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Redes da Maré é premiada por trabalho inovador em saúde mental

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Prêmio Nise da Silveira é referência no âmbito da saúde através do cuidado em liberdade

A Redes da Maré recebeu no dia 17 de junho o Prêmio Nise da Silveira na categoria Movimentos Sociais. A premiação, concedida pela Câmara Municipal do Rio, reconhece a atuação da instituição no campo da saúde mental, em especial no Espaço Normal.

O Espaço Normal, equipamento da Redes da Maré, oferece um modelo de cuidado inovador, inspirado nos trabalhos da psiquiatra Nise da Silveira. O espaço prioriza metodologias de cuidado e incidência em políticas públicas e acesso à direitos para pessoas em situação de rua e usuários de álcool e outras drogas, respeitando a liberdade e a autonomia dos usuários, oferecendo um ambiente acolhedor e atividades que promovem a saúde mental.

A coordenadora do Eixo Direito à Saúde da Redes da Maré, Luna Arouca, também celebrou a premiação:

Vanda também reforça a relevância do trabalho desenvolvido na Maré: ”o espaço normal coloca a pessoa no lugar onde ela realmente deve estar, onde ela está sendo cuidada em liberdade, está sendo vista enquanto pessoa. Onde lutamos pelo direito dessas pessoas que estão em situação de rua, que estão em questão de saúde mental. Assim como Nise da Silveira fez o seu trabalho há muito tempo atrás, o espaço normal segue a linha do cuidado e liberdade, deixando as pessoas sonharem e viverem da maneira com qual elas querem”, diz.

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O prêmio reforça a importância da atuação da Redes da Maré em um momento em que o debate sobre a saúde mental está cada vez mais presente na sociedade. A honraria é um reconhecimento ao trabalho de humanização de todos os indivíduos do território, baseado na liberdade e na inclusão social. Além de fomentar a Redes da Maré e seus profissionais, a permanecerem na luta por um futuro onde a saúde mental seja um direito de todos.

Seminário promove debate sobre participação feminina no esporte

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Evento acontece no mês de abertura dos Jogos Olímpicos no próximo dia 11, na Casa G20, Rio de Janeiro

No mês em que se iniciam os Jogos Olímpicos, o III Seminário Mulheres no Esporte traz como tema desta edição “Mulheres da Luta” e visa ampliar o espaço de discussão e compartilhamento de experiências com foco na inclusão de meninas e mulheres no esporte.

“Se pensarmos nas lutas femininas travadas historicamente por direitos, concluímos que ser mulher é uma luta constante. No meio esportivo não é diferente. Como um espelho de nossa sociedade, a prática esportiva ainda é vista como atividade marcadamente masculina, onde as mulheres que se destacam superam muito mais do que os limites de seus corpos ou de adversárias, transpondo também barreiras em busca da igualdade de gênero. Por isso, no III Seminário Mulheres no Esporte, a Luta pela Paz irá lançar a campanha “Mulheres da Luta”, promovendo o protagonismo feminino em todos os setores do esporte, em todas as modalidades e funções”, relata Gabriela Peixinho, Diretora de Operações da Luta pela Paz.

O evento será realizado no dia 11 de julho, na Casa G20, e espera um público de 150 pessoas. Gestores públicos e de organizações sociais, atletas e especialistas vão discutir questões vitais relacionadas ao papel das mulheres no espaço esportivo.

A jornalista Carol Barcellos, co-fundadora do projeto Destemidas, que é realizado em parceria com a Luta Pela Paz, será a mestre de cerimônia do evento. Ao longo do dia serão promovidas mesas temáticas, espaços de vivências e discussão sobre a ampliação do acesso ao esporte por meninas e mulheres.

Entre as participantes confirmadas estão Fabi Alvim, ex-jogadora de voleibol brasileira, bicampeã olímpica; Raissa Machado, Atleta brasileira de atletismo, e Naiara Xavier, atleta brasileira de breaking, do Time Petrobras; Taciana Pinto, Supervisora de Desenvolvimento Esportivo e Mulher no Esporte Gerente do Comitê Olímpico Brasileiro e Isania Cruvinel Sanchez, Diretora de Programas e Políticas de Incentivo ao Esporte do Ministério dos Esportes.

A iniciativa é uma ação do projeto Maré Unida, realizado pela Luta pela Paz com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, através da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Rio de Janeiro, via Secretaria de Esporte e Lazer. O seminário conta também com apoio da Secretaria de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro, da Casa G20 e Embaixada Cultural.

Vazamento deixa moradores da Maré sem água

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Águas do Rio informa que previsão é que o serviço de reparo seja concluído nesta quinta-feira

Desde a última segunda-feira (8) moradores da Baixa do Sapateiro, Parque Maré, Nova Holanda, Rubens Vaz e Parque União relatam falta d’água em suas casas. Segundo comunicado da Águas do Rio, o problema no serviço de abastecimento se dá pela realização de um reparo no vazamento em um tubo de quase dois metros de diâmetro, localizado na altura de Manguinhos. Em consequência, diversos bairros do município foram afetados, bem como os arredores de Bonsucesso, Higienópolis, Ilha do Governador, Jacarezinho, Jacaré, Manguinhos, Olaria e Ramos, na Zona Norte.

A previsão é que o serviço de reparo seja concluído nesta quinta-feira (11), e o abastecimento seja normalizado gradativamente em até 72h. Ainda em comunicado, a Águas do Rio orienta o uso de água para atividades prioritárias e o adiamento de tarefas que demandam maior consumo, até que se regularize o fornecimento.

20ª operação policial na Maré deixa duas pessoas baleadas 

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Polícia Civil não responde questionamentos de segurança preconizadas na ADPF

Duas pessoas foram baleadas na 20ª operação policial do ano no Conjunto de Favelas da Maré. Entre os feridos, uma mulher que estava na rua por volta das 7h foi atingida na perna, na altura da coxa. A moradora conseguiu chegar até em casa e pedir ajuda pelo status do WhatsApp. Após o ocorrido uma vizinha chegou em companhia de um policial à casa da vítima que agora vai precisar de muletas para se locomover. 

De acordo com a Polícia Civil que realiza a ação no território, a operação faz parte da segunda fase da “Operação Rota do Rio”.

Concentrada principalmente em Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré e Parque União, essa é a 20ª operação policial na Maré em 2024. Questionados diversas vezes nessa e em outras operações, a Polícia Civil não responde sobre o uso de câmeras corporais nos agentes de segurança que estão no território e sobre a ausência de  ambulâncias para socorrer possíveis feridos. Em nota, o órgão se limitou em dizer que nove pessoas foram presas até o momento e que a operação tem como objetivo desarticular grupos ligados ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. 

Vale lembrar que, na 16ª operação policial realizada no território, um policial ficou ferido e como não havia ambulância no local para prestar socorro, o agente foi socorrido com o veículo blindado (caveirão) até o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Cotidiano, mas não comum 

A distribuição do jornal impresso do Maré de Notícias, único veículo de informação do Conjunto de Favelas da Maré, foi cancelada. 24 escolas foram fechadas, além da Clínica da Família (CF) Jeremias Moraes da Silva que também interrompeu o funcionamento e a CF Diniz Batista dos Santos que, apesar de manter o atendimento à população, cancelou as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares.

Esta terça-feira (9) é mais um daqueles dias que dizemos que o morador acordou ao som de tiros. “Gente, muitos tiros aqui na Teixeira Ribeiro”, escreveu um mareense por volta das 6h. Apesar de situações como essas fazerem parte do cotidiano,, não é algo que podemos normalizar. O Estado escolhe entrar nas periferias a partir do braço armado enquanto pedimos que entrem com saneamento básico, educação de qualidade, cultura, lazer, segurança e tantos outros direitos.

Violência do Estado 

Entre 2016 e 2024, 136 pessoas foram feridas por arma de fogo em operações policiais na Maré. Em 2023, 9 pessoas ficaram feridas e 8 pessoas foram mortas no contexto de operações. Esses dados estão no Boletim Direito à Segurança Pública na Maré, realizado pelo projeto De Olho na Maré, da Redes da Maré. A 8ª edição foi publicada em junho e traz informações sobre outras violações, como invasão à domicílio, roubos de pertences e até casos de tortura, também traz informações de desrespeito à ADPF das Favelas, instrumento jurídico de garantia de direitos constitucionais, em discussão no Supremo Tribunal Federal.

O Maré de Direitos, projeto do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré, acolhe situações de violações de direitos no WhatsApp (21) 99924-6462. O Ministério Público (MP) realiza um plantão especial para atender a população. O atendimento gratuito é feito no telefone (21) 2215-7003, que  também é WhatsApp, ou no e-mail [email protected].

Festival gratuito ‘The face of ball’ celebra a cultura Ballroom no Rio de Janeiro

Evento Ballroom oferece premiação de R$ 10 mil na batalha de vogue e conta com atrações de peso como Muse Maya, Preta QueenB RuII e JuJuliete.

Entre 9 e 14 de julho o Rio de Janeiro realizará seu primeiro e grande evento totalmente dedicado à cultura Ballroom. Em pleno inverno carioca, o Festival The Face Of Ball aquece o roteiro LGBTQIAPN+ da cidade com uma programação cultural totalmente gratuita e no formato multilinguagem. Deste modo, shows, apresentações de dança, oficinas, rodas de conversas e as icônicas batalhas de vogue com premiação que somam R$ 10 mil integrarão o evento, uma plataforma que irá impulsionar, celebrar e fomentar a cena Ballroom carioca. O Festival estreia abrangendo espaços da zona norte carioca, como o Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, na Tijuca, e o Parque Madureira, que abrigará as atrações finais do evento — dentre elas, shows de Muse Maya, Preta QueenB Rull e JuJuliete.

Realizado graças à sua contemplação pela Lei Paulo Gustavo, o projeto será uma realização coletiva em parceria com integrantes das diferentes casas (houses) da cena Ballroom, tendo em sua equipe e atrações importantes nomes da cena ballroom regional, nacional e internacional. Abarcando oficinas de diferentes vertentes performáticas da cultura Ballroom, destacam-se na intensa programação a Oficina de Runway com Diva Davanna (EUA), a Oficina de Face com Diameika Odara (SP), a Oficina Commentator x Performance com a Pioneer/Trailblazer Founder Mother Kona Hands UP (DF/SP) + Star Father Kunty Labella Mafia (RJ) e uma grande Ball (Baile) que encerrará o evento no Parque Madureira com categorias que celebram a diversidade e autenticidade do charmoso bairro periférico. Ações de acessibilidade garantirão que todo público seja bem inserido*.

Entusiasta do movimento Ballroom, foi Rafael Fernandes quem, em maio de 2023, realizou no Museu de Arte Moderna (MAM) o evento “The Face of Ball – Circulação”, um evento homônimo ao filme de Alitta que aborda a cultura Ballroom / Vogue sob a perspectiva do Cinema Novo com estética Afrofuturista. No lançamento presencial do média-metragem e no movimento cultural paralelo que o evento proporcionou, os espaços do Museu foram ocupados com corpos diversos no intuito de expandir o universo retratado no filme. Agora, Rafael assina a idealização e direção geral do Festival The Face Of Ball, instalando no subúrbio carioca o evento gratuito.

“Após a pandemia a cultura Ballroom começa se estabilizar e ter algum reconhecimento na cidade do Rio de Janeiro e no Brasil. As instituições e projetos de renome começam a programar e desenvolver ações em torno da comunidade, mas a maioria desses projetos com recursos acabam sendo realizados no eixo Centro-Zona Sul. O Festival The Face of Ball aposta na descentralização geográfica e no resgate histórico territorial da origem da Ballroom, sendo inteiramente realizado em regiões periféricas da cidade, com programação 100% gratuita, ocupando equipamentos culturais públicos e parques, como o de Madureira”, reforça Rafael.

Berço e seguimento da cultura Ballroom

Cultura surgida nas décadas 1960/70 nas regiões periféricas de Nova York, a cena Ballroom tem se consolidado na última década no Rio de Janeiro como espaço de acolhimento da população LGBTQIAPN+ e de expressão artísticas de jovens negros, pardos e periféricos. Deste modo, o projeto será um marco para a cena carioca que vem sobrevivendo sem praticamente nenhum investimento público, pontuando ainda a urgência do fomento de ações de valorização desse importante movimento artistico, político e social.

“Além de uma dezena de atrações de diversas regiões do país que vem para o Rio de Janeiro ministrar oficinas e participar de conversas, o Festival traz ainda uma atração internacional, Diva Davanna – um ícone da cultura ballroom e referência nos desfiles de passarela. As oficinas acontecem no Centro Coreográfico, importante equipamento cultural para a dança, que tem recebido atividades da cultura Ballroom na última década. A programação foi pensada de modo a reunir referências locais, nacionais e internacionais em suas respectivas modalidades, e serve como um esquenta para o baile competitivo que encerra o Festival”, ressalta Netto, que assina a produção artistica do Festival.

Coordenadora artística do projeto, a Legendary Overall Princess Wallandra comemora a realização do Festival enquanto reconhece os desafios diários que permeiam a cultura e a comunidade Ballroom.

“As Balls sempre foram um espaço de celebração, porque desde sua origem é um grande desafio passar pelos extermínios nas ruas só por ser um corpo LGBTQIAPN+, um corpo marginalizado e divergente. Nosso desafio é promover um espaço de celebração para valorizar a comunidade LGBTQIAPN+ numa sociedade ainda tão homofóbica, transfóbica e racista. Queremos estimular as pessoas a exporem suas realidades, potencializando-as para poder mostrar e construir a sua vida social através deste espaço. O nosso maior desafio é construir esse espaço de uma forma segura e com propósito, pessoal e coletivo, para que cada pessoa possa ser quem ela é, conseguindo expor as suas realidades, e conseguindo ampliar espaços e fazer ocupações nessa sociedade que não oferece muitos acessos para pessoas como nós”, sinaliza.

Para acessar a programação completa, basta acompanhar a Quafá Produções, no Instagram. A produtora atua há 13 anos na captação, produção, gestão de patrocínios e gestão financeira de projetos de manifestações artisticas de culturas urbanas, periféricas e populares. Assim como na produção, gestão, captação de recursos e representação de jovens artistas periféricos da cidade do Rio de Janeiro, com foco especial nas artes cênicas, como dança, teatro e performance. Desde 2021 tem colaborado e fomentado a cultura ballroom com diversas ações como residência artistica, produção e exibição de filmes, oficinas, treinos abertos, produção de espetáculos, lives, balls / bailes e agora em 2024 um festival, o The Face of Ball.

O Festival The Face of Ball 2024 é uma realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do edital Diversidade em Diálogo. E possui patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, através do edital Pró-Carioca Diversidade Cultural.