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Eduardo Paes projeta fase de reabertura com liberação de eventos e flexibilização do uso de máscaras na 1ª quinzena do mês

Período passaria valer a partir de 15 de outubro, quando 65% da população estiver com esquema vacinal completo

Por Edu Carvalho, em 05/10/2021 às 10h

Em publicação feita em sua conta no Twitter, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, comunicou que a expectativa de que a cidade avance para a segunda fase do plano de reabertura das medidas de flexibilização seja a partir do dia 15 de outubro. A decisão seria tomada assim que 65% da população estivesse com esquema vacinal completo, como definido em conjunto pelo Comitê Cientifíco, em agosto dete ano.

Nas mudanças da segunda fase, cariocas seriam liberados do uso de máscaras em locais abertos sem aglomeração. Também estaria autorizada a realização de eventos em locais abertos com restrição de público de até mil pessoas e uso obrigatório de máscara. Danceterias, boates, casas de show e festas também seriam liberadas para pessoas com esquema vacinal completo, tendo esses lugares ocupação máxima de 50% da capacidade do espaço.

Bibliotecas Parque viram polos de reforço escolar na capital fluminense

Por Redação, em 04/10/2021 às 12h50

As Bibliotecas Parque já funcionam como espaços voltados para o aprimoramento dos estudantes, mas ações de voluntários estão potencializando essa função e transformando esses equipamentos em polos de reforço escolar. Tanto na Rocinha quanto em Manguinhos já existem professores empenhados em auxiliar alunos de todas as idades a superar dificuldades nos estudos. Depois de meses afastados das salas de aula por conta da pandemia, os participantes estão encontrando nos cursos a oportunidade de recuperar o tempo perdido e buscar superação.

Na Rocinha, as aulas têm ocupado o horário noturno, sempre às segundas, terças e quintas-feiras, para alunos do quarto ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Há também aulas de inglês e espanhol, às quintas-feiras, para todas as idades, a partir das 17h. O trabalho é desenvolvido por voluntários da Associação de Reforço Escolar Fundamental – RefRocinha, professores tanto da rede pública quanto privada que se dispõem a ensinar gratuitamente fora de seus expedientes de trabalho.

A metodologia do grupo segue o princípio de identificar as dificuldades de cada aluno e procura adequar o nível deles à série em que estudam. Para o ensinamento não se tornar cansativo, até por conta do horário, as informações são passadas de forma lúdica, muitas vezes com contação de histórias, e o resultado tem sido bom. O coordenador do projeto, Gabriel Henrique Gonçalves Silva, de 24 anos, é ex-morador da comunidade e encara o desafio como uma missão.

”Percebemos que alguns alunos tiveram uma evolução muito rápida. Teve um caso de um aluno de 13 anos que nem sabia ler e conseguiu aprender. É muito recompensador”, conta o coordenador, que lidera grupo de oito professores, atendendo 190 alunos, incluindo espaço numa igreja local.

O aluno Pietro Souza da Silva, de 13 anos, está no sétimo ano do Ensino Fundamental e precisa do reforço para avançar em Língua Portuguesa e História. Ele conta que durante a pandemia teve dificuldade em assistir às aulas on-line por causa da qualidade da internet em casa.

”Minha mãe pagava aula de reforço, mas ficou caro para ela. Aqui é gratuito, e eu acesso a internet no celular pelo wifi”, diz o menino. Michel Guimarães Soares, 12 anos, está no sétimo ano e sofre com a matemática. ”Minha mãe ficou preocupada e me colocou no reforço da Biblioteca Parque”, conta ele.

O projeto da Rocinha conta com doações de material escolar e recebe apoio do Departamento de Educação da PUC-Rio, que avalia alunos e professores. A estrutura da Biblioteca Parque, com sua lanhouse, seu acervo de livros e videoteca é outro fator que ajuda na turbinada necessária aos alunos do reforço escolar.


Estrutura parecida é encontrada em Manguinhos, onde começam a surgir projetos de voluntários dedicados à educação. Natália Oliveira, de 29 anos, é missionária da Comunidade Católica Shalom e dá aula de redação todas as terças-feiras, à tarde, no lugar.

”A maior dificuldade dos alunos é desenvolver um texto mais longo. Talvez por conta da internet, às vezes não conseguem escrever mais do que cinco linhas. Além de procurar aprimorar a escrita, meu objetivo é estimular a leitura e aqui é o lugar ideal para isso”, afirma a professora, que procura estimular a consulta ao acervo da própria biblioteca por parte dos alunos.

A maioria dos participantes pensa em se preparar para a universidade ou fazer um concurso público. Por isso, o reforço em redação é fundamental. Yasmin da Silva Souza, de 13 anos, conta que em sua escola as aulas de escrita foram abandonadas a partir do sétimo ano, e esse aprimoramento faz falta.

”Pretendo fazer o Enen e realizar concurso para a Marinha ou Exército. Por isso estou começando a me preparar”, diz a estudante.

Marcos Alexandre Carvalho Silva, 18 anos, já concluiu o Ensino Médio e também pretende ingressar nas Forças Armadas, mas procura superar as dificuldades com o texto. ”Meu maior problema é com a pontuação. Por isso, procurei esse curso”, afirma Silva.

A administração da Biblioteca de Manguinhos já procura outras parcerias para oferecer aulas de inglês e espanhol e outras disciplinas. Ainda há vagas em todas as turmas de reforço das duas bibliotecas. Para se inscrever, o responsável pelo estudante precisa procurar a recepção da unidade.

Serviço:

Biblioteca Parque da Rocinha:

Endereço: Estrada da Gávea, 454.

Telefone: (021) 99995-0862

Horário: De segunda a sexta, das 9h às 22h

Biblioteca Parque de Manguinhos:

Endereço: Avenida Dom Hélder Câmara, 1.184.

Telefone: (21) 99384-3977

Horário: De segunda a sexta, das 10h às 18h

CUFA e Uber Eats se unem para doação de cestas básicas em favelas

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Para doar, basta entrar no aplicativo e escolher entre as opções

dentro da loja virtual “Cestas básicas – A comunidade nos move”

A Central Única das Favelas lançou uma nova parceria com a Uber para doação de cestas básicas a favelas afetadas pela pandemia de Covid-19. Em sua segunda edição, a ação vai beneficiar famílias de sete capitais do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Salvador, mas pessoas de todo o Brasil poderão participar da ação. Assim como aconteceu em 2020, as doações podem ser feitas por meio da loja virtual “Cestas básicas – A comunidade nos move”, disponível no aplicativo Uber Eats.

Dados apontam que 55,2% dos lares brasileiros, o equivalente a 116,8 milhões de pessoas, conviveram com insegurança alimentar no fim de 2020. Desse total, 9% enfrentaram insegurança alimentar grave, ou seja, passaram fome, conforme aponta levantamento realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), divulgado pela Agência Brasil.

“A pandemia reduziu a renda familiar de muitos brasileiros e cerca de 19 milhões de pessoas passaram fome no Brasil no fim de 2020. A insegurança alimentar é uma preocupação dentro das favelas, que estão ainda mais afetadas por conta das consequências dessa crise sem precedentes”, afirma Elaine Caccavo, diretora da CUFA. “Para nós, é fundamental reforçar a rede de apoio da CUFA por meio de parcerias para levar itens básicos de alimentação a essas pessoas, dando um pouco de alento neste momento em que as atividades econômicas do país ainda estão sendo retomadas”, complementa.

De acordo com um levantamento do DataFavela/Locomotiva, famílias moradoras de comunidades foram especialmente impactadas pela pandemia de Covid-19: quase 70% delas têm enfrentado dificuldades para comprar comida. “Sabemos da importância de renovar essa parceria com a CUFA e ser, pelo segundo ano seguido, uma ponte entre quem deseja ajudar e quem precisa de auxílio, ainda mais em um momento em que tantas famílias brasileiras passam por essa situação de insegurança alimentar”, afirma Daniel Colunga, Diretor Geral do Uber Eats no Brasil.

Como doar:

Entre no aplicativo do Uber Eats.
Dentro do aplicativo, procure pela loja “Cestas básicas – A comunidade nos move”.
Selecione os produtos que quer doar e finalize a compra.

Pessoas que estão fora das cidades atendidas pela ação também poderão doar: basta inserir um endereço correspondente a uma das cidades (por exemplo, Avenida Paulista), localizar uma loja e fazer a doação. Lembrando que, para essa ação, a Uber receberá os pedidos e, ao longo das próximas semanas, fará a entrega diretamente aos centros de distribuição coordenados pela CUFA, que ficará responsável pela doação para as famílias.

Sobre a CUFA

A CUFA (Central Única das Favelas) é uma organização brasileira reconhecida nacional e internacionalmente nos âmbitos político, social, esportivo e cultural que existe há 20 anos. Foi criada a partir da união entre jovens de várias favelas, principalmente negros, que buscavam espaços para expressarem suas atitudes, questionamentos ou simplesmente sua vontade de viver.

A CUFA promove atividades nas áreas da educação, lazer, esportes, cultura e cidadania, como grafite, DJ, break, rap, audiovisual, basquete de rua, literatura, além de outros projetos sociais. Além disso, promove, produz, distribui e veicula a cultura hip hop através de publicações, discos, vídeos, programas de rádio, shows, concursos, festivais de música, cinema, oficinas de arte, exposições, debates, seminários e outros meios. São as principais formas de expressão da CUFA e servem como ferramentas de integração e inclusão social.

Através de uma linguagem própria, pretende ampliar suas formas e possibilidades de expressão e alcance. Deste modo, ela vai difundindo a conscientização das camadas desprivilegiadas da população com oficinas de capacitação profissional, entre outras atividades, que elevam a autoestima da periferia quando levam conhecimento a ela, oferecendo-lhe novas perspectivas.

Agindo como um polo de produção cultural e prática desportiva desde 1999, através de parcerias, apoios e patrocínios, a CUFA forma e informa os cidadãos de São Paulo, do Rio de Janeiro e dos outros 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal e de países como Bolívia, Alemanha, Chile, Hungria, Itália e Estados Unidos. Dentre as atividades desenvolvidas pela CUFA, além das supracitadas, há cursos e oficinas de DJ, gastronomia, audiovisual, teatro, produção cultural e muitas outras. São diversas ações promovidas nos campos da educação, esporte, cultura e cidadania, com mão de obra própria.

A equipe CUFA é composta, em grande parte, por jovens formados nas oficinas de capacitação e profissionalização das bases da instituição e oriundos das camadas menos favorecidas da sociedade; em sua maioria, moradores de comunidades carentes.

Sobre Uber Eats

O Uber Eats permite que usuários pesquisem e descubram restaurantes, empreendimentos gastronômicos, farmácias, pet shops e lojas de conveniência e que solicitem o que precisam receber em casa, por intermédio dos entregadores parceiros do aplicativo, de forma confiável e rápida, apenas ao toque de um botão. Desde o lançamento do aplicativo, há mais de cinco anos, o Uber Eats tem aproveitado a experiência em tecnologia da Uber e a forma como a empresa entende aspectos logísticos para atender a mais de 500 cidades, em 36 países, em todo o mundo. No Brasil, o Uber Eats está disponível desde 2016, atualmente em mais de 150 cidades, em todos os estados do país.

Pesquisa comprova: pandemia agrava abismo criado pelo racismo estrutural

Dados coletados por jovens pesquisadores de favelas do Rio de Janeiro evidenciam aprofundamento das desigualdades sociais em tempos de luta contra a covid-19

Por Tamyres Matos, em 03/10/2021 às 07h. Editado por Daniele Moura

Supervisionados pela experiente socióloga Julita Lemgruber e pela ativista dos direitos humanos Rebeca Lerer, um grupo de jovens pesquisadores, através do estudo Coronavírus nas favelas: a desigualdade e o racismo sem máscaras, transformou em dados a dura experiência do morador de periferia no Rio de Janeiro no período da pandemia. Além dos desafios universais, quem vive em regiões como o conjunto de favelas da Maré, o Complexo do Alemão e a Cidade de Deus ainda precisa conviver com o desrespeito de representantes do Estado à proibição de operações policiais desde a época em que as tentativas de isolamento social eram mais rígidas.

Mais da metade dos entrevistados, inclusive, nunca conseguiu aderir ao isolamento, principalmente por causa das demandas de trabalho (apenas 26% afirmaram ter carteira assinada) na busca pela sobrevivência. Entre os dados mais marcantes da pesquisa, 63% das pessoas relatam ter ficado sem água em algum momento da pandemia – a falta de água faz parte da rotina de 37% dos moradores -, o que é uma dificuldade central na prevenção à covid-19. Uma das conclusões da pesquisa, evidente pelo nome escolhido, está na relação entre as consequências sociais e o perfil racial destes moradores.

“Eu sou essa população de favela, essa população preta que está nos dados. Faltou água na minha casa, faltou luz, fiquei sem internet… infelizmente, o que era pra ser um problema excepcional se tornou algo comum, algo cotidiano. Essa situação é estrutural e acontece há décadas. Essa desigualdade é acentuada pela questão racial e a pandemia só veio pra agravar isso”, afirma Sabrina Martina, conhecida como MC Martina, rapper que mora no Complexo do Alemão.

Sabrina Martina/MC Martina, uma das coordenadoras da pesquisa. Foto: Divulgação

O trabalho do coletivo Movimentos está associado à desmistificação do debate sobre as drogas no Rio de Janeiro, por acreditar que uma nova abordagem no que diz respeito às políticas públicas sobre o tema é urgente. E o que a pandemia tem a ver com isso? A violência da “guerra às drogas” não deu trégua. É só lembrar que João Pedro, de 14 anos, foi morto a tiros durante uma operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. O adolescente tentou acalmar a mãe preocupada: “Estou dentro de casa”, disse em um áudio do WhatsApp. Isso aconteceu em 18 de maio de 2020, quando o Brasil acumulava oficialmente 16.856 vítimas fatais de covid-19 e a campanha #fiqueemcasa ganhava ainda mais força na internet.

“A gente precisa do fim da ‘guerra de drogas’. Essas operações policiais nas favelas que as tornam um campo de guerra, onde moradores acabam sendo os alvos, precisam acabar. São gastos milhões e milhões dos cofres públicos com essa política de segurança que está falida. É o sangue da população que escorre, muitos policiais acabam mortos nesse confronto sem vencedores entre os nossos”, diz o historiador Aristênio Gomes, morador do Parque União e um dos coordenadores do coletivo.

Aristênio Gomes é morador da Maré e um dos integrantes do estudo. Foto: Divulgação

O racismo estrutural também fica explícito ao analisar os dados das vítimas desta “guerra”. Um levantamento da Rede de Observatórios de Segurança Pública divulgado no fim do ano passado mostrou que 86% das pessoas mortas em operações policiais no Rio de Janeiro são negras. 

População organizada: potência e (sobre)vivência

O combate aos efeitos devastadores da pandemia reforçou a lógica de diversos coletivos e ONGs nas favelas do Rio de Janeiro: “se o Estado não age, agimos nós”. Ações de assistência social e conscientização foram coordenadas e realizadas pelos próprios moradores e novas frentes de solidariedade que se organizaram para amenizar os danos causados pela falta de assistência.

“Às custas de muito esforço e a despeito dos riscos assumidos por ativistas, defensores de direitos humanos e lideranças comunitárias, as campanhas de arrecadação e distribuição de cestas básicas e kits de higiene nas favelas fizeram (e continuam fazendo) a diferença na vida de dezenas de milhares de famílias, assumindo um papel que devia ser do Estado”, aponta o relatório.

Para Aristênio, o histórico de construção coletiva e mobilização foi o principal elemento para amenizar os impactos da epidemia global nas favelas participantes do estudo. “As ações de combate à fome, a testagem e a vacinação em massa… tudo isso ajudou e ajuda muito para que essa população possa ter um respiro a mais em comparação a outras favelas que, infelizmente, não contam com tantas organizações e coletivos quanto a Maré, a Cidade de Deus e o Alemão”, considera.

O estudo destaca que, em 2020, o governo federal deixou de gastar mais de R$ 80 bilhões do orçamento destinado ao combate à pandemia, permitindo, assim, que a situação escalasse para os mais de 200 mil mortos pelo vírus em 2020, com taxas recorde de desemprego (13 milhões de pessoas).

Construção do estudo

A pesquisa foi realizada entre os meses de  setembro e outubro de 2020, usando o método quantitativo de coleta e análise de dados dos moradores das favelas do Complexo do Alemão, do Complexo da Maré e da Cidade de Deus. É importante ressaltar que outras favelas também participaram da pesquisa, mas por se tratarem de localidades dispersas pela cidade do Rio de Janeiro, foram categorizadas como “Outras”.

As questões foram organizadas em 5 eixos temáticos: perfil socioeconômico; covid-19 e acesso à saúde; impactos da pandemia na saúde mental; uso de drogas durante a pandemia; violência. Com um total de 55 perguntas, a ferramenta utilizada para coleta de dados foi o Google Forms, disponibilizada por aplicativo para celular.

A proporcionalidade dos questionários por favela usou como base dados divulgados pelo IBGE (2010). Sendo assim, o Complexo da Maré contemplava 129.000 habitantes (totalizando 55,1%, necessitando a aplicação mínima de 275 de 500 questionários), o Complexo do Alemão possuía 69.148 habitantes (29,4%, com aplicação mínima de 148 de 500 questionários), e Cidade de Deus contava 38 mil habitantes (15,5%, aplicação mínima de 100 de 500 questionários). Diante disso, foram aplicados 342 questionários na Cidade de Deus, 305 no Complexo da Maré, 165 no Complexo do Alemão e 143 de outras favelas, totalizando os 955 participantes do estudo apresentado.

Outros dados significativos

  • 83% responderam ter ouvido tiros de suas casas durante a pandemia;
  • 69% disseram já ter presenciado ou tomado conhecimento de operações policiais na favela em que vivem;
  • 73,8% dos entrevistados afirmaram sentir que houve um aumento de casos de violência doméstica;
  • 93% dos entrevistados afirmaram conhecer alguém que teve Covid-19;
  • 73% souberam de alguém que morreu da doença;
  • 62% dos entrevistados solicitaram o auxílio emergencial oferecido pelo governo federal, mas somente 52% o receberam;
  • 50% dos moradores solicitaram doações e, dentre esses, 56% receberam ajuda;
  • 76% dos respondentes declararam ter algum distúrbio do sono;
  • 43,1% alegaram ter algum nível de depressão;
  • 34% dos entrevistados disseram que a ansiedade é o sentimento mais presente em relação à pandemia. Os outros sentimentos elencados foram: tristeza, medo, pânico, pensamentos negativos, dores, depressão e palpitação acima da média.

Ronda: Prefeitura do Rio celebra restabelecimento do ‘passaporte da vacina’

Por Tamyres Matos, em 01/10/2021 às 18h38

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, celebrou o restabelecimento do “passaporte da vacina” durante a divulgação do 39º Boletim Epidemiológico na manhã desta sexta-feira. Na última quarta, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Paulo Rangel, da 3ª Câmara Criminal, havia decidido pela suspensão parcial dos efeitos do decreto municipal do Rio que exige comprovante de vacinação para a entrada em determinados locais e estabelecimentos.

“Queria saudar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, ao restabelecer o ‘passaporte da vacina’. Não há qualquer objetivo por parte da Prefeitura de cercear os direitos de qualquer indivíduo, mas nós entendemos que o direito coletivo à saúde está relacionado à necessidade de proteger a população num país em que 600 mil vidas foram perdidas na pandemia. É necessário estabelecer medidas para evitar que as pessoas contraiam a doença e, claro, em casos mais graves, evitar que essas pessoas venham a óbito”, afirmou Paes.

De acordo com os dados apresentados, os casos notificados e os atendimentos na rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave na capital também mantêm a tendência de queda sustentada. O site oficial da Prefeitura destaca a fila de espera zerada por leitos para casos de covid-19 e uma das menores taxas de hospitalização desde o início da pandemia.

“Nosso foco, agora, é a retomada da economia. Com a diminuição dos casos e dos óbitos, a gente pode voltar a fazer com que a nossa rede municipal de saúde funcione com mais tranquilidade. Claro que, com algum grau de restrição, já vivemos na cidade uma situação completamente diferente daquela que passamos desde o começo da pandemia”, declarou o prefeito.

Foi anunciado ainda que o boletim passará a ser divulgado quinzenalmente e não mais todas as sextas-feiras.

População carioca 100% vacinada até novembro

Eduardo Paes reforçou que a retomada da economia no Rio depende da imunização em massa da população e do controle de circulação nos espaços públicos da capital fluminense. “O Rio de Janeiro é uma cidade que quer retomar a normalidade, quer ter Réveillon, quer ter Carnaval, quer ter os hotéis lotados. Para isso é importante que se entenda que quando exigimos o passaporte da vacinação estamos dando um sinal para aqueles que nos visitam. Tenho como garantia que até segunda quinzena de novembro quase 100% dos cariocas adultos vão estar com a segunda dose, mas não temos como garantir o ciclo vacinal completo dos turistas. Quem não tiver se vacinado não será bem-vindo no Rio de Janeiro”, sentenciou.

A vacinação na cidade avança com a repescagem da primeira para qualquer pessoa a partir de 12 anos e com a dose de reforço para idosos e trabalhadores da saúde. Até 30 de outubro podem tomar a dose de reforço quem tomou a segunda dose em abril. O calendário da Prefeitura avança até fevereiro de 2022, com o reforço para os trabalhadores da saúde que tenham completado a vacinação em julho e agosto.

Nesta sexta-feira, o reforço foi aplicado nos idosos de 79 e sábado é a vez das pessoas com 78 anos. Na semana que vem, serão contemplados os idosos até 73. A Secretaria municipal de Saúde também antecipou a segunda dose para quem recebeu a primeira da Pfizer e tem 40 anos ou mais. Estes podem procurar o posto para completar a imunização 21 dias depois da primeira dose.

Segunda dose antecipada na Maré

O último boletim do Conexão Saúde, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Conselho Comunitário de Manguinhos, Redes da Maré, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio, anunciou a antecipação da segunda fase do #VacinaMaré. A aplicação da segunda dose ocorrerá entre os dias 14 e 16 de outubro (semanas antes do previsto inicialmente).

“Além disso, seguimos atuando na construção de um estudo, em parceria com a Fiocruz e a Secretaria de Saúde, que vem trabalhando com 14 equipes de campo, compostas por mobilizadores e agentes de saúde, que estão visitando cerca de 2.000 famílias da Maré para mapear a transmissão do vírus no ambiente familiar. Esta coleta de dados e informações, além de gerar conhecimento sobre o comportamento do vírus, pretende também qualificar a compreensão da situação de saúde das famílias mareenses, o que nos dá mais condições para atuar na mobilização de políticas públicas em saúde para a Maré”, explica o texto divulgado pela Redes da Maré.

Número de casos

De acordo com o Painel Unificador COVID-19 Nas Favelas, o Conjunto de Favelas da Maré é o 1º lugar nos registros de óbitos e casos dentre as comunidades cariocas. Ao todo, são 9.394 casos e 373 mortes no território. Na lista, ainda permanecem em ordem como principais pontos de infecção e óbitos: Rocinha (3.883 casos/ 140 mortes), Fazenda Coqueiro (3.769 casos/ 242 mortes), Alemão (3.026/ 172 mortes), e Complexo da Penha (2.464 casos/ 118 mortes).

Maré de Cultura

Desta sexta-feira (01) a 10 de outubro, a Mostra de Cinemas Africanos ocupa o Sesc Digital com uma curadoria que lança luz sobre o cinema de gênero do continente, como o filme de terror e fantasia Juju Stories, do coletivo nigeriano Surreal 16, e o road movie feminista Flatland, dirigido pela sul-africana Jenna Bass.

A cantora Josyara e a dupla Saskia & Felinto estão entre os destaques do Negras Melodias Show, festival online que acontece ao longo do fim de semana.

A cineasta Lucia Murat, de Quem Bom te Ver Viva, é a homenageada do 3º Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual, que a partir de quarta ocupa as plataformas Videocamp, Mubi, Telecine e YouTube.

Se liga nos destaques da semana

Sábado (25/9)
Trens do Rio podem piorar e a tarifa passar de R$ 7 em 2022 se nada mudar na Supervia, aponta estudo, por Casa Fluminens
Festas de São Cosme e Damião reúne religiões pela alegria das crianças, por Hélio Euclides

Domingo (26/9)
Processo contra PM que matou Ágatha Félix está parado há um ano, por Jeniffer Mendonça, em Ponte Jornalismo

Segunda-feira (27/9)
Gerando Falcões abre processo seletivo para formação gratuita de líderes sociais do Rio de Janeiro, por Redação

Terça-feira (28/9)
‘Aulão virtual’: Governo do Rio faz intensivo do Enem para alunos concluintes do Ensino Médio, por Redação
Secretaria de Ciência e Tecnologia prorroga inscrições para curso gratuito de Python, por Redação

Quarta-feira (29/9)
Projeto abre inscrições para o Catálogo de Promoção da Igualdade Racial, por Redação
Rocinha ganha curso inédito de gastronomia com chef renomada, por Michel Silva e Osvaldo Lopes – Fala Roça
Após 50 anos, ‘Passarela do Caracol’ entra para galeria de memórias da Maré, por Hélio Euclides

Quinta-feira (30/9)
Iniciativas na Maré criam alternativas de arborização no território, por Hélio Euclides
Resistência: caminhos da arte periférica a partir da Maré, por Tamyres Matos 
Festival FALA! discute o jornalismo independente, diverso e plural, por Redação

Sexta-feira (01/10)
Centro de Promoção da Cidadania LGBTIQIA+ é inaugurado na Maré, por Hélio Euclides