu?

A segunda mesa, que ocorreu no mesmo espaço, teve como tema Sexualidade e Prazer na Velhice, e contou com Numa Ciro, artista e psicanalista, Helena Theodoro, doutora em Direito e professora, Sônia Hirsch, escritora e pesquisadora, com mediação de Edmeire Exaltação, socióloga e diretora-executiva da Casa das Pretas.

“A mulher é vista sempre como cuidadora e quando tem um cargo, aí a sociedade consegue vê-la como um ‘homem’. A sociedade se choca quando falo que eu gosto de transar, aos 80 anos de vida. Querem que na velhice nos ocultemos, que tenhamos comichão apenas na alma. Não podemos ter um homem mais novo, mas quando é ao contrário ele é um garanhão. Precisamos pensar como a Chiquinha Gonzaga, não somos velhos e sim somos jovens há mais tempo.”

Helena Theodoro, doutora em Direito

As relações entre envelhecimento e sexo tiverem vez no festival. “A morte é ligada a terceira idade, quando a mulher para de ovular”, diz Numa Ciro.

Foi uma conversa aberta em torno de representações, estigmas, prazeres e manifestações da sexualidade entre pessoas idosas. “Mulher não fala da sexualidade, fica presa. O envelhecimento é o momento de resgatar isso. Precisamos transar até morrer”, destaca Sônia Hirsch.

Ao final todas concordaram que o ideal é olhar para frente e saber que o importante é saber que estão vivas. Afirmaram que a menopausa não é a interrupção da vida sexual e do prazer.

Quem não puder estar em todas as atividades, terá a oportunidade de assistir a nove debates do evento que serão transmitidos pelo YouTube do Canal Futura. São eles:

Dia 27/10/2023

Violência e Segurança Pública – Das 14h às 15h30

Assa Traoré (França) – Ativista e Líder do Comitê da Verdade e Justiça para Adama

Buba Aguiar- Socióloga, Ativista e Militante do Coletivo Fala Akari

Liliane Santos- Assistente Social e Coordenadora do Projeto Maré de Direitos

Bruna Da Silva – Movimento Mães da Maré

Ivanir Mendes – Membro da Rede Comunidade e Movimento Contra a Violência

Mediação: Cecília Olliveira – Jornalista Especializada em Segurança Pública

Feminismos Locais – das 16h às 17h30

Fátima Ouassak (França) – Cientista Política e Cofundadora da Frente das Mães

María Galindo (Bolívia) – Militante Anarcofeminista, Psicóloga e Comunicadora

Mikki Kendall (EUA) – Escritora, Ativista e Crítica Cultural

Mediação: Andreza Jorge – Ativista, Professora e Escritora

Escrever o amor e o afeto – das 18h às 20h

Anelis Assumpção – Cantora, Compositora e Diretora do Museu Itamar Assumpção

Conceição Evaristo – Escritora e Doutora em Literatura Comparada.

Mediação: Obirin Odara – Mestra em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya

Dia 28/10/2023

Mulheres na Política – Das 14h às 15h30

Benedita da Silva- Deputada Federal

Dani Balbi- Deputada Estadual – RJ

Islandia Bezerra – Diretora de Diálogos Sociais

Marina do MST – Deputada Estadual – RJ

Mediação: Juliana Marques – Cofundadora do Movimento Mulheres Negras Decidem

Teorias sobre nós – das 16h às 17h30

Denise Carrascosa – Pesquisadora e Professora da UFBA

Letícia Carolina Nascimento – Pedagoga e Professora da UFPI

Anahí Guedes – Antropóloga e Pesquisadora

Heloísa Starling- Historiadora e Professora da UFMG

Mediação: Érica Peçanha – Antropóloga e Pesquisadora

Futuro para quem? – das 18h às 20h

Lucia Xavier – Assistente Social e Coordenadora da ONG Criola

Manuella Mirella – Presidente da UNE e Ativista da Educação

Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial

Mediação: Rayanne Soares – Mobilizadora Territorial e Assessora Parlamentar

Dia 29/10/2023

Saúde, Território e Gênero: repertórios a partir da pandemia – Das 14h às 15h30

Débora Silva – Gestora da ONG Sim! Eu Sou Do Meio

Gláucia Marinho – Coordenadora da ONG Justiça Global

Rosana Beatriz – Coordenadora da Associação Cultural Lanchonete Lanchonete

Pamella Liz – Cientista Social e Sanitarista

Mediação: Pâmela Carvalho – Educadora e Coordenadora da Redes da Maré

Gênero e Justiça Ambiental – das 16h às 17h30

Cristiane Faustino – Ambientalista e Presidente da ONG Justiça Global

Eliana Karajá – Presidente da Associação Indígena do Vale Araguaia

Marina Marçal – Advogada e Pesquisadora em Política Climática

Selma Dealdina – Assistente Social e Secretária da Conaq

Mediação: Kamila Camilo – Ativista Ambiental e Empreendedora do Instituto Oyá

Histórias do Amor e do Amar – das 18h às 20h

Amara Moira – Escritora e Doutora em Literatura pela Unicamp

Aza Njeri – Professora Doutora em Literaturas Africanas

Josephine Apraku (Alemanha) – Professore de Estudos Africanos

Obirin Odara – Mestra Em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya

Mediação: Camila Marins – Jornalista e Editora da Revista Brejeiras

Alcione se apresenta no terceiro dia do Festival WOW, confira a programação do evento

O terceiro dia do evento debate também comunicação com jornalistas e conversa sobre justiça com a diretora da Anistia Internacional Brasil

Você ainda não foi para o Festival WOW? Pois corre, que este domingo (29) é o último dia para aproveitar esse grande encontro de potências femininas! E tem programação para toda a família. Além de atividades inéditas, marcar presença no festival garante a apreciação da bela vista do Museu do Amanhã, comprinhas na Feira Delas, e um show gratuito da Alcione, que encerra os três dias do festival.

Marrom se apresenta no palco montado na Praça Mauá no fim da noite. Também sobem ao palco a cantora Kaê Guajajara, Dj Tammy e Larissa Luz. Mas antes do show, na programação do dia tem muita coisa boa prevista.

Confira a programação completa do terceiro dia do WOW Festival.

A partir das 9h já dá para chegar na Praça Mauá e participar de um treino com a jornalista Carol Barcellos com as Destemidas. Destemidas é um projeto da organização Luta Pela Paz, voltado para meninas e jovens das 16 favelas da Maré.

Para a criançada, nos Pilotis do Museu de Arte do Rio (MAR), às 12h30, tem a contação de “História Odara Itan” com o Coletivo de Artistas Negres Kekere Infâncias. É no MAR que acontece também a conversa “Experiências de famílias inter-raciais” às 14h.

Leia mais:

Festival WOW: Brasil é o quarto país com maior número de casamento infantil no mundo

WOW traz discussão sobre as mulheres no audiovisual

Festival WOW traz debates sobre violência pelo olhar feminino

O MAR também será o ponto do “Encontro de Mães” com representantes de coletivos de mães que lutam pelos direitos dos seus filhos, uma troca de experiências sobre estratégias para conseguir visibilidade para as suas causas. Em seguida, às 16h, tem um encontro com as jornalistas dedicadas à defesa da democracia, com mediação de Daiene Mendes. No evento também acontecem conversas sobre justiça reprodutiva e diversas apresentações culturais.

No observatório do Museu do Amanhã, às 10h30, Jurema Werneck, fundadora da ONG Criola e diretora da Anistia Internacional Brasil, participa de uma roda de conversa com Ana Maria Cruz, professora e mãe de Pedro Henrique Santos Cruz assassinado por policiais na cidade de Tucano(BA) em 2008. Homem negro e ativista pelos Direitos Humanos, Pedro teve sua casa invadida por policiais, enquanto dormia
com sua namorada. A mediação é de Jéssica Pires, coordenadora do Maré de Notícias.

Mesas do auditório tem transmissão na Canal Futura

Algumas mesas do auditório estão sendo transmitidas no Youtube do Canal Futura. São três mesas por dia confira as transmissões de hoje:

Dia 29/10/2023 

Saúde, Território e Gênero: repertórios a partir da pandemia – Das 14h às 15h30 

Débora Silva – Gestora da ONG Sim! Eu Sou Do Meio 

Gláucia Marinho – Coordenadora da ONG Justiça Global 

Rosana Beatriz – Coordenadora da Associação Cultural Lanchonete Lanchonete 

Pamella Liz – Cientista Social e Sanitarista 

Mediação: Pâmela Carvalho – Educadora e Coordenadora da Redes da Maré 

Gênero e Justiça Ambiental – das 16h às 17h30 

Cristiane Faustino – Ambientalista e Presidente da ONG Justiça Global 

Eliana Karajá – Presidente da Associação Indígena do Vale Araguaia 

Marina Marçal – Advogada e Pesquisadora em Política Climática 

Selma Dealdina – Assistente Social e Secretária da Conaq 

Mediação: Kamila Camilo – Ativista Ambiental e Empreendedora do Instituto Oyá 

Histórias do Amor e do Amar – das 18h às 20h 

Amara Moira – Escritora e Doutora em Literatura pela Unicamp 

Aza Njeri – Professora Doutora em Literaturas Africanas 

Josephine Apraku (Alemanha) – Professore de Estudos Africanos 

Obirin Odara – Mestra Em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya 

Mediação: Camila Marins – Jornalista e Editora da Revista Brejeiras.

O Maré de Notícias está acompanhando o Festival WOW e você fica por dentro de tudo por aqui e também nas redes sociais.

Festival WOW: Brasil é o quarto país com maior número de casamento infantil no mundo

Conversas do Festival WOW refletem estratégias para romper os ciclos da violência

Debater a sexualidade com crianças é uma forma de protegê-las e não debater pode ser uma violência. Os debates das mesas “Violência Sexual e Hipersexualização da infância” e “Rompendo ciclos de violência” mostraram como a violência reflete na sociedade a reprodução e oportunidades de mudanças.

Entender as formas de violência é o primeiro passo para romper o ciclo e não criar agressões. As rodas de conversa fazem parte da programação do segundo dia do Festival WOW Mulheres do Mundo que acontece na Praça Mauá nos dias 26,27 e 28 de outubro.

Um tema em comum nas duas rodas de conversa foi a sexualidade. A primeira mesa abordou a proteção de pessoas LGBTs, com a presença da conselheira tutelar Patrícia Felix, que trouxe dados sobre casamento infantil – o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em casamentos infantis segundo a pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a infância (Unicef).

Leia também:

Festival WOW traz debates sobre violência pelo olhar feminino

Experiências de vida compartilhadas na Praça Mauá no WOW Rio

A segunda trouxe um relato emocionante da jornalista e professora Sara York. “Eu fui expulsa de casa aos 12 anos, minha mãe me queimava com um cigarro que ela fumava, eu tenho marcas nas mãos e no quadril, mas quando eu saia de casa eu não chorava, eu sorria porque eu tinha vergonha que me vissem chorando.” Sara York é a primeira mulher trans a ser âncora de um telejornal na TV Brasil 247.

Segunda mesa no festival WOW (Foto: Gabi Lino / Maré de Notícias)

Ela conta que quando foi expulsa de casa encontrou acolhimento em uma praça com travestis e entre lágrimas de emoção destacou “foram as melhores mães que eu poderia ter”. A formação de rede de apoio é uma ferramenta importante para a criação de espaços de acolhimento necessários na infância e adolescência.

A psicanalista Ilana Katz, explica que o silenciamento das crianças também é uma forma de violência e que o efeito disso é de responsabilidade social. Ilana explica que um reflexo do silenciamento no adulto é o aumento da capacidade de se colocar em situações de submetimento. “E não apenas no sentido sexual, mas na vida” , explica.

A violência psicológica costuma não deixar marcas visíveis mas deixa danos que precisam de um longo processo para a cura. Por isso é importante identificar de onde parte as violências, muitas vezes cometidas dentro das casas e por pessoas de confiança. É o que explica Patrícia Félix que também é advogada e psicopedagoga.

Amanhã tem mais Festival WOW! Confira a programação completa do segundo dia do evento, você também acompanha aqui pelo Maré de Notícias.

Quem não puder estar em todas as atividades, terá a oportunidade de assistir a nove debates do evento que serão transmitidos pelo YouTube do Canal Futura. São eles:

Dia 27/10/2023 

Violência e Segurança Pública – Das 14h às 15h30 

Assa Traoré (França) – Ativista e Líder do Comitê da Verdade e Justiça para Adama 

Buba Aguiar- Socióloga, Ativista e Militante do Coletivo Fala Akari 

Liliane Santos- Assistente Social e Coordenadora do Projeto Maré de Direitos 

Bruna Da Silva – Movimento Mães da Maré 

Ivanir Mendes – Membro da Rede Comunidade e Movimento Contra a Violência 

Mediação: Cecília Olliveira – Jornalista Especializada em Segurança Pública

Feminismos Locais – das 16h às 17h30 

Fátima Ouassak (França) – Cientista Política e Cofundadora da Frente das Mães 

María Galindo (Bolívia) – Militante Anarcofeminista, Psicóloga e Comunicadora 

Mikki Kendall (EUA) – Escritora, Ativista e Crítica Cultural  

Mediação: Andreza Jorge – Ativista, Professora e Escritora

Escrever o amor e o afeto – das 18h às 20h 

Anelis Assumpção – Cantora, Compositora e Diretora do Museu Itamar Assumpção  

Conceição Evaristo – Escritora e Doutora em Literatura Comparada.  

Mediação: Obirin Odara – Mestra em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya

Dia 28/10/2023 

Mulheres na Política – Das 14h às 15h30 

Benedita da Silva- Deputada Federal 

Dani Balbi- Deputada Estadual – RJ 

Islandia Bezerra – Diretora de Diálogos Sociais 

Marina do MST – Deputada Estadual – RJ 

Mediação: Juliana Marques – Cofundadora do Movimento Mulheres Negras Decidem

Teorias sobre nós – das 16h às 17h30 

Denise Carrascosa – Pesquisadora e Professora da UFBA 

Letícia Carolina Nascimento – Pedagoga e Professora da UFPI 

Anahí Guedes – Antropóloga e Pesquisadora 

Heloísa Starling- Historiadora e Professora da UFMG 

Mediação: Érica Peçanha – Antropóloga e Pesquisadora

Futuro para quem? – das 18h às 20h 

Lucia Xavier – Assistente Social e Coordenadora da ONG Criola 

Manuella Mirella – Presidente da UNE e Ativista da Educação 

Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial 

Mediação: Rayanne Soares – Mobilizadora Territorial e Assessora Parlamentar

Dia 29/10/2023 

Saúde, Território e Gênero: repertórios a partir da pandemia – Das 14h às 15h30 

Débora Silva – Gestora da ONG Sim! Eu Sou Do Meio 

Gláucia Marinho – Coordenadora da ONG Justiça Global 

Rosana Beatriz – Coordenadora da Associação Cultural Lanchonete Lanchonete 

Pamella Liz – Cientista Social e Sanitarista 

Mediação: Pâmela Carvalho – Educadora e Coordenadora da Redes da Maré

Gênero e Justiça Ambiental – das 16h às 17h30 

Cristiane Faustino – Ambientalista e Presidente da ONG Justiça Global 

Eliana Karajá – Presidente da Associação Indígena do Vale Araguaia 

Marina Marçal – Advogada e Pesquisadora em Política Climática 

Selma Dealdina – Assistente Social e Secretária da Conaq 

Mediação: Kamila Camilo – Ativista Ambiental e Empreendedora do Instituto Oyá

Histórias do Amor e do Amar – das 18h às 20h 

Amara Moira – Escritora e Doutora em Literatura pela Unicamp 

Aza Njeri – Professora Doutora em Literaturas Africanas 

Josephine Apraku (Alemanha) – Professor de Estudos Africanos 

Obirin Odara – Mestra Em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya 

Mediação: Camila Marins – Jornalista e Editora da Revista Brejeiras

Experiências de vida compartilhadas na Praça Mauá no WOW Rio

Mesas de debates, rodas de conversa, compartilhamentos de experiências, oficinas, apresentações culturais e shows animam a Praça Mauá no Rio. É o Festival Mulheres do Mundo que acontece até domingo no Rio.

O momento é de mostrar a construção de experiências de mulheres. No Festival Mulheres do Mundo, a mesa Vidas em Conexão: Experimentar, que ocorreu no Mezanino, do Museu do Amanhã, trouxe Alexandra Roque, ambientalista, Helena Theodoro, professora e escritora, Shirley Krenak, ativista indígena, Inara Nascimento, pesquisadora indígena, Clara Sacco Ribeiro, cofundadora e coordenadora do Data_Labe, Cris Bartis, cofundadora da plataforma Mamilos de Diálogo e Denise Dora, advogada.

No encontro elas trocaram experiências de vida, sobre saberes. A mesa trouxe mulheres que fazem do conhecimento o seu campo de cultivo e que entendem que saberes são plurais, que há muitas formas de aprender e pensar. “A dança, a comida e a ancestralidade são elementos que nos unem. A formação que os professores nos passam nos fortalece para tirar o preconceito do mundo”, detalha Cris Bartis.

A mesa propôs o diálogo para se aceitar a diferença. “É o momento de cruzar histórias e diferentes atuações. Esse encontro foi de troca, um alentar dos saberes e das diferenças”, resume Clara Sacco Ribeiro. A indígena Inara Nascimento, falou da resistência para as conquistas. “É preciso fazer a diferença. Convido a todos a saberem da vivência e assim fortalecer a luta com ânimo.”

Leia Mais:
WOW traz discussão sobre as mulheres no audiovisual – Maré de Notícias Online | Portal de notícias da Maré (mareonline.com.br)
Festival Mulheres do Mundo começa hoje (mareonline.com.br)

Dos Quilombos as aldeias

Já mesa realizada no segundo andar do Museu de Arte do Rio, intitulada Quilombos e Aldeias em Contextos Urbanos, reuniu lideranças negras e indígenas. As lideranças reunidas na conversa era Pontira Guajajara, da Aldeia Maracanã, Elizabeth Fernandes, do Quilombo da Baia Formosa e Hosania Nascimento, do Quilombo Aquilah. A mediação ficou com Thais Rosa.

A mesa mostrou espaços urbanos de encontro e proteção, que em pleno 2023 ainda precisam de lutas para a continuidade da heranças e culturas. “Sou uma mulher negra e descendente de indígenas. Vivemos num quilombo urbano em Jacarepaguá, num território que já reuniu 11 engenhos. Lutamos pela dignidade, com trabalho na saúde, na agroecologia e na cultura popular. Nosso povo só deseja mais afeto e escuta. No momento fazemos um trabalho nas escolas para mostrar que a nossa cultura não é do mal”, conta Hosania Nascimento.

Mulheres que mostram o seu papel de protagonistas nas histórias e na continuidade dos valores de suas existências. “Ainda precisamos lutar para mostra que Armação de Búzios foi formado pela nossa presença e não por Brigitte Bardot. Para isso, realizamos um turismo pedagógico, para mostrar a luta pela terra”, diz Elizabeth Fernandes.

A existência de um povo depende da soma de todos. “Por nos encontramos num contexto urbano, nos perguntam se somos indígenas de verdade. Todos nós precisamos de água e ar para vivermos, então é necessário cuidar da floresta, pois o nosso corpo é a natureza. Queriam transformar a nossa casa num estacionamento, mas os nossos ancestrais não deixaram e estamos lá. Contudo, viver na cidade não é fácil, hoje só temos dois indígenas estudando na UERJ”, lembra Potira Guajajara.

No final ambas falaram que todas carregam dentro de seus corpos os seus ancestrais, que as fortalecem para lutar pela vida de todo um povo.

Quem não puder estar em todas as atividades, terá a oportunidade de assistir a nove debates do evento que serão transmitidos pelo YouTube do Canal Futura. Eles vão acontecer de 27 a 29 de outubro, à tarde, no Auditório do Museu do Amanhã. Serão três por dia, sempre nos horários das 14h às 15h30, das 16h às 17h30 e das 18h às 20h. 

Confira abaixo a programação de cada dia:

Dia 27/10/2023 

Violência e Segurança Pública – Das 14h às 15h30 

Assa Traoré (França) – Ativista e Líder do Comitê da Verdade e Justiça para Adama 

Buba Aguiar- Socióloga, Ativista e Militante do Coletivo Fala Akari 

Liliane Santos- Assistente Social e Coordenadora do Projeto Maré de Direitos 

Bruna Da Silva – Movimento Mães da Maré 

Ivanir Mendes – Membro da Rede Comunidade e Movimento Contra a Violência 

Mediação: Cecília Olliveira – Jornalista Especializada em Segurança Pública

Feminismos Locais – das 16h às 17h30 

Fátima Ouassak (França) – Cientista Política e Cofundadora da Frente das Mães 

María Galindo (Bolívia) – Militante Anarcofeminista, Psicóloga e Comunicadora 

Mikki Kendall (EUA) – Escritora, Ativista e Crítica Cultural  

Mediação: Andreza Jorge – Ativista, Professora e Escritora

Escrever o amor e o afeto – das 18h às 20h 

Anelis Assumpção – Cantora, Compositora e Diretora do Museu Itamar Assumpção  

Conceição Evaristo – Escritora e Doutora em Literatura Comparada.  

Mediação: Obirin Odara – Mestra em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya

Dia 28/10/2023 

Mulheres na Política – Das 14h às 15h30 

Benedita da Silva- Deputada Federal 

Dani Balbi- Deputada Estadual – RJ 

Islandia Bezerra – Diretora de Diálogos Sociais 

Marina do MST – Deputada Estadual – RJ 

Mediação: Juliana Marques – Cofundadora do Movimento Mulheres Negras Decidem

Teorias sobre nós – das 16h às 17h30 

Denise Carrascosa – Pesquisadora e Professora da UFBA 

Letícia Carolina Nascimento – Pedagoga e Professora da UFPI 

Anahí Guedes – Antropóloga e Pesquisadora 

Heloísa Starling- Historiadora e Professora da UFMG 

Mediação: Érica Peçanha – Antropóloga e Pesquisadora

Futuro para quem? – das 18h às 20h 

Lucia Xavier – Assistente Social e Coordenadora da ONG Criola 

Manuella Mirella – Presidente da UNE e Ativista da Educação 

Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial 

Mediação: Rayanne Soares – Mobilizadora Territorial e Assessora Parlamentar

Dia 29/10/2023 

Saúde, Território e Gênero: repertórios a partir da pandemia – Das 14h às 15h30 

Débora Silva – Gestora da ONG Sim! Eu Sou Do Meio 

Gláucia Marinho – Coordenadora da ONG Justiça Global 

Rosana Beatriz – Coordenadora da Associação Cultural Lanchonete Lanchonete 

Pamella Liz – Cientista Social e Sanitarista 

Mediação: Pâmela Carvalho – Educadora e Coordenadora da Redes da Maré

Gênero e Justiça Ambiental – das 16h às 17h30 

Cristiane Faustino – Ambientalista e Presidente da ONG Justiça Global 

Eliana Karajá – Presidente da Associação Indígena do Vale Araguaia 

Marina Marçal – Advogada e Pesquisadora em Política Climática 

Selma Dealdina – Assistente Social e Secretária da Conaq 

Mediação: Kamila Camilo – Ativista Ambiental e Empreendedora do Instituto Oyá

Histórias do Amor e do Amar – das 18h às 20h 

Amara Moira – Escritora e Doutora em Literatura pela Unicamp 

Aza Njeri – Professora Doutora em Literaturas Africanas 

Josephine Apraku (Alemanha) – Professore de Estudos Africanos 

Obirin Odara – Mestra Em Políticas Sociais e Diretora do Studio Krya 

Mediação: Camila Marins – Jornalista e Editora da Revista Brejeiras

WOW traz discussão sobre as mulheres no audiovisual

Logo pela manhã do dia 28/10, o Festival Mulheres do Mundo, a discussão foi sobre audiovisual, estética, política, gênero e lutas

O segundo dia do Festival Mulheres do Mundo WOW começou hoje (28/10) com uma programação recheada. Logo pela manhã a discussão foi sobre audiovisual, estética, política, gênero e lutas com palestrantes internacionais como a Esra A. Aysun da Turquia; Sriya Sharbojoya de Bangladesh; Kanwal Khoosat do Pasquitão e Nhooja Ratna Tuladhar do Nepal.

No auditório do Museu do Amanhã tem muita troca no Territórios de Partilha desde às 10h30 com a mesa Especulação, Estéticas e Outros Mundos. Ás 14h o debate é sobre Mulheres na Política, com Benedita da Silva, Dani Balbi, Kelli Cristine Mafort e Marina do MST. A mediação é de Juliana Marques.

A Violência Sexual e Hipersexualização na Infância, e Os Homens Estão Falando de Quê? – mesa que aborda o que os homens pensam sobre reparação histórica de gênero – são temas das rodas de conversa que acontecem às 14h no Museu de Arte do Rio.

Leia Mais
Festival WOW trás debates sensíveis sobre violência
Festival Mulheres do Mundo começa hoje

Nos Pilotis do MAR uma “ciranda de mulheres sábias” fala sobre como as escritoras anciãs inspiram novas gerações com o Coletivo Nós, as Poetas! às 15h30. Para quem se interessa por tecnologia, a oficina Desvendo a h1Inteligência Artificial com o Preta Lab acontece às 16h no Observatório do Museu do Amanhã.

A noite ainda dá para curtir o show o Maré de Música convida apresenta muito funk, trap e Ritmo e Blues (RnB), com as cantoras Evy cria da Cidade de Deus, Kamy Mona multiartista do Complexo da Maré, Natalhão, Larinhx da MC Carol, MC Thá, Marta Supernova, Majur, Deize Tigrona.

Já viu que aqui você não vai ficar parado né? Mas se mesmo assim você não puder participar acompanhe a cobertura do Maré de Notícias aqui no site e pelas nossas redes sociais.

Quem não puder estar em todas as atividades, terá a oportunidade de assistir a nove debates do evento que serão transmitidos pelo YouTube do Canal Futura.

Confira abaixo a programação desta sexta.

Dia 28/10/2023 

Mulheres na Política – Das 14h às 15h30 

Benedita da Silva- Deputada Federal 

Dani Balbi- Deputada Estadual – RJ 

Islandia Bezerra – Diretora de Diálogos Sociais 

Marina do MST – Deputada Estadual – RJ 

Mediação: Juliana Marques – Cofundadora do Movimento Mulheres Negras Decidem

Teorias sobre nós – das 16h às 17h30 

Denise Carrascosa – Pesquisadora e Professora da UFBA 

Letícia Carolina Nascimento – Pedagoga e Professora da UFPI 

Anahí Guedes – Antropóloga e Pesquisadora 

Heloísa Starling- Historiadora e Professora da UFMG 

Mediação: Érica Peçanha – Antropóloga e Pesquisadora

Futuro para quem? – das 18h às 20h 

Lucia Xavier – Assistente Social e Coordenadora da ONG Criola 

Manuella Mirella – Presidente da UNE e Ativista da Educação 

Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial 

Mediação: Rayanne Soares – Mobilizadora Territorial e Assessora Parlamentar

Festival WOW traz debates sobre violência pelo olhar feminino

‘Um grande quilombo que se cria’ afirma Tainá Alvarenga mediadora de uma das mesas

O primeiro dia do Festival Mulheres do Mundo WOW foi um sucesso. Prova disso foram as filas que se formaram na Praça Mauá para assistir as mesas de conversas com mulheres inspiradoras como a Conceição Evaristo. Além da partilha de experiências, as conversas promovem encontros de afetos e sensibilidade.

As mesas “Violência e Segurança Pública” e “Mulheres Raça e Violência Estatal” que aconteceram no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio respectivamente, abordaram como a violência cometida pelo Estado impacta na vida das mulheres.

Leia Mais:

Confira a programação do primeiro dia do Festival Mulheres do Mundo.
Festival Mulheres do Mundo WOW acontece de 27 a 29 de outubro
Festival WOW começa nesta sexta; Saiba mais sobre a programação

A coordenadora do Eixo Direito a Segurança Pública e Acesso a Justiça da Redes da Maré, curadora do evento, Liliane Santos destacou a importância da segurança pública como direito de todos e disse se sentir grata por compartilhar com outras mulheres “majoritariamente o tema da segurança pública é dominado por homens.”

A coordenadora do Maré de Direitos, projeto que fornece atendimento sociojurídico às vitimas das operações policias na Maré, Tainá Alvarenga considerou que o festival é uma espécie de “um grande quilombo que se cria, se constrói em torno da Praça Mauá”.

Andreia MF também falou sobre a violência carcerária na mesa que aconteceu no Museu de Arte do Rio. (Foto: Gabi Lino / Maré de Notícias)

Entre os assuntos abordados durante essas duas mesas, o principal foi o impacto da violência policial na vida das mulheres. A advogada Dina Alves que presta assessoria jurídica para as Mães de Maio considerou que é importante destacar a potência dos movimentos de mães como o Mães do Cárcere e o Mães de Vítimas da Violência Armada.

As duas mesas do Festival WOW contaram com mães que lutam pela preservação da honra de seus filhos. Ivanir Mendes, mãe de Moisés Mendes de Santana, que foi assassinado no Pavão-Pavãozinho em 2017, contou que as famílias ficam com sequelas. “A gente que é mãe, ainda tem que ir para a mídia lutar pela honra dos nossos filhos.” Andreia MF revela que a força que carrega, vem do seu filho – inclusive as iniciais MF significam mãe e filho. “Filho para mim é aquele barato que a alma fala e a emoção pula.” Já Bruna Silva, mãe de Marcus Vinícius, assassinado pela polícia quando chegava na escola na Maré acrescenta, “o que me faz seguir é o amor pelo meu filho”. Marcos Vinicius que foi assassinado em 2018 indo para a escola, ainda uniformizado, Bruna ainda guarda o uniforme do filho.

A mesa “Violência e Segurança Pública” está disponível no YouTube do Canal Futura.

Amanhã tem mais Festival WOW! Confira a programação completa do segundo dia do evento, você também acompanha aqui pelo Maré de Notícias.