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Vacinação dos adolescentes começa na próxima segunda-feira; veja calendário

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Por Redação, em 19/08/2021 às 10h45

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio encerra nesta semana o calendário de vacinação da população adulta contra a Covid-19 e inicia na segunda-feira (23/08) a imunização dos adolescentes. O calendário seguirá escalonado e com três dias para cada idade: segunda, terça e quarta-feira para quem tiver 17 anos; quinta, sexta e sábado para os de 16, e assim sucessivamente.

A vacina usada será a da Pfizer, única liberada pela Anvisa para esta faixa etária. No momento da vacinação é preciso apresentar documento de identidade original com foto, número do CPF e, se possível, a caderneta de vacinação.

Especificamente para os adolescentes com deficiência não haverá escalonamento, e a partir dos 12 anos eles já podem se vacinar de segunda-feira em diante. Pessoas com esta condição, adultos ou adolescentes, devem apresentar laudo da rede pública ou particular; cartões de gratuidade no transporte público; documentos comprobatórios de atendimento em centros de reabilitação ou unidades especializadas no atendimento de pessoas com deficiência; documento oficial de identidade com a indicação da deficiência ou qualquer outro documento que indique se tratar de uma pessoa com deficiência.

Segue o calendário de vacinação dos adolescentes em agosto. O de setembro será divulgado oportunamente.

O ‘progresso’ e o direito à moradia: um Rio de remoções

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No início do mês de agosto, a Prefeitura demoliu 32 construções consideradas irregulares na Nova Holanda; moradores se queixam da ausência de notificação e se desesperam por falta de perspectivas

Por Tamyres Matos, em 19/08/2021 às 07h. Editado por Edu Carvalho

A retirada de construções apontadas como irregulares é parte marcante do cotidiano nas atividades da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em ações que contam geralmente com a presença de funcionários das secretarias de Ordem Pública (Seop) e Conservação (Seconserva), a gestão do prefeito Eduardo Paes aponta reiteradamente este combate como uma de suas prioridades. No último dia 6 de agosto, noticiamos a demolição de 32 destas construções na Nova Holanda. Em maio deste ano, uma situação similar havia ocorrido na favela Rubens Vaz.

A narrativa oficial geralmente dá conta de que as construções representam riscos, seja para o meio ambiente, seja para a população. No caso das demolições na Nova Holanda, as notas enviadas à imprensa apontam que houve aviso aos responsáveis pelas obras, que “casas de alto padrão”  estavam sendo construídas irregularmente ou que teriam propósitos comerciais. 

No entanto, o discurso dos representantes do poder público geralmente contrastam com as falas dos moradores e associações. Na situação da Nova Holanda, por exemplo, diversos moradores deram depoimentos que contradizem a fala oficial, como Bárbara Lima: “Não sabia de nada. Gastei R$ 50 mil, que agora foram destruídos, um sonho que foi por água abaixo”.

Segundo os moradores, casas foram demolidas na Nova Holanda sem que eles fossem notificados; Prefeitura nega | Foto: Matheus Affonso
Casas foram demolidas na Nova Holanda sem que eles fossem notificados; Prefeitura nega | Foto: Matheus Affonso

Para Carlos Bernardo Vainer, doutor em desenvolvimento econômico e social e membro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), os valores proibitivos praticados pelo mercado imobiliário e a ausência de políticas públicas de garantia do direito à moradia têm relação direta com esse tipo de situação. 

“Se há um fato urbano que marca a história e o presente das cidades brasileiras, este fato é o seguinte: o mercado imobiliário não atende às necessidades da imensa maioria da população. As classes trabalhadoras sempre tiveram que se virar para encontrar meios de morar na cidade – uma cidade que é profundamente desigual, injusta”, aponta.

O presidente da Associação de Moradores da Nova Holanda, Gilmar Junior, reiterou que, no caso do início de agosto, o grupo que construía no local sequer foi avisado. “Os moradores estão desesperados, pois não há direito ao aluguel social ou ao Programa Casa Verde e Amarela. Hoje destruíram o sonho do morador. Antes era um terreno vazio, sem nenhum projeto para o local. A periferia sempre fica para trás. Estamos indignados”, protestou.

Diego Vaz, subprefeito da zona norte, argumentou que a ocupação era irregular: “Derrubamos as casas que estavam à margem do rio. Elas obstruíam a passagem da água e traziam prejuízos para a clínica da família. Essa gestão vai retirar tudo que é irregular e traga perigo ou transtorno, seja onde for”.

Segundo Vainer, a história da propriedade da terra no Brasil é de “grilagem e apropriação violenta” e, muitas vezes, a parcela mais pobre da população fica à mercê dos conflitos fundiários que envolvem, inclusive, grupos criminosos. “Isso vale para a Barra da Tijuca, mas também para vastas áreas periféricas do que, nos anos 1930 e 1940, ainda eram áreas rurais, como Campo Grande, Santa Cruz… isso para não falar da periferia da região metropolitana – Caxias, Nova Iguaçu, grande Niterói – cujo processo de urbanização e ocupação por moradias das classes trabalhadoras foram resultados de loteamentos quase sempre irregulares sob a proteção de chefes políticos locais e suas famílias”, explica.

Histórico de remoções

Em publicações nos perfis oficiais da Prefeitura (incluindo as das citadas secretarias), o termo ‘remoção’ não é utilizado. As palavras usadas geralmente são “demolição” e “retirada”. Há uma lei de setembro de 2020 que determina a suspensão do cumprimento de mandados de reintegração de posse, despejos e remoções judiciais ou extrajudiciais no período de pandemia.

O livro “SMH 2016: remoções no Rio de Janeiro Olímpico” recupera o desenrolar dos fatos durante o período de preparação para as Olimpíadas de 2016, realizadas na capital fluminense. Eduardo Paes é apontado como o prefeito que mais removeu na história do Rio de Janeiro, superando, inclusive, Pereira Passos, chefe do Executivo do Rio no início do século XX, célebre pela política de remoções por motivos sanitários e urbanísticos. À época, Paes qualificou o livro como “panfleto de oposição”.

De acordo com Carlos Vainer, o Rio teve três grandes ondas de remoção ao longo de sua história. A primeira é a Reforma Pereira Passos, na primeira década do século XX; a segunda ocorre nos governos de Carlos Lacerda e Negrão de Lima, governadores do então estado da Guanabara, com uma ampla e radical remoção de favelas encravadas na Zona Sul; e a mais recente ocorreu a partir de 2014.

“A terceira era de grandes remoções aconteceu recentemente, como se sabe, durante o ciclo dos megaeventos esportivos – Olimpíadas, Copa do Mundo -. Quando mais de 100 mil pessoas foram removidas à força de áreas de interesse do capital financeiro-imobiliário e empurradas para periferias distantes. A história do Rio de Janeiro pode ser contada com a história das remoções forçadas”, analisa o pesquisador.

Vainer acredita que, embora seja o cumprimento da função social da propriedade e da cidade esteja em todas as declarações de direitos humanos e na nossa Constituição, a única maneira de tornar realidade o direito à moradia digna é a luta organizada dos trabalhadores, dos sem teto e das pessoas que vivem e moram em condições precárias.

“O usucapião urbano é uma grande conquista obtida na Constituição de 1988, mas permanece no papel. Milhões de pessoas em todo o Brasil, pelo que diz a Constituição, deveriam ser consideradas proprietários das terras que ocupam com suas moradias, mas o direito de propriedade da terra no Brasil é monopólio de poucos”, considera.

‘Memória não se remove’

Um museu social de resistência: é desta maneira que se apresenta o Museu das Remoções. Entre as obras expostas existem esculturas construídas com os escombros das casas removidas da Vila Autódromo, na Barra da Tijuca, no período pré-Jogos Olímpicos de 2016. Esta foi a única remoção que a Prefeitura do Rio reconheceu estar diretamente associada ao megaevento.

Para Diana Bogado, arquiteta e urbanista e cogestora do centro cultural, a Vila Autódromo é símbolo representativo de um processo mais abrangente do Rio de Janeiro. Ela relembra que, antes do início das remoções, um plano popular foi apresentado pelos moradores da comunidade, em parceria com as universidades federais UFF e UFRJ, para evidenciar que o Projeto Olímpico poderia ser realizado sem expulsar os moradores de suas casas.

A iniciativa ficou, inclusive, em primeiro lugar no Urban Age Award, importante prêmio internacional que reconhece e celebra iniciativas criativas para as cidades. A premiação é organizada pelo Deutsche Bank e pela London School of Economics e cerca de 170 projetos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro concorreram. Mas nada disso adiantou.

Foto: Museu das Remoções

 “Não é possível que o planejamento urbano continue sendo pautado por remoções. Retirar das pessoas moradoras o direito à moradia viola a Constituição. A forma como essas remoções são feitas viola os direitos humanos. Gestões como a de Eduardo Paes colocam interesses privados acima dos interesses coletivos, isso contraria completamente o que é o que deveria ser o papel do Estado. Existe a obrigação de organizar e ordenar o território sim, mas a forma como isso vem sendo implementado faz com que o mercado defina o que vai acontecer com o território segundo seus próprios interesses”, argumenta.

A arquiteta acredita que a maneira de começar a combater o déficit habitacional (estimado em 340 mil, no contexto dos municípios da região metropolitana do Rio, pela Casa Fluminense) passa por requalificação urbanística e das casas nas favelas e pela efetivação de um plano diretor que atenda realmente às necessidades da população dentro das regiões periféricas. Além disso, ela destaca a importância das habitações sociais no centro da cidade, que constam nos planos anunciados recentemente pela Prefeitura.

Para Carlos Vainer, somente a luta e a organização populares têm a capacidade de criar as condições políticas, econômicas e sociais para alcançarmos objetivo. “É quando um coletivo numa favela ou bairro popular se organiza e reivindica, é quando uma rede de solidariedade se estrutura, é quando um grupo cultural, quando grupos de jovens, de mulheres, de LGBTQ+ se reúnem para enfrentar seus problemas e desafios, é quando isso acontece que estamos nos preparando para acabar com o déficit de moradias e mudar nossa cidade”, acredita.

Atualmente, os moradores da Vila Autódromo cobram o cumprimento da segunda parte do acordo firmado após muita luta e diálogo: a construção de um parque, um centro cultural e outros equipamentos para a região por parte da Prefeitura. Inicialmente, mais de 500 famílias viviam na Vila Autódromo, mas só restaram 20. Além do Parque Olímpico, as remoções foram realizadas sob a justificativa da construção do Centro de Mídia e das reformas de mobilidade urbana.

Trabalhador sim, mas em situação de rua

Com aumento da quantidade de pessoas nas ruas, até mesmo uma parcela dos profissionais que entregam comida em serviços de aplicativos não tem o que comer

Maré de Notícias #127 – agosto de 2021

Por Amanda Pinheiro e Edu Carvalho

Associado às altas taxas de desemprego (recorde de 14,7% no 1º trimestre de 2021), o crescimento da população em situação de rua é uma das consequências da maior crise sanitária dos últimos cem anos, e tem provocado também um aumento na procura por ajuda de quem, antes da pandemia, conseguia sobreviver com o seu trabalho.

Integrantes do Projeto Ruas, que presta assistência à população em situação de rua no Rio de Janeiro, afirmam ter percebido uma mudança de perfil dos que estão sendo acolhidos através dos encontros.

“Recebemos muitas pessoas que antes da pandemia não estavam em situação de rua, mas que agora não têm o que comer. Fomos pegos de surpresa, por exemplo, com a chegada de entregadores de aplicativos de entrega que, às vezes, passam horas trabalhando, mas não têm dinheiro para se alimentar ou acesso a comida”, relata Larissa Montel, gestora executiva do projeto.

O que antes era uma ronda semanal, com rodas de conversas de voluntários, onde todos jantavam juntos e faziam atividades lúdicas, viraram ações emergenciais nos bairros de Copacabana, Glória, Largo do Machado e Tijuca.

“Cada dia mais as calçadas estão recebendo pessoas que nunca moraram na rua. Ou que haviam morado, mas tinham saído. A grande maioria, por conta das crises sanitária e econômica que vivemos”, diz Karol Abrantes, uma das fundadoras do Projeto Nossa Entrega.

Acolhimento e redução de danos na Maré

Há três anos, a Redes da Maré inaugurou o Espaço Normal que, além de atender usuários de drogas, faz o atendimento da população em situação de rua, oferecendo cozinha comunitária, banheiros com doações de roupas limpas e uma sala de estar com TV.

Durante a pandemia, a instituição fechou as portas, mas não parou o atendimento. No dia 2 de junho, a equipe promoveu a vacinação contra covid-19 nas ruas. Luna Arouca é coordenadora do projeto e explica que o Espaço dispõe redutores de danos (pessoas que trabalham junto a usuários de drogas, realizando atividades educativas e culturais) que acompanham continuamente as pessoas atendidas.

“Se tem gente com fome, dá de comer!”

A coordenadora conta que o projeto começou a entregar quentinhas por causa do isolamento social. Essa ação, segundo ela, mantém o vínculo estabelecido entre a população atendida e a equipe do Espaço Normal, que conta com ajuda externa para funcionar.

“A gente fez parceria com a Casa das Mulheres, que já tinha o bufê e as cozinheiras da Maré. E a captação de recursos da própria rede para o período da campanha permitiu que isso acontecesse”, diz.

Além de Luna, o Espaço Normal tem coordenação de Elivanda Canuto, além de quatro redutores de danos, uma assistente social, uma psicóloga e a equipe de acompanhamento do eixo de Desenvolvimento Territorial. Antes da pandemia, o espaço atendia cerca de 60 pessoas por dia; agora, são 150. 

Segundo a Prefeitura do Rio, somente em 2021 houve um número recorde de atendimentos à população em vulnerabilidade social: foram 444.849 nos primeiros cinco meses do ano, 22% a mais que no mesmo período de 2020 (350.049 atendimentos).

De acordo com o Censo da População em Situação de Rua 2020, foram identificadas 7.272 pessoas nessas condições na cidade do Rio; destas, 76,6% eram pretas ou pardas. Segundo a Secretaria de Assistência Social, os motivos que levam a essa realidade são, entre outros, conflitos familiares e o uso de drogas. 

Espaço Normal é referência no atendimento a pessoas em situação de rua – Foto: Douglas Lopes


Cinco policiais envolvidos na Chacina da Nova Brasília são absolvidos em Júri Popular

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Há 27 anos, uma operação policial no Complexo do Alemão executou 13 pessoas na região

Por Ariel Freitas, em Voz das Comunidades, em 18/08/2021 às 15h06

Após 27 anos, os cinco policiais, quatro civis e um militar, envolvidos na execução de 13 pessoas na Nova Brasília, Complexo do Alemão, durante uma operação policial em 1994, foram absorvidos através da decisão de um júri popular, no 1º Tribunal do Júri nesta terça-feira.

A ação, que ficou conhecida como Chacina de Nova Brasília, teve a participação de mais de 80 policiais civis e militares.

O julgamento dos agentes iniciou na segunda-feira (16) e foi retomado na terça. A primeira sessão, na segunda, foi finalizada por volta de 22h30.

Ao todo, sete testemunhas foram ouvidas: cinco de defesa dos réus e duas de acusação. Duas eram mulheres que afirmaram terem sido vítimas de abuso durante a ação policial.

Após ouvir testemunhas e réus, depois de 16 horas de julgamento, o Ministério Público pediu a absolvição dos agentes por falta de provas claras e os jurados decidiram absolver os cinco policiais.

Prefeitura do Rio anuncia R$ 20 milhões em fomento para a retomada do audiovisual carioca

Plano da RioFilme traz série de ações com investimentos e reestruturação do setor na cidade

Por Redação, em 18/08/2021 às 09h05

O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou na manhã de ontem (17/08), o Plano de Retomada do Audiovisual Carioca, um pacote de investimentos com uma série de medidas para recuperar e fortalecer o setor na cidade por meio da RioFilme, empresa que integra a Secretaria de Governo e Integridade Pública (SEGOVI). Estavam também presentes no lançamento, no Palácio da Cidade, o Secretário de Governo e Integridade, Marcelo Calero, o Diretor-Presidente da RioFilme, Eduardo Figueira, autoridades e representantes do setor audiovisual na cidade.

As ações preveem investir ainda neste ano de 2021, por meio de editais, R$ 20 milhões nas áreas de produção, finalização e desenvolvimento de projetos para o cinema, TV, ações locais e games. Neste orçamento, estão garantidos também recursos para a realização de eventos, mostras e festivais de cinema.

Entre as premissas para se participar dos editais há regras como: as empresas interessadas devem estar há pelo menos dois anos funcionando com sede na cidade do Rio, 70% dos recursos recebidos por meio dos editais devem ser gastos no município e os investimentos devem começar a ser utilizados ainda em 2021.  

Além do fomento, o Plano de Retomada prevê ações para a recuperação da infraestrutura do setor na cidade, como a reestruturação do Polo Cine Vídeo e a reabertura do CineCarioca Nova Brasília, no Complexo do Alemão, que se prepara para voltar às atividades em outubro de 2021.

Ainda dentro das medidas de infraestrutura, será criado por meio de decreto assinado pelo Prefeito, um Grupo de Trabalho, formado por representantes de secretarias municipais, para avaliar a criação do Distrito Criativo Carioca – DCC, na região entre Barra e Jacarepaguá, zona oeste da cidade. A partir do trabalho do GT, que tem prazo máximo de trabalho de 90 dias, serão analisadas, à luz das necessidades tributárias e estruturais, a viabilidade do Distrito, que tem como objetivo consolidar e solidificar as atividades de audiovisual na região, que já abrange um complexo de seguimentos inerentes ao setor, com estúdios de televisão, rede hoteleira, ampla estrutura comercial e turística e ainda, o Polo Cine Vídeo.  

Outra importante medida é a consolidação da RioFilme como porta de entrada para quem filma no Rio. Essa medida é amparada em um decreto assinado hoje pelo Prefeito, que amplia as competências da RioFilme, fazendo da empresa a centralizadora dos trâmites de liberação de filmagem na Cidade, com a implementação de um sistema que agiliza, desburocratiza e dinamiza os processos de autorização de uso de locações públicas. O processo trará critérios e prazos definidos e será mais eficiente e transparente. As novas regras entram em vigor em 60 dias, contados a partir da data da publicação do decreto.

Durante a cerimônia de lançamento, anunciou-se também uma importante parceria entre a RioFilme e a Firjan, que concederá uma ampla consultoria à empresa municipal para a modernização de sua estrutura e definição de seu planejamento estratégico, que deve resultar, entre outras realizações, na criação de uma nova marca: a RioFilme+.

O Plano de Retomada traz também a criação de um conselho consultivo, o Conselho da RioFilme, um importante passo na direção da ampliação da participação do mercado audiovisual nas decisões da empresa. O Conselho deverá reunir um grupo de sete notáveis representantes do setor audiovisual nas esferas pública e privada, sendo dois componentes da Prefeitura e cinco do mercado. O Conselho terá o desafio de auxiliar a RioFilme na sua interlocução com o mercado e na condução de suas diretrizes.

Fomento

Serão injetados R$ 20 milhões na cadeia produtiva do audiovisual no Rio de Janeiro, ainda em 2021, um dos maiores investimentos da RioFilme nos últimos dez anos. Os recursos se dividem entre: reembolsáveis, com R$ 15,18 milhões divididos entre dois editais e sete linhas (edital de fomento reembolsável com 5 linhas e edital de fomento automático reembolsável com 2 linhas); não reembolsáveis com R$ 1,070 milhão na produção de curtas-metragens e ações locais; e R$ 3,75 milhões que serão destinados ao apoio a Eventos, Mostras e Festivais.

Entre os recursos reembolsáveis, a linha de Complementação para Produção e Finalização de longas-metragens irá distribuir R$ 5,8 milhões entre no mínimo oito projetos de ficção, animação ou documentário. Ainda entre os longas-metragens, haverá um edital que priorizará os diretores estreantes: a linha “Revelando Talentos” dedicará R$ 3,75 milhões a, pelo menos, seis cineastas que preparam seus primeiros filmes.

O Edital com recursos reembolsáveis prevê também a linha de Desenvolvimento de longas-metragens, que irá beneficiar pelo menos seis projetos com um investimento total de R$ 540 mil a serem distribuídos entre ficções, animações ou documentários. Para obras seriadas serão destinados R$ 690 mil, distribuídos entre, pelo menos, oito projetos de animação, ficção ou documentário. Por fim, este edital prevê também uma linha dedicada à produção de games com recursos de R$ 400 mil reais.

Já o Edital de Investimento Automático irá distribuir R$ 4 milhões divididos em quatro prêmios, sendo metade por excelência em Desempenho Comercial e a outra metade destinada à mérito por Desempenho Artístico, nos dois quesitos as produtoras das obras serão as beneficiadas pelos prêmios.  O processo desse edital, por ser automático, é diferente dos demais.

Entre os editais com recursos não reembolsáveis, os curta-metragistas cariocas serão beneficiados por um edital não reembolsável específico para o formato, totalizando um investimento de R$ 920 mil que deverão ser distribuídos entre, pelo menos, dez projetos entre ficções, animações e documentários. E o Edital voltado para as Ações Locais prevê investimentos de R$ 150 mil, que deverão beneficiar no mínimo dez projetos.

Apostando na diversidade e a inclusão social, os editais preveem políticas afirmativas que concederão pontuação adicional por critérios como gênero, raça, pertencimento a outros grupos vulneráveis como pessoas com deficiência e transexuais, assim como localização da proponente em áreas de maior vulnerabilidade social (AP’s 3, 4 e 5 – nas zonas norte e oeste) pontuam mais.

O Plano de Retomada prevê também recursos não reembolsáveis no valor total de R$ 3,75 milhões, destinados a beneficiar eventos, Mostras e Festivais de cinema e iniciativas destinadas à formação de plateia.

Os projetos inscritos serão analisados por comissões de seleção específicas para cada linha, cada uma delas será composta por cinco pessoas escolhidas pelo critério de notório saber e atuação no setor audiovisual, entre representantes da administração pública e da sociedade civil.

Antes das inscrições, todos os editais serão abertos à Consulta Pública no site da RioFilme, a partir de hoje (17/08), nos endereços www.riofilme.com.br e www.rio.rj.gov.b/riofilme. Os interessados em participar da Consulta Pública poderão fazê-lo pelo e-mail [email protected]. No caso específico do Edital de Premiação Automática, estarão disponíveis os critérios de classificação das obras premiáveis.

Rio Film Commission

Outro ponto essencial da Retomada é o fortalecimento da Rio Film Commission (RFC), braço da RioFilme responsável pela condução de filmagens na cidade, que vai passar por profunda reestruturação para conquistar maior empoderamento e protagonismo. A ideia é tornar a RFC mais ágil e desburocratizada no papel de centralizadora entre os agentes que autorizam e fazem a gestão de locações para as filmagens no Rio, concentrando em uma única porta de entrada (Sistema da Rio Film Commission), os pedidos de autorização para filmagem em: vias e equipamentos públicos municipais, estaduais e federais.

Além disso, estão sendo criadas parcerias para a redução de prazos e custos junto aos gestores das locações mais disputadas na cidade. A meta é facilitar a vida de quem filma no Rio junto a empresas de Iluminação; Geradores de energia; Equipe de Câmera; Equipe de Movimento; hospedagem; Aluguel de Estúdios, entre outros. A proposta é tão promissora que de início já conquistou parceiros como os equipamentos BioParque, AquaRio, Paineiras Corcovado, Bondinho do Pão de Açúcar, Rio Star – a roda gigante no Porto Maravilha, Museu do Amanhã, e empresas como a VLTQuanta, Naymar e Hoffmann.

Para dinamizar o processo e atrair novas filmagens para a cidade serão disponibilizados os catálogos de locações e de produtoras cariocas no site da Rio Film Commission.

A Rio Film Commission também deverá fazer a ponte entre as produtoras e gestores públicos de espaços como Praias, Parques (SMAC); Teatros, Bibliotecas, Centros Culturais, Museus (SMC); Escolas (SME), Planetário (SEGOVI) e Equipamentos Esportivos (SMEL).

Infraestrutura

O Plano de Retomada do Audiovisual da RioFilme tem também como meta central o fortalecimento do ambiente produtivo e exibidor na cidade, se concentrando em ações voltadas para a reestruturação do Polo Cine Vídeo, por meio da concessão do espaço que será licitado, mediante investimentos para a sua modernização.

A ideia é oferecer no local estúdios com infraestrutura de ponta para o setor audiovisual no Rio de Janeiro, será feita a reforma dos seis estúdios existentes e a construção de mais 4.800 m2 em novos estúdios, ao final dos trabalhos, o Polo contará com uma área útil total de 9.600 m². Os vencedores da concorrência ficarão isentos de IPTU durante todo o contrato. Durante o período de obras, eles estarão isentos também do aluguel do espaço.

A criação do Grupo de Trabalho para se estudar a viabilização do Distrito Criativo Carioca – DCC é também uma conquista para as ações de fortalecimento da infraestrutura audiovisual na cidade. O Distrito é uma demanda do setor, que identificou na zona oeste, entre Barra e Jacarepaguá, um polo natural agregador de atrativos para a criação de um grande complexo audiovisual. Além dos estúdios de duas das maiores empresas de televisão do país, a área conta também com uma ótima base logística para as produções, como rede hoteleira, shoppings e equipamentos culturais, como a Cidade das Artes.

E finalmente, ainda falando de infraestrutura, a reabertura em outubro do CineCarioca Nova Brasília, no Complexo do Alemão, aponta para futuras ações junto ao parque exibidor, a RioFilme tem dialogado com representantes da área para otimizar ações voltadas para esses espaços na cidade.

Guia de Saúde Mental da Maré

Texto do encarte disponibilizado durante agosto em locais estratégicos das 16 favelas da Maré, como unidades de saúde e no Espaço Normal, reúne orientações básicas com cuidados para construção de bem-estar

O que é saúde mental?

Se você respondeu que saúde mental é não ter doenças mentais, está enganado. Vai muito além disso! A saúde mental faz parte da saúde de modo geral e também depende de muitos fatores como boa alimentação; uma moradia adequada; contar com água e esgoto, ter trabalho e renda, educação, cultura, segurança, acesso aos serviços de saúde, esporte, lazer, acesso a bens e serviços disponíveis onde se mora. Em outras palavras, é um conjunto de recursos que utilizamos para:

Lidar com o estresse sobrecarga de trabalho, perdas de pessoas queridas, dificuldades financeira; Nos relacionar bem uns com os outros gerando uma convivência em comunidade mais sadia; Fazer escolhas desde as mais simples (como a roupa que vamos usar) até as mais complicadas (carreira profissional, planos de futuro).

Saúde mental é um direito

Foto: Reprodução do encarte

A saúde mental faz parte da saúde de modo geral e também depende de muitos outros fatores como: boa alimentação; uma moradia adequada; contar com água e esgoto na comunidade, ter trabalho e renda, educação, cultura, segurança, acesso aos serviços de saúde, esporte, lazer, acesso a bens e serviços disponíveis na comunidade.

Não basta cada um agir sozinho, é preciso olhar para cada pessoa de forma global: as diferentes partes do seu corpo, incluindo a mente, o contexto social onde vive, as condições de vida, e observar suas necessidades de maneira mais ampla e integral. Todos corremos o risco de desenvolver doenças e problemas mentais, se não tomarmos os cuidados de prevenção necessários para reduzir os riscos e condições que podem afetar negativamente nossa saúde mental.

Sinais de alerta

1 – Preocupação ou medo constantes;

2 – Sentindo-se excessivamente triste ou deprimido;

3 – Pensamento confuso ou problemas de concentração e aprendizagem;

4 – Mudanças extremas de humor, incluindo euforia ou raiva incontrolável;

5 – Evitando família, amigos e atividades sociais;

6 – Mudanças no sono, tendo constante sensação de cansaço e pouca energia;

Estes são os principais sinais de alerta para doenças mentais. Ao identificar algum outro comportamento ou sinal suspeito, é recomendado que busque ajuda profissional.

7 – Mudanças nos hábitos alimentares, como aumento da fome ou falta de apetite;

8 – Dificuldade em perceber a realidade (delírios ou alucinações);

9 – Incapacidade de perceber mudanças nos próprios sentimentos, comportamento ou personalidade;

10 – Uso excessivo de substâncias como álcool ou drogas;

11 – Pensamento suicida;

12 – Incapacidade de realizar atividades diárias ou lidar com problemas diários e estresse.

Onde procurar ajuda

É possível cuidar da saúde mental de muitas formas diferentes: pensando no que nos dá prazer e nos ajuda a aliviar o estresse e a tensão do dia a dia. Podemos também tomar medidas simples como procurar dormir bem, praticar atividades físicas, ter horários certos para se alimentar e consumir alimentos saudáveis; passar momentos agradáveis ao lado de pessoas queridas, cuidar da nossa espiritualidade, valorizar a vida e as pequenas e belas coisas que estão à nossa volta.

Porém, quando essas formas de cuidado não conseguem garantir nossa saúde, e alguma situação de sofrimento mental atinge a nós ou a alguém do nosso convívio, é preciso procurar ajuda. Para conseguir ajuda, o primeiro passo é buscar por serviços e recursos disponíveis na região onde você vive, conforme suas necessidades. 

Foto: Reprodução do encarte

Na Maré existem diversos tipos de serviços e equipamentos públicos voltados para o atendimento de problemas de saúde mental que vão desde Unidades Básicas de Saúde, como as Clínicas da Família, até centros especializados como os CAPS e comunitários como o Espaço Normal.

Os CAPS podem ser acionados diretamente, sem precisar de encaminhamento ou marcação para o atendimento e acolhimento das pessoas que chegam pela primeira vez no serviço. As Clínicas da Família também podem oferecer atendimento psicológico, podendo ainda tirar dúvidas, orientar e fazer encaminhamentos para os CAPS, caso seja necessário. 

Essa rede de atendimento em Saúde Mental é conhecida pela sigla RAPS, que quer dizer Rede de Atenção Psicossocial. A RAPS, é composta pelos diversos centros e postos de atendimento de pessoas com problemas mentais, tratando também dos efeitos prejudiciais do uso excessivo de crack, álcool e outras drogas.

A seguir, apresentaremos alguns locais onde é possível buscar orientações, tratamento ou mesmo o encaminhamento para um serviço de saúde mental mais adequado para a sua necessidade e acolhimento.

IMPORTANTE: Em casos de emergência psiquiátrica, quando a pessoa está em surto ou em crise, colocando em risco a sua vida ou de outras pessoas, o correto é acionar o SAMU, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, pelo telefone 192.

SERVIÇOS

CAPS II – Carlos Augusto da Silva (Magal) 

Endereço: Avenida Dom Hélder Câmara, 1.390, fundos Manguinhos – CEP: 20910-062 Telefones: (21) 2201.0180 / (21) 97002.1427 
Horário: segunda a sexta, das 8h às 17h. 
Público-alvo: adultos com problemas de saúde mental persistentes. 

CAPSAD III – Miriam Makeba

Endereço: Rua Professor Lacê, 485, Ramos – CEP: 21060-120
Telefones: (21) 3889.8441 
Horário: 24h, todos os dias, oferecendo acolhimento noturno. 
Público-alvo: pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas; que estão em territórios de riscos, além da demanda saúde mental. 

CAPSI – Visconde de Sabugosa 

Endereço: Avenida Guanabara, Praia de Ramos, s/n, Ramos – CEP: 21030-080 
Horário: segunda a sexta, das 7h às 17h. 
Público-alvo: crianças e adolescentes com demandas de saúde mental. 

UAA – Metamorfose Ambulante 

Endereço: Rua Filomena, 299, Olaria – CEP: 21021-380 
Público-alvo: Unidade de Acolhimento Adulto (UAA) é um espaço de acolhimento transitório para pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas (prazo de 6 meses). Oferece apoio para busca de emprego, moradia fixa, entre outros.

Espaço de Referência sobre Drogas na Maré – Espaço Normal

Endereço: Rua das Rosas, 54, Nova Holanda – CEP: 21044-580 
Telefone: (21) 3105.4767
Horário: segunda a sexta, das 14h às 18h.
Público-alvo: É um espaço de convivência que atua através da estratégia de Redução de Danos. O Espaço oferece aos usuários um local para descanso, TV, acesso a telefone, computador, higiene pessoal e cozinha para que produzam seu próprio alimento. Há também atendimento sociojurídico, cuidado em rede com outros equipamentos de saúde, saúde mental e assistência social.

Casa da Diversidade Sexual Gilmara Cunha

Endereço: Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Maré 
Telefone: (21) 97201.4477
Horário: 09h às 17h
Público-alvo: LGBTQI+

Espaço de Referência para Mulheres da Maré – Casa das Mulheres da Maré

Endereço: Rua Da Paz, 42, Parque União
Telefones: (21) 3105.5569 ou (21) 3105.4767
Horário: Segunda a quinta, das 8h às 21h. Sexta, das 8h às 17h. Sábado, das 9h às 15h.
Atividades: oferece diferentes frentes de trabalho – qualificação profissional, enfrentamento das violências contra as mulheres, atendimento sociojurídico e psicológico e a articulação territorial para a criação de uma agenda positiva nas políticas públicas para as mulheres.

Como preservar nossa saúde mental

1 – Cuide da sua alimentação. Comer bem não tem a ver apenas com a boa forma física, mas com o bem-estar geral. Opte por um cardápio variado e equilibrado;

2 – Pratique alguma atividade física. Colocar o corpo em movimento de forma regular também contribui para a saúde emocional;

3 – Cuide do seu sono e descanso. É muito importante dormir bem, tendo uma boa rotina de sono. Noites mal dormidas colaboram para agravar os transtornos mentais/emocionais;

4 – Tenha momentos dedicados às pessoas queridas. É importante conviver com amigos e familiares;

5 – Reserve um tempo para o esporte e lazer. Faça atividades que te deixem feliz, como passeios, encontros com amigos, ir ao cinema, ler um livro, sair para dançar, entre outros;

6 – Esteja em contato com a natureza. Faz bem para o corpo e para a mente estar ao ar livre, conectando-se ao meio ambiente e escapar um pouco da rotina puxada do trabalho e da casa;

7 – Procure algo que lhe dê prazer. É muito saudável ter alguma atividade diferente na rotina. Escolha algo com que tenha afinidade ou mesmo que sempre teve vontade de fazer e nunca teve coragem. Pintura, dança ou algum esporte são alguns exemplos;

8 – Desenvolva sua fé. E isso independe de crença/religião. A fé está ligada à forma como nos relacionamos com o mundo e com as pessoas, ao otimismo, a crer na vida e em algo que tenha significado para você;

9 – Conheça a si mesmo. Existem várias formas de se conhecer como terapias, psicanálise, bodytalk, teatro, atividades lúdicas, etc;

10 – Ajude o próximo. Pode ser um vizinho que precisa de ajuda ou um trabalho voluntário. Fazer o bem faz bem.

Você sabe o que a comunidade tem a ver com saúde mental?

Em primeiro lugar, para alcançarmos a inclusão social das pessoas em sofrimento mental, principalmente de pessoas que tenham passado muitos anos internadas em manicômios e hospitais psiquiátricos, é preciso que a comunidade esteja melhor informada e possa vencer ideias e preconceitos sobre pessoas que receberam um diagnóstico psiquiátrico.

É aí que entra a comunidade. As famílias precisam ser acolhidas e fortalecidas para que possam ter um convívio próximo e constante com seus familiares adoecidos e a comunidade precisa, do mesmo modo, ser mais tolerante com as diferenças. 

Há muitas histórias de pessoas que passaram por momentos difíceis de sofrimento mental no passado, e quando tiveram a oportunidade, retomaram suas vidas, o convívio familiar, e até voltaram a estudar, trabalhar, tornando-se pessoas produtivas e felizes.

A chapa tá quente para geral, e o direito à saúde mental é conversa de todos e todas! Se cuide, cuide dos seus e da sua comunidade! Nos encontramos por aí!

O Guia de Saúde Mental da Maré é uma realização da Redes da Maré em parceria com a People’s Palace Projects