EDI na Maré se destaca por acolhimento na primeira infância

Data:

A escola de educação infantil trabalha com alunos de seis meses a seis anos em prol do desenvolvimento de suas aptidões físicas, emocionais e cognitivas

Maiara Carvalho*

O Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Profª Kelita Faria de Paula, localizado no Conjunto Bento Ribeiro Dantas se tornou, ao longo dos seus 12 anos de existência, uma referência ao falarmos de “lugar de escuta” para os pequenos na primeira infância.

A primeira infância é uma fase primordial quando se fala em desenvolvimento como ser humano, pois é neste momento em que nosso cérebro se encontra totalmente receptivo aos estímulos que surgem através das interações sociais, as quais levamos na bagagem da vida. É neste momento, também, que os espaços escolares se tornam parte da rotina das crianças, e é essencial que o mundo seja mostrado para eles de forma acolhedora, entendendo a individualidade de cada um.

A escola de educação infantil trabalha com alunos de seis meses a seis anos em prol do desenvolvimento de suas aptidões físicas, emocionais e cognitivas, enquanto experimentam o contato com a natureza e com outras crianças. Rosângela Alves, diretora geral do EDI, menciona que a equipe tem muito orgulho do que faz, e que as mães procuram o EDI como referência de um trabalho realmente qualificado: “É um trabalho feito com carinho, com amor, todo pensado para a criança. O dia a dia é baseado numa rotina onde acontece momentos individuais, momentos coletivos, momentos de calma e outros mais ativos, todos voltados para o desenvolvimento da criança, sempre num espaço limpo e organizado. O amor é primordial aqui neste espaço.”

Inclusão e conscientização

Segundo o Censo Escolar 2023, os indicativos de alunos da educação especial com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) cresceu significativamente nos últimos anos, e hoje representam cerca de 35,9% deste percentual, ficando atrás apenas de estudantes com deficiência intelectual. No EDI Kelita, o autismo sempre foi uma pauta importante, e mais do que só falar sobre o tema, a escola faz questão de trazer pra perto a conscientização e entendimentos das complexidades individuais de cada aluno.

| Já leu essas?

No último mês de abril, próximo à data de conscientização sobre o autismo, a escola realizou um evento aberto para toda a comunidade. Com atividades de recreação, a gestão escolar formada por Rosângela Alves, Leila Bosso e Suelen Maciel preparou um dia cercado de afeto e abordagens sobre o assunto.

“Nossa ideia era fazer um barulho pra nossa comunidade ter mais atenção à causa […] Buscando o respeito e reconhecimento daquela criança.”

“Ela não é diferente por ter autismo, ela é diferente porque todos nós somos diferentes um do outro. Precisam ser respeitados com suas características”

Completa Rosângela

Os Espaços de Desenvolvimento Infantil foram criados partindo da ideia de que era hora de mudar o pensamento assistencialista que se tinha sobre as creches, onde as crianças estavam naquele lugar, por determinado tempo somente para que seus pais pudessem trabalhar, e não necessariamente que fosse um local agradável de  interação e aprendizado. Leila Bosso, coordenadora articuladora do EDI Kelita, garante que a participação da família no dia a dia da escola é fundamental para o desenvolvimento dos estudantes: “Também nos importamos em acolher a família, entender a criança a partir da sua família. A gente faz questão de que os responsáveis participem o máximo possível.”

Assim como exemplificado no evento  de conscientização do Abril Azul, a EDI Kelita se mostra um local de diálogo com toda a comunidade que forma o espaço. A escola também realiza oficinas de desenho e pintura recorrentes para que os responsáveis possam participar e construir a escola juntos.

(*) Maiara Carvalho é estudante de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro e faz parte do projeto de Extensão Conexão UFRJ com o Maré de Notícias.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por que a ADPF DAS favelas não pode acabar

A ADPF 635, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), é um importante instrumento jurídico para garantir os direitos previstos na Constituição e tem como principal objetivo a redução da letalidade policial.

Redução da escala 6×1: um impacto social urgente nas Favelas

O debate sobre a escala 6x1 ganhou força nas redes sociais nas últimas semanas, impulsionado pela apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe a eliminação desse regime de trabalho.