Ronda: Prefeitura do Rio celebra restabelecimento do ‘passaporte da vacina’

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Por Tamyres Matos, em 01/10/2021 às 18h38

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, celebrou o restabelecimento do “passaporte da vacina” durante a divulgação do 39º Boletim Epidemiológico na manhã desta sexta-feira. Na última quarta, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Paulo Rangel, da 3ª Câmara Criminal, havia decidido pela suspensão parcial dos efeitos do decreto municipal do Rio que exige comprovante de vacinação para a entrada em determinados locais e estabelecimentos.

“Queria saudar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, ao restabelecer o ‘passaporte da vacina’. Não há qualquer objetivo por parte da Prefeitura de cercear os direitos de qualquer indivíduo, mas nós entendemos que o direito coletivo à saúde está relacionado à necessidade de proteger a população num país em que 600 mil vidas foram perdidas na pandemia. É necessário estabelecer medidas para evitar que as pessoas contraiam a doença e, claro, em casos mais graves, evitar que essas pessoas venham a óbito”, afirmou Paes.

De acordo com os dados apresentados, os casos notificados e os atendimentos na rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave na capital também mantêm a tendência de queda sustentada. O site oficial da Prefeitura destaca a fila de espera zerada por leitos para casos de covid-19 e uma das menores taxas de hospitalização desde o início da pandemia.

“Nosso foco, agora, é a retomada da economia. Com a diminuição dos casos e dos óbitos, a gente pode voltar a fazer com que a nossa rede municipal de saúde funcione com mais tranquilidade. Claro que, com algum grau de restrição, já vivemos na cidade uma situação completamente diferente daquela que passamos desde o começo da pandemia”, declarou o prefeito.

Foi anunciado ainda que o boletim passará a ser divulgado quinzenalmente e não mais todas as sextas-feiras.

População carioca 100% vacinada até novembro

Eduardo Paes reforçou que a retomada da economia no Rio depende da imunização em massa da população e do controle de circulação nos espaços públicos da capital fluminense. “O Rio de Janeiro é uma cidade que quer retomar a normalidade, quer ter Réveillon, quer ter Carnaval, quer ter os hotéis lotados. Para isso é importante que se entenda que quando exigimos o passaporte da vacinação estamos dando um sinal para aqueles que nos visitam. Tenho como garantia que até segunda quinzena de novembro quase 100% dos cariocas adultos vão estar com a segunda dose, mas não temos como garantir o ciclo vacinal completo dos turistas. Quem não tiver se vacinado não será bem-vindo no Rio de Janeiro”, sentenciou.

A vacinação na cidade avança com a repescagem da primeira para qualquer pessoa a partir de 12 anos e com a dose de reforço para idosos e trabalhadores da saúde. Até 30 de outubro podem tomar a dose de reforço quem tomou a segunda dose em abril. O calendário da Prefeitura avança até fevereiro de 2022, com o reforço para os trabalhadores da saúde que tenham completado a vacinação em julho e agosto.

Nesta sexta-feira, o reforço foi aplicado nos idosos de 79 e sábado é a vez das pessoas com 78 anos. Na semana que vem, serão contemplados os idosos até 73. A Secretaria municipal de Saúde também antecipou a segunda dose para quem recebeu a primeira da Pfizer e tem 40 anos ou mais. Estes podem procurar o posto para completar a imunização 21 dias depois da primeira dose.

Segunda dose antecipada na Maré

O último boletim do Conexão Saúde, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Conselho Comunitário de Manguinhos, Redes da Maré, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio, anunciou a antecipação da segunda fase do #VacinaMaré. A aplicação da segunda dose ocorrerá entre os dias 14 e 16 de outubro (semanas antes do previsto inicialmente).

“Além disso, seguimos atuando na construção de um estudo, em parceria com a Fiocruz e a Secretaria de Saúde, que vem trabalhando com 14 equipes de campo, compostas por mobilizadores e agentes de saúde, que estão visitando cerca de 2.000 famílias da Maré para mapear a transmissão do vírus no ambiente familiar. Esta coleta de dados e informações, além de gerar conhecimento sobre o comportamento do vírus, pretende também qualificar a compreensão da situação de saúde das famílias mareenses, o que nos dá mais condições para atuar na mobilização de políticas públicas em saúde para a Maré”, explica o texto divulgado pela Redes da Maré.

Número de casos

De acordo com o Painel Unificador COVID-19 Nas Favelas, o Conjunto de Favelas da Maré é o 1º lugar nos registros de óbitos e casos dentre as comunidades cariocas. Ao todo, são 9.394 casos e 373 mortes no território. Na lista, ainda permanecem em ordem como principais pontos de infecção e óbitos: Rocinha (3.883 casos/ 140 mortes), Fazenda Coqueiro (3.769 casos/ 242 mortes), Alemão (3.026/ 172 mortes), e Complexo da Penha (2.464 casos/ 118 mortes).

Maré de Cultura

Desta sexta-feira (01) a 10 de outubro, a Mostra de Cinemas Africanos ocupa o Sesc Digital com uma curadoria que lança luz sobre o cinema de gênero do continente, como o filme de terror e fantasia Juju Stories, do coletivo nigeriano Surreal 16, e o road movie feminista Flatland, dirigido pela sul-africana Jenna Bass.

A cantora Josyara e a dupla Saskia & Felinto estão entre os destaques do Negras Melodias Show, festival online que acontece ao longo do fim de semana.

A cineasta Lucia Murat, de Quem Bom te Ver Viva, é a homenageada do 3º Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual, que a partir de quarta ocupa as plataformas Videocamp, Mubi, Telecine e YouTube.

Se liga nos destaques da semana

Sábado (25/9)
Trens do Rio podem piorar e a tarifa passar de R$ 7 em 2022 se nada mudar na Supervia, aponta estudo, por Casa Fluminens
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Domingo (26/9)
Processo contra PM que matou Ágatha Félix está parado há um ano, por Jeniffer Mendonça, em Ponte Jornalismo

Segunda-feira (27/9)
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Terça-feira (28/9)
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Quarta-feira (29/9)
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Sexta-feira (01/10)
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