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Pela garantia da Liberdade de Imprensa nas Eleições

Organizações da sociedade civil divulgam documento exclusivo no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

A Ajor – Associação de Jornalismo Digita na qual o Maré de Notícias faz parte é uma das signatárias da carta. Leia o documento na íntegra aqui.

“Por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, hoje 3 de maio, as organizações da sociedade civil abaixo assinadas chamam atenção das autoridades públicas e da sociedade para os riscos de violações à liberdade de imprensa durante este ano eleitoral no Brasil.

O acesso à informação é um direito humano fundamental para o exercício da cidadania e o fortalecimento da democracia. Para além de seu papel na garantia do direito à informação, jornalistas, comunicadores e veículos da imprensa desempenham um papel essencial na prestação de contas de governos e autoridades públicas à sociedade.

As eleições de 2022 no Brasil serão realizadas em um contexto de crescentes ataques a jornalistas, comunicadores e violações da liberdade de imprensa, que tendem a se agravar durante a campanha eleitoral. Por isso, organizações nacionais e internacionais vêm à público alertar as autoridades e a sociedade como um todo sobre tais riscos e destacar a importância de uma ação coletiva para garantir o livre exercício do trabalho jornalístico no período.

Nos últimos anos, e também nas duas últimas eleições em 2018 e 2020, jornalistas, comunicadores e veículos da imprensa foram alvo de todo tipo de ataques:

  • agressões físicas, inclusive por parte de autoridades públicas e seus subordinados;
  • ofensas e discursos estigmatizantes proferidos por autoridades públicas, criando um ambiente permissivo de hostilidade contra a imprensa como um todo e, por diversas vezes, resultando em ataques massivos contra jornalistas específicos, em particular no ambiente digital;
  • campanhas de descredibilização com viés de gênero no ambiente digital, incluindo ofensas misóginas e doxing (exposição de dados pessoais) contra mulheres jornalistas e comunicadoras, muitas vezes em decorrência de sua cobertura política;
  • remoção de conteúdo jornalístico e censura prévia por meio de processos judiciais na esfera cível, movidos muitas vezes por autoridades públicas, políticos e candidatos no período eleitoral;
  • criminalização de jornalistas por meio de investigações policiais, incluindo casos que se basearam na Lei de Segurança Nacional, e processos penais por calúnia, injúria e difamação, amparados pela antiquada legislação penal brasileira que ainda criminaliza os chamados “crimes contra a honra”;


Somem-se a este quadro de ataques contra jornalistas, comunicadores e veículos da imprensa as tentativas das autoridades, em todos os níveis de governo, de reduzir a transparência e o acesso a dados públicos, restringindo o trabalho jornalístico e a cobertura de temas de interesse público.

Para fortalecer o processo democrático, autoridades e instituições dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – devem respeitar a liberdade de imprensa e, sobretudo, atuar de forma proativa para proteger jornalistas e veículos da imprensa, para que possam realizar seu trabalho de forma segura.

Autoridades públicas, tanto do Executivo quanto do Legislativo em nível federal e estadual, assim como candidatos e candidatas, devem abster-se de proferir discursos ofensivos, instigar ataques, restringir o acesso a informações ou mover processos contra jornalistas, comunicadores e veículos da imprensa.

O Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e a Câmara Legislativa Distrital devem cumprir seu papel de fiscalização dos respectivos Poderes Executivos em relação às violações contra a liberdade de imprensa.
Autoridades policiais e do sistema de justiça devem garantir investigação e responsabilização dos crimes cometidos contra jornalistas, rompendo assim com a impunidade que alimenta o ciclo de violência e censura.

O Poder Judiciário como um todo deve respeitar o direito constitucional e internacional de acesso à informação e da liberdade de imprensa, abstendo-se de proferir decisões que censurem o conteúdo jornalístico ou criminalizem jornalistas e comunicadores.

Por fim, convocamos a sociedade como um todo para defender o jornalismo e a liberdade de imprensa, particularmente neste período eleitoral. Trata-se de um esforço coletivo das organizações abaixo assinadas de se manterem alertas e vigilantes sobre este tema ao longo das eleições. É urgente que jornalistas e comunicadores possam fazer seu trabalho em segurança e sem risco de retaliações de qualquer tipo.

Tal prática é essencial para a garantia de eleições democráticas e para a própria democracia.

Brasil, 3 de maio de 2022.

Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
Ajor – Associação de Jornalismo Digital
Artigo 19
Comitê para Proteção de Jornalistas
FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Instituto Palavra Aberta
Instituto Vladimir Herzog
Intervozes
Repórteres sem Fronteiras
Tornavoz

https://drive.google.com/file/d/1cHDllTFz-S6pZ2-0QcCZRuLXDPu2arCz/view?usp=sharing

Rio está em ‘situação de alerta’ para contaminações pelo mosquito da dengue

O aumento no número de casos de arboviroses (doenças provocadas pelo Aedes aegypt) já configura um ‘surto’ no país e população deve ficar atenta aos cuidados necessários para evitar a disseminação ainda maior do mosquito

Por Redação, em 03/05/2022 às 11h10

É oficial: há um surto de dengue no Brasil. De acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (02), o país teve um aumento de 113,7% nos casos prováveis da doença até abril deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Depois das campanhas de prevenção realizadas em março, o Rio de Janeiro também está em “situação de alerta”, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

No país, foram 542.038 casos prováveis entre 2 de janeiro e 23 de abril de 2022. Esse número já é praticamente o mesmo que foi registrado em todo o ano de 2021, quando foram contabilizados 544 mil casos prováveis de dengue. No Rio, o primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) após a suspensão dos trabalhos devido à pandemia revelou que o índice de infestação predial (IIP) pelo mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya constatado pela Secretaria foi de 1,1%. A classificação de “alerta” ocorre quando o IIP está na faixa entre 1% e 3,9%.

Desde março, neste período de chuvas e calor, que contribuem para a maior incidência dessas doenças, temos intensificado as ações de campo e de orientação da população sobre as formas de controle do mosquito. Para que a prevenção das arboviroses seja eficiente, é fundamental o envolvimento de todos.”

 Secretário Municipal de Saúde da cidade do Rio, Rodrigo Prado,

É sempre importante relembrar os cuidados necessários para que a situação das arboviroses urbanas (dengue, chikungunya e zika) não saia do controle. De acordo com a secretaria, quase 30% dos focos estavam em depósitos móveis como vasos/frascos com plantas, pingadeiras, recipientes de degelo de geladeiras, bebedouros e objetos religiosos. “A orientação para evitar a proliferação de mosquitos nesse tipo de recipiente é realizar a limpeza com bucha ou esponja esfregando as paredes do recipiente pelo menos uma vez por semana”, explica o órgão.

Os principais sintomas da dengue são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Em suas formas mais graves, a doença pode causar hemorragia interna em órgãos e tecidos, e levar à morte. Desde o início de 2022, foram confirmados 160 óbitos por dengue no país. Os dados do Ministério da Saúde apontam que os estados com mais registro de mortes pela doença até agora são: São Paulo (56), Goiás (19), Santa Catarina (19) e Bahia (16). Há 228 óbitos ainda estão em investigação.

Prevenção

  • Verifique se a caixa d’água está bem tampada;
  • Deixe as lixeiras bem tampadas;
  • Coloque areia nos pratos de plantas;
  • Recolha e acondicione o lixo do quintal;
  • Limpar as calhas;
  • Cubra piscinas;
  • Tampe os ralos e baixe as tampas dos vasos sanitários;
  • Limpe a bandeja externa da geladeira;
  • Limpe e guarde as vasilhas dos bichos de estimação;
  • Limpe a bandeja coletora de água do ar-condicionado;
  • Cubra bem a cisterna;
  • Cubra bem todos os reservatórios de água.

Cuidados com a família

  • Use repelente;
  • Quando o calor deixar, cubra a maior parte do corpo com roupas claras;
  • Coloque telas em janelas e portas;
  • O mosquito tem hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Por isso, é importante reforçar a atenção nesse período. Mas atenção: o mosquito é oportunista e pode picar à noite também.

Urnas eletrônicas: o TSE garante que são seguras e auditáveis

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Em 26 anos, a segurança das urnas eletrônicas jamais foi questionada de uma forma incisiva. Apesar de seguras, nos últimos tempos há uma campanha contra elas.

Por Daniel Santos (*) em 02/05/2022 às 14h

No dia 26 de maio as urnas eletrônicas completam 26 anos de uso em território brasileiro. Nas eleições municipais de 1996, 57 cidades brasileiras experimentaram, pela primeira vez, essa tecnologia, considerada um marco na história da informatização do sistema eleitoral. Atualmente são mais de 400 mil urnas eletrônicas, um projeto único, desenvolvido para atender à realidade nacional. Em 26 anos, a segurança das urnas eletrônicas jamais foi questionada de uma forma incisiva. No entanto, nos últimos tempos há uma campanha contra elas. E a adoção do voto impresso tornou-se uma pauta prioritária do presidente Jair Bolsonaro. 

Urna eletrônica X voto impresso

Em outubro de 2021 a Câmara dos Deputados rejeitou voto impresso. Como era uma emenda à Constituição, o projeto, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente, precisava de 308 votos, dois terços da Câmara, mas conseguiu apenas 229. O projeto foi arquivado. Para a advogada Paula Bernardelli, especialista em Direito Político e Eleitoral, nenhum sistema pode ser considerado totalmente imune a fraudes. Contudo, com todas as medidas de segurança adotadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a urna eletrônica é a forma mais segura de se realizar a votação nos dias de hoje, reforçando que o sistema opera sem estar conectado à internet, impedindo que qualquer ataque cibernético seja possível.

Apesar da decisão da Câmara, o presidente do Brasil continuou insistindo, mesmo sem apresentar provas, que o sistema não é seguro. Em abril, afirmou, “Não somos obrigados a acreditar em duas ou três pessoas como se estas fossem as donas da verdade”, referindo-se aos responsáveis pela apuração dos votos. Em contrapartida, o TSE garante que o sistema não dá nenhuma brecha para manipulação humana, já que, após o encerramento da votação, os boletins são transmitidos por meio de uma rede privada, e a contagem é feita de maneira automatizada.

Não existe sistema 100% seguro

A urna eletrônica é um microcomputador resistente, específico para eleições. Nela existem mecanismos de segurança responsáveis por gravar o voto de uma forma na qual se torna impossível saber em quem o eleitor votou. Nos últimos anos, as urnas vêm adotando o sistema de biometria, como uma forma de validar a identidade do eleitor. Segundo Paula Bernardelli,

“A urna eletrônica opera off-line, esse é um ponto importante a ser considerado, o que impede a realização de ataques cibernéticos às urnas. Todo sistema eletrônico do mundo está sujeito a falhas, mesmo o mais seguro deles. As medidas de segurança que são adotadas para a urna eletrônica vão além da atualização e teste permanente do sistema para torná-lo melhor. Há uma cerimônia pública de lacração das urnas, impressão da quantidade de votos registrados em cada urna antes desses dados serem repassados a um sistema que, aí sim, enviará os dados ao Tribunal de forma online.” 

Paula Bernardelli, especialista em Direito Político e Eleitoral,

Paula Bernadelli completa dizendo que não existe nenhum motivo para preocupação com o funcionamento das urnas eletrônicas, reforçando que existe um enorme movimento de desinformação relacionado ao assunto nos últimos meses.

“Qualquer outro sistema dos que existem como opção hoje é menos seguro do que a urna eletrônica que utilizamos. A possibilidade de erro ou fraude nas urnas atuais é muito pequena, pois ela garante a segurança e o sigilo do voto”. 

Paula Bernardelli, especialista em Direito Político e Eleitoral,

Aprimoramento constante

As urnas eletrônicas vêm sendo aprimoradas nos últimos anos de modo a tornar o processo eleitoral cada vez mais seguro. Este ano, por exemplo, quase 40% delas serão substituídas por um modelo mais moderno, com recursos relacionados à segurança e acessibilidade, entre outros. Além disso, o processo eleitoral permite auditoria da totalidade dos votos. Testes públicos de segurança são realizados antes de todas as eleições. 

Para Jéferson Nobre, professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), esses fatores ajudam a comprovar a segurança do sistema.

“Sim, a urna eletrônica pode ser considerada segura. Afirmo isso em função das múltiplas camadas de segurança que ela tem. Esses mecanismos foram aprimorados desde o primeiro pleito em que foi utilizado e, além disso, é importante colocar que existe a possibilidade de auditar todos esses testes públicos de segurança, onde as urnas são oferecidas para pesquisadores profissionais de segurança. Várias  instituições estão cadastradas, como as Forças Armadas, os partidos políticos que podem então auditar a urna eletrônica. Então, além de ser segura, ela é auditável. É possível verificar quais são esses mecanismos, como eles são implementados nas urnas, então é bastante tranquilo afirmar que ela é segura para votação.” 

Jéferson Nobre, professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Outros especialistas, no entanto, acreditam que ainda existem melhorias que podem ser feitas no processo para os próximos anos. Segundo Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, empresa especializada em defesa de ataques na web, os testes de segurança precisam ser mais permissivos do que os atuais, para que os pesquisadores possam descobrir eventuais problemas de uma maneira mais eficaz.

“O fato de que historicamente nenhuma fraude foi comprovada não significa necessariamente que ela está blindada de falhas. Há uma corrida contra o tempo: quem descobrirá a próxima falha será um fraudador ou um pesquisador? Para que o segundo ganhe a disputa, os testes precisam ser mais abertos, mais ostensivos e mais permissivos do que se tem hoje. Aos pesquisadores, por exemplo, não é permitido instalar softwares na urna. Cibersegurança se conquista com transparência e clareza, não com obscuridade.” 

Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks

O último teste público de segurança das urnas eletrônicas ocorreu em novembro do ano passado. Uma equipe do Instituto Meridional (IMED) foi convidada para participar do processo, com a missão de criar planos de ataque, de modo a verificar a segurança do sistema eleitoral. O professor Marcos Roberto dos Santos, coordenador do Curso de Computação do IMED, afirmou estar bastante satisfeito com a estrutura do TSE. Agora, os pesquisadores vão retornar na segunda semana de maio, de modo a dar um veredito em relação às melhorias propostas depois do processo. 

“A gente ficou bastante satisfeito com a estrutura proposta pelo TSE para todo o processo do voto. Todo sistema eletrônico é passível de ataques, muito por causa das vulnerabilidades que o próprio ser humano pode prover, e foi em cima delas que os ataques (no teste) foram executados. A gente tem a expectativa de que o tribunal mude alguns itens referentes ao processo eleitoral, para a gente dar o nosso OK enquanto investigadores em relação às melhorias propostas. Se fecha um ciclo, para podermos ter uma eleição bastante tranquila no mês de outubro.”

Marcos Roberto dos Santos, coordenador do Curso de Computação do IMED.

(*) Daniel Santos é estudante universitário vinculado ao projeto de extensão Laboratório Conexão UFRJ, uma parceria entre o Maré de Notícias e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa de 2022

Jornalismo sob cerco digital é o tema deste ano. Associação de Jornalismo Digital, na qual o Maré de Notícias faz parte, se juntou à Unesco e outras organizações da sociedade civil em movimento para marcar este 03 de maio. 

Pela Redação em 02/05/2022 ás 11h50.

Todos os anos a Unesco escolhe um tema para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado em 3 de maio. Neste ano, o foco é “Jornalismo sob cerco digital: a era digital e o impacto na liberdade de expressão, na segurança dos jornalistas, no acesso à informação e na privacidade”. Com o apoio de diversas entidades, entre elas a Ajor, que reúne cerca de 90 veículos de jornalismo digital, inclusive o Maré de Notícias, a Unesco no Brasil mobiliza a sociedade civil e todos aqueles que acreditam no valor da democracia a se juntarem em um movimento nessa data.

O objetivo é chamar atenção para o valor e papel essenciais de uma imprensa livre e independente. Com o tema deste ano em destaque, veículos, sites de jornalismo digital, universidades profissionais podem contribuir com ideias e iniciativas para que, em benefício de toda a sociedade, buscando garantir um ambiente de trabalho seguro em todas as suas etapas para toda a imprensa.

No movimento proposto pela Unesco, cada parceiro irá receber um press kit digital com banners e cards para estimular postagens simultâneas. As peças permitirão que cada participante inclua seu logotipo, reforçando a campanha colaborativa. Há também uma lista com sugestões de ação, para quem tiver interesse, como a realização de debates, coberturas específicas, editoriais, entrevistas, podcasts, webinários e eventos que reflitam a importância da data e o papel da imprensa para a democracia.

Além da mobilização brasileira, a Conferência anual do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, promovida pela Unesco, acontece neste ano no Uruguai, de 2 a 5 de maio em Punta del Este, com uma programação paralela também em Montevidéu. A secretaria executiva da Ajor estará presente no evento. Para saber mais, acesse aqui. 

“O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado no dia 3 de maio, nos lembra da importância de respeitarmos o direito fundamental à liberdade de expressão, pilar essencial  da democracia. Precisamos  apoiar e defender os profissionais da mídia, para não serem alvos de restrição ou cerceamento de suas atividades, e de garantirmos que tanto os meios de comunicação, como os cidadãos, possam se expressar livremente, sem sofrerem ameaças, ataques ou qualquer tipo de violência ao apurar os fatos e relatar histórias”, afirma Marlova Noleto, Diretora e Representante da Unesco no Brasil.

Jornalismo sob cerco digital

A informação é um bem público, e a imprensa livre e independente é o seu guardião. No entanto, o jornalismo profissional nunca esteve tão ameaçado. Cada vez mais profissionais e organizações de notícias sofrem com todo o tipo de violações. Agora, entretanto, o cerco é digital.

Aos ataques, ameaças, prisões e atentados, juntam-se a violência virtual (principalmente contra as mulheres), a vigilância e o hackeamento de dados de jornalistas por parte de atores estatais e não estatais. O cenário se completa com a falta de transparência e de responsabilização das empresas de tecnologia, o que contribui para a proliferação de desinformação e discurso de ódio.

Sobre a data  

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é comemorado no dia 3 de maio. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 1993. No mesmo dia é também celebrada a assinatura da Declaração de Windhoek, capital da Namíbia, que foi sede de um seminário realizado por jornalistas africanos em 1991. A data celebra a luta pelo direito à liberdade aos profissionais de imprensa de divulgar, investigar e trazer ao conhecimento público informações de forma imparcial e independente. Também é comemorado neste dia o aniversário de um ano de fundação da Ajor (Associação de Jornalismo Digital).

Como participar:

  • Aplicar banner comemorativo no portal / site
  • Veicular anúncio em veículo impresso
  • Abrir espaço para publicação de artigos no dia / semana
  • Editorial na data reforçando a importância da comemoração e do papel da imprensa para a democracia 
  • Entrevista com a representante da Unesco no Brasil, a Sra. Marlova Noleto e / ou com representantes de entidades parceiras 
  • Promoção de evento / debate / webinar na data / semana
  • Cobertura de eventos nacionais e da Conferência Internacional que será realizada no Uruguai de 02 a 05/5

Nas redes sociais, é i importante marcar a Ajor e a Unesco Brasil. Haverá um tuitaço no dia, das 10h às 12h com as hashtags: #jornalismofortedemocraciaviva#diamundialdaliberdadedeimprensa #imprensalivre #jornalismosemmedo #jornalismoindependente


PerifaConnection é indicado a prêmio

O coletivo está concorrendo a categoria Raça em Pauta do Prêmio Sim à Igualdade Racial!

Por Daniele Moura em 29/04/2022 às 11h

A plataforma de disputa de narrativa das periferias feita por Raull Santiago, Wesley Teixeira, Salvino Oliveira, Jefferson Barbosa e Thuane Nascimento, o PerifaConnection, é um dos indicados ao Prêmio Sim à Igualdade Racial! na categoria Raça em Pauta. O anúncio foi feito pelo Instituto Identidades do Brasil, que visa mapear, reconhecer e premiar pessoas, iniciativas e organizações que atuam em prol da igualdade racial no Brasil. Concorrendo à categoria estavam também o podcast Mano a Mano, Afro.TV e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Além de um canal no Instagram e no Twitter o coletivo também escreve semanalmente para Folha de São Paulo.

Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022 será exibido no dia 28 de maio, às 17h no Multishow e no canal do Youtube do ID_BR. Nesta edição foram mais de 18 mil indicações de personalidades e iniciativas referências na pauta racial no Brasil.

O tema dessa edição é conceito artístico futurista “O Mundo que Sonhamos”, que pretende questionar e construir, por meio da arte, o mundo ideal. Cada bloco do prêmio irá remeter a um momento específico da caminhada da luta pela igualdade racial no mundo e colocar personagens históricos e apresentadores “frente a frente”.

Prêmio Sim à Igualdade Racial nasceu em 2018 como uma iniciativa do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) de reconhecer e premiar os principais nomes de pessoas, empresas, iniciativas e organizações que atuam em prol da Igualdade Racial no país nas áreas de empregabilidade, educação e cultura. Os premiados levam para casa a estatueta com a obra “Mad World” do artista plástico Vik Muniz, que retrata um globo terrestre a partir de acontecimentos importantes pelo mundo. Além disso, os vencedores vão ganhar uma premiação no valor de 3 mil reais.

Conheça os indicados:

Pilar Cultura

Categoria Arte em Movimento
Categoria para cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que tenham um portfólio com experiência consolidada. Estes profissionais devem gerar impacto social com o seu trabalho e relevância para o seu grupo racial. Os finalistas da categoria são: Dauá Puri, Enme, Iza e Jeferson De.

Categoria Destaque Publicitário
Os finalistas da categoria são: Avon e Wunderman Thompson, Coca-Cola, Magalu e Vivo.

Categoria Raça em Pauta
Visa premiar pessoas, iniciativas e programas que pautam com frequência e relevância assuntos da temática racial. Podem ser jornalistas, colunistas, produtores de conteúdo, apresentadores e iniciativas. Nesta categoria os finalistas são: Afro TV, APIBMano a Mano e PerifaConnection.

Categoria Influência e Representatividade Digital
Voltada para premiar influenciadores digitais negros, negras e indígenas, sejam youtubers, blogueiros, instagramers, facebookers ou expoentes de demais redes sociais. Os finalistas são: Bruna Bandeira, Preta Araujo, Txai Suruí e Samela Awiá.

Pilar Educação

Categoria Educação e Oportunidades
Categoria voltada para premiar iniciativas que buscam promover a igualdade racial por meio da educação, seja criando novas formas de acesso, narrativas e métodos de aprendizado. Os finalistas desta categoria são: Associação Social UniFavela, Escola Rua, Instituto Canarinhos de Sergipe e Wakanda Educação.

Categoria Inspiração
Visa premiar pessoas negras e indígenas que, por meio do seu trabalho, inspiram outros negros e indígenas a criarem novas narrativas. Esta categoria também visa homenagear grandes nomes que se tornaram referência de representatividade no Brasil, independentemente da área de atuação.Os finalistas da categoria Inspiração são: Arassari Pataxó, Joênia Wapichana, Mano Brown e Vanda Ortega.

Categoria Intelectualidade
Categoria voltada para premiar grandes pensadores, escritores, doutores e notórios estudiosos negros e indígenas sobre a temática racial.São finalistas nesta categoria: Ailton Krenak, Luciana Brito, Kiusam de Oliveira e Sidnei Barreto Nogueira.

Pilar Empregabilidade

Categoria Comprometimento Racial
Os finalistas desta categoria são: Ambev, Mondelez Internacional, PepsiCo e Unilever.

Categoria Liderança
São finalistas nesta categoria: Debora Mattos, Leila Luz, Mônica Marcondes e Nadja Cristina da Silva Brandão.

Categoria Trajetória Empreendedora
Os finalistas desta categoria são: De Benguela, Malembe Food & Drinks, Gerando Falcões e MMTIX.

Anúncio do Perifa no Instagram.

Raphael Vicente mobiliza jovens para emissão do título eleitoral 

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Influencer mareense tem trajetória de posicionamento em pautas políticas. Resultado de campanha de artistas garantiu recorde de emissão de títulos entre jovens. 

Por Jéssica Pires em 29/04/22 às 07h. Editado por Daniele Moura.

“Está achando que militar no Twitter elege presidente?

A provocação acompanha a legenda do vídeo publicado nesta quarta-feira por Raphael Vicente, influencer e morador da Nova Holanda. A produção tem roteiro elaborado pelo próprio e participação de outros influenciadores como o ator Diego Cruz (@diegocruz_), João Vitor Mello (@joaovitu_mello), Mc Zuleide (@mczuleideoficial), Vinicius Quintal (@viniquintal), Bárbara (@bacomvi), Alana Azevedo (@alaniitcha) e da família de Raphael. O mareense superou 150 mil visualizações na conta do Instagram na campanha para emissão do título. Sua conta no Instagram tem mais que 430 mil seguidores e no Tiktok ultrapassa 2,6 milhões.

Influência positiva 

No início do ano o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) chamou atenção para a maior baixa de emissão de títulos entre jovens na história do país. Depois disso, artistas com grande número de seguidores como Anitta, Juliette, Whindersson Nunes e Luiza Sonza mobilizaram suas redes para chamar a atenção dos jovens para a importância da participação política. O resultado dessa onda de campanhas de engajamento foi também divulgado pelo TSE que informou que até o final de março, mais de um milhão de eleitores na faixa etária entre 15 e 18 anos já tinham se cadastrado e tiraram o título de eleitor.

E Raphael fez parte desse processo. “A minha realidade é um ato político. Quase tudo que fazemos é política. Então vejo essa forte necessidade de tá sempre me posicionando sobre esses assuntos. Quando você não se posiciona, você concorda com tudo que tá acontecendo”, diz o mareense.

O garoto propaganda da vacina 

Não é a primeira vez que Raphael Vicente usa da criatividade para engajar seus seguidores em causas sociais. Durante o período de campanha “Vacina Maré”, que aconteceu em 2021 nas 16 favelas da Maré, Rapha criou vídeos para conscientizar a população sobre a vacinação e o resultado foi impactante: milhões de visualizações nas redes sociais e muitos compartilhamentos de moradores, artistas e até representantes do Estado.

“Sério, não imaginava que a campanha fosse alcançar tanta gente. Eu tô feliz demais lendo cada comentário de vocês e feliz também com a proporção que tomou.

Raphael em sua conta no Twitter na época da campanha do Vacina Maré.

Raphael ainda diz que sente falta de campanhas de mobilização destinadas ao público jovem feitas pelo Estado adequadas a linguagem dessa faixa etária. “Desde de quando minha campanha para vacinação viralizou, sempre que rola alguma mobilização política, chove de pessoas que pedem pra eu fazer algo parecido, virei o menino das campanhas (ri)”, brinca o influencer. 

Assista aqui o vídeo-campanha da vacinação: https://www.instagram.com/tv/CSIOAIUpdON/?igshid=YmMyMTA2M2Y=