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Instituições da Maré realizam campanhas solidárias de páscoa; saiba como ajudar

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Com o chocolate em alta, as campanhas de arrecadação viraram uma solução

Sai o bom velhinho, chega o coelhinho da páscoa! O período de festas mal terminou e já estamos em outra data comemorativa importante para os brasileiros. Mas nessa época do ano outra figura faz parte do imaginário das crianças: o coelhinho da páscoa. Igualmente como em dezembro, nem todas as casas estão em clima de festa, pois com o poder aquisitivo em baixa muitas famílias priorizam o mais necessário para colocar no prato, ao invés de bombons ou ovos de páscoa. 

Uma pesquisa realizada pela empresa de inteligência de mercado Horus, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, revelou o preço do chocolate em todo o território nacional. A análise identificou aumento de preço nas três categorias pesquisadas, de 11% nas barras de chocolates, de 10,5% nos chocolates e bombons e de 1,8% nos ovos de páscoa. Segundo o site da CNN Brasil o aumento é visível, um exemplo é o ovo Sonho de Valsa, que em 2023 custava R$ 53, e agora tem o valor em média de R$ 67. 

Com o preço nas alturas, para minimizar a situação e espalhar a solidariedade, instituições da Maré se mobilizam em várias ações para garantir que crianças da Maré recebam em seus lares a visita do coelhinho.

Uma dessas instituições é o Especiais da Maré, coletivo que atende pessoas com deficientes (PcD), na maioria crianças. Para esse ano a meta é arrecadar 600 caixas de bombons para presentear todos os integrantes filiados na páscoa.

“Todo ano fazemos um cronograma, que inclui a páscoa. Essa ação é uma maneira de estarmos próximas às famílias, compartilhando um momento tão especial. Recebemos doações, inclusive da Cacau Show, porém o número de famílias cadastradas aumentou, daí a necessidade dessa campanha para que possamos atender todos”, comenta Juliana Mesquita, uma das gestoras do Especiais da Maré e moradora da Vila do João.

Para Mesquita, a ação também é um gesto de união. “Tenho gratidão sempre de estar ali com eles, rindo às vezes, chorando com suas dores, mas sempre grata por essa rede de apoio chamada Especiais da Maré”, conclui. O coletivo que realiza o mesmo trabalho na favela de Marcílio Dias também realiza uma campanha. O Criando Laços Especiais espera que os seus 62 filiados tenham a presença do coelhinho na páscoa. Dessa forma, estão recebendo barras de chocolate e caixas de bombons.  

Outro coletivo de Marcílio Dias que também está na campanha solidária de chocolate é o Projeto Educando Juntos. A sua festa está programada para o dia 29 de março. “Somos um projeto de reforço escolar sem fins lucrativos com cinco voluntários, entre professores e auxiliares, que tem cerca de 50 crianças, com resgate da dignidade, respeito e potencialidade. Pedimos que façam a alegria de uma criança, doação barras de chocolate, ovos de páscoa ou caixas de bombons. Quem desejar conhecer nosso projeto será bem-vindo”, convida Ana Júlia Ferreira, coordenadora do projeto.

Já na favela da Vila dos Pinheiros a arrecadação é organizada pelo Instituto Nasci para Brilhar, que conta com 80 crianças. “A páscoa solidária é muito mais que chocolates, libertação e doação, é a vitória da vida. A melhor maneira de comemorar esta época é fazendo o bem para o próximo. Meu sentimento é de gratidão”, enfatiza Andrea Souza, conhecida como Bebel, coordenadora do instituto.

Como ajudar?

No final do ano tem as cartinhas da campanha Natal dos Correios, que podem ser adotadas. Agora chegou a vez de ajudar o coelhinho da páscoa e colaborar com as ações da Maré: 

  • Especiais da Maré – pix/cpf: 11362434701 – informações: 21 97222-8603 – doações até 25 de março.
  • Criando Laços Especiais – Avenida Lobo Junior, 83, Marcílio Dias – informações: 21 98265-1519 e 21 99857-6486.
  • Projeto Educando Juntos – pix/celular: 21967424921 – Associação de Moradores de Marcílio Dias: Avenida Lobo Junior, 83.
  • Instituto Nasci para Brilhar – pix/e-mail: [email protected] – o ponto de entrega é na Via C Oito, número 26, na Vila dos Pinheiros.

Vale a pena ler de novo: confira 3 Matérias sobre Racismo Ambiental

O Maré de Notícias resgata três matérias de destaques sobre o tema do racismo ambiental

Racismo Ambiental: A Urgência de falar sobre e executar políticas de ombate: Aborda a necessidade imediata de políticas para enfrentar o racismo ambiental, especialmente porque as fortes chuvas causam impactos muito maiores, e as vezes fatais, nas favelas do Rio de Janeiro. Leia mais aqui.

Por Que as favelas são mais atingidas pelas enchentes?: A matéria discute sobre o quanto historicamente os impactos dos alagamentos ocorrem de maneira desigual nas comunidades. A matéria completa está disponível aqui.

9 em cada 10 brasileiros perceberam mudanças climáticas nos últimos anos, diz Pesquisa: Destaca os resultados de uma pesquisa que revela um aumento na percepção das mudanças climáticas entre os brasileiros e a urgência de medidas contra o aquecimento global. Saiba mais aqui.

Amplie sua compreensão sobre esse importante tópico acessando os links acima.

O impacto histórico das fortes chuvas para moradores de favela

As consequências das fortes chuvas para o Rio de Janeiro são inúmeras, mas para  determinadas áreas, como as favelas, são ainda maiores

Redes da Maré

Com os alertas da prefeitura do município do Rio de Janeiro para as fortes chuvas que vão cair,  neste fim de semana, é importante retomar a discussão sobre racismo ambiental. O assunto foi tratado no Jornal Maré de Notícias, em uma matéria sobre as consequências dessa violação de direitos para as populações mais pobres da cidade.  Por isso, é importante  lembrar o significado desse termo para entender os perigos que a população de favelas e bairros periféricos enfrentam  durante eventos climáticos extremos.

As consequências das fortes chuvas para o Rio de Janeiro são inúmeras, mas para  determinadas áreas, como as favelas, são ainda maiores. Alguns exemplos demonstram o quanto os eventos climáticos atingem de maneira mais específica e severa determinados grupos populacionais, historicamente negligenciados pelo conjunto de políticas públicas. A cada ano, parecem se repetir notícias e eventos trágicos em determinadas áreas da cidade, que sofrem com alagamentos e deslizamentos, comprometendo os bens materiais e a vida de seus moradores. 

 A população em situação de rua da cidade, por exemplo, composta por aproximadamente 7.865 pessoas (sendo 84% pretos ou pardos, segundo dados do censo da população em situação de rua  realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos e o Instituto Pereira Passos),  também sofre consequências graves diante de chuvas como as que estão sendo previstas. Sem uma política clara para garantia do atendimento à  população em situação de rua em casos emergenciais,  como no caso das grandes chuvas que atingem a cidade, essa população tem criado  inúmeras estratégias para se proteger e sobreviver a eventos climáticos tão severos. 

Já no conjunto de favelas da Maré, onde 62,1% da população se autodeclara negra, encontramos um território que tem sua origem marcada pelas obras de aterro para construção da Avenida Brasil em 1940. Ao mesmo tempo, o Estado vinha aterrando o litoral da Baía de Guanabara, principalmente da área do Caju até a cidade de Caxias para criação das áreas industriais da cidade ao longo das primeiras décadas do século XX.

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Décadas mais tarde, os projetos de habitação realizados pelo governo federal durante o Projeto Rio, iniciado em 1979 na região das favelas da Maré, seguiu a lógica do aterramento e construção em áreas alagadiças e de manguezais à beira da Baía de Guanabara, sem um estudo do impacto que esse aterro poderia ocasionar no futuro. Isso faz com que as consequências das mudanças climáticas na Maré tenham um impacto, concreto, na vida e cotidiano dos moradores hoje em dia.

É importante lembrar que na época do aterro do Projeto Rio, técnicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e lideranças das favelas da Maré chegaram a alertar o governo sobre as possíveis consequências dessa obra, inclusive criaram um estudo de impacto. Um dos técnicos da UFRJ que fazia parte do grupo de técnicos, o geólogo Elmo Amador, sugeriu que, em vez do aterro, fosse feita a urbanização da área já existente na Maré, com ligações de esgoto e água, e não o aterro para a construção de novos conjuntos. Mesmo assim, o aterro foi feito em cima das águas e manguezais da Baía.

A construção da rede de esgotos das favelas que integram o bairro Maré foi realizada pela CEDAE, à época, na metade dos anos 80, com muita pressão da população para conclusão das constantes obras de urbanização no Projeto Rio. Naquele momento,  as favelas da Maré tinham, juntas, uma população de 79 mil moradores, segundo o censo da UFRJ de 1988. Hoje, pouco mais de 30 anos depois, esse número quase dobrou. Com uma população de 140 mil habitantes, o número de habitações também subiu, porém, sem manutenção, monitoramento e atualização da rede de esgoto e drenagem.

Apesar de hoje  98% das residências do conjunto de favelas da Maré possuírem acesso à rede de água, o sistema de esgoto e drenagem do conjunto de favelas,  não seguiu a mesma atualização na sua infraestrutura ao longo dos anos. É importante lembrar que apenas uma parte do esgoto das habitações das favelas da Maré está ligada à estação de tratamento da Vila da Penha, enquanto a maior parte do esgoto é despejada diretamente nos rios e galerias que desembocam na Baía de Guanabara, mesmo tendo ao seu lado no bairro do Caju a estação de tratamento de esgoto Alegria (ETA) porém sem nenhuma conexão com o território da Maré.

Há um senso comum, criado em torno da questão ambiental, de que a mudança climática atinge a todos igualmente, o que é um mito. Por isso é necessário falar de racismo ambiental como ausência de políticas urbanas e de saneamento em territórios periféricos e de favelas e das consequências para as gerações futuras que vivem nesses espaços. 

O alerta é para todos os moradores do Rio de Janeiro, mas para os moradores de periferias, espaços favelados e a população em situação de rua na cidade, não há qualquer garantia de que terão suas vidas preservadas e seus direitos garantidos.

Fotógrafa popular, cria da Maré, Kamila Camillo entrega obra para Lula

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Maiara Carvalho*

Na última quinta-feira (21), Kamila Camillo, cria da Maré e fotógrafa popular, foi convidada pelo Ministério da Igualdade Racial para participar da cerimônia de lançamento do Plano Juventude Negra Viva, que tem como princípio promover a redução da violência e outras vulnerabilidades que atravessam a vida de jovens pretos e pardos no país.

Durante o evento, Kamila entregou ao Presidente Lula uma obra de arte que foi registrada no Tijolinho, território onde mora e sempre faz questão de exaltar. Para ela, o registro do menino Rodrigo com a camisa do Brasil, jogando bola entre as vielas da comunidade, representa o desejo de poder sonhar.

“Precisava ser uma obra que fizesse sentido. Quando vi o Rodrigo jogando bola pensei ‘é isso que vai trazer sentido’ porque o Presidente precisa olhar para essa foto e enxergar que a gente, favelado, que estar vivo. Fazer essa foto de uma criança no beco da favela jogando bola fala de sonhos”, disse a fotógrafa emocionada.

Ainda muito feliz, Kamilla compartilhou da emoção que é levar a Maré e a arte para espaços tão importantes, no dia que marca o lançamento do Plano Juventude Negra Viva. 

“É um dia muito importante para nós, onde é assinado o plano, com tantas possibilidades de caminhar. Antes o que era muito desejo, hoje vai começar na prática”.

O Plano Juventude Negra Viva foi construído pelo Ministério da Igualdade Racial, ministrado por Anielle Franco, irmã de Marielle e também moradora da Maré. O Programa vai trabalhar garantindo que os direitos da juventude negra não sejam violados, além de buscar potencializar a vida plena desta população. Segundo o Governo Federal, o Plano é uma resposta a uma demanda da população negra jovem, que hoje representa cerca de 23% dos brasileiros. 

*Maiara Carvalho é estudante de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro e faz parte do projeto de Extensão Conexão UFRJ com o Maré de Notícias.

Oitava operação na Maré: 7 dias sem aulas, 200 atendimentos na saúde cancelados e descumprimento da ADPF

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Policiais não estavam usando câmeras corporais e não havia ambulância presente no local para atendimento em caso de feridos

Nas regiões da Nova Holanda, Parque União e Rubens Vaz o despertador do morador às 4h45 da manhã desta quinta-feira (21) foi o som de tiros, bombas e fogos. Era o começo da oitava operação policial do ano na Maré. Dos 31 dias letivos, os estudantes da Maré já perderam sete dias de aulas por causa das operações. Cerca de 200 atendimentos na clínica da família Jeremias Moraes da Silva foram suspensos e moradores saíram de casa no meio da tensão e do risco. 

Desde as primeiras horas do dia circulam pelo bairro, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Choque (BPChq), do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Grupamento Aeromóvel (GAM) e do Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE). Segundo relatos dos moradores recebidos pela equipe de plantão do Maré de Direitos da Redes da Maré, os agentes não estavam usando câmeras corporais e não havia ambulância presente no local para atendimento em caso de feridos. Essas exigências estão presentes na ADPF das Favelas (ADPF 635), uma iniciativa popular, no judiciário, para enfrentar a violência policial no Rio de Janeiro.

Assuntos relacionados

Ao serem questionados sobre as exigências da ADPF, a Polícia Militar se limitou em dizer apenas que a operação segue em andamento no território.

Além do impacto na vida dos estudantes, a oitava operação atinge, mais uma vez, a vida dos moradores que precisam sair de casa para trabalhar, ir a uma consulta médica e para outros compromissos. 

Até o fechamento desta matéria, a Polícia Militar confirmou que a operação segue em andamento. 

O Maré de Notícias segue acompanhando e recebendo informações pelas redes sociais e WhatsApp (21) 97271-9410. O Ministério Público (MP) realiza um plantão especial para atender a população. O atendimento gratuito é feito no telefone (21) 2215-7003, que  também é WhatsApp, ou no e-mail [email protected].

No cardápio: transfobia

O combate à transfobia além das notas de desculpas

Por Gabriel Horsth*

No pulsar da diversidade no Brasil, onde celebramos a eleição histórica da primeira deputada federal trans eleita somente em 2023, somos confrontados com a persistência da transfobia em locais que deveriam ser espaços de convívio e inclusão social. 

O episódio vivenciado pelo casal trans Kley Hudson (24) e Arthur Azevedo (23), moradores da Maré, que vou descrever ao longo deste texto, escancarou a crueldade da transfobia. “Eu, como uma pessoa trans que gosta muito de frequentar espaços gastronômicos, é muito triste para mim essa experiência ter sido uma das piores”, afirma Kley. 

Outro recente episódio no Casarão do Firmino, conhecido espaço de samba na Lapa, destaca a urgência de abordar questões de gênero e proteção a todas as mulheres. Três mulheres, sendo duas trans, foram vítimas de tentativa de transfeminicídio* e agressão por 15 homens, incluindo seguranças do local. O primeiro episódio aconteceu na Maré, o segundo na Lapa, mas ambos se encontram na barbárie da transfobia.

Prato principal: intolerância!

A poucas semanas da conclusão da 14ª Parada LGBTQI+ da Maré, que encerrou suas festividades no Parque União, um incidente de discriminação ocorrido no restaurante popular traz à tona a urgência de uma formação contínua para os estabelecimentos comerciais locais. Kley, uma travesti, estava acompanhada de seu parceiro transmasculino* no restaurante quando, ao se dirigir ao banheiro, o atendente a informou que o banheiro feminino estava temporariamente indisponível, sugerindo que ela utilizasse o banheiro masculino. Sem hesitar, Kley seguiu a orientação.

Surpreendentemente, quando chegou a vez de Arthur, o garçom comunicou exatamente o oposto: o banheiro masculino estava interditado, indicando o uso do banheiro feminino. Diante dessa diferença, o casal prontamente questionou a inconsistência e buscou a gerência para registrar sua reclamação. A discussão foi registrada em vídeo pelo casal e compartilhada nas redes sociais, gerando indignação e debates sobre a importância da igualdade de tratamento. No ápice da discussão, o garçom proferiu ofensas ao casal, como narra com tristeza Kley: “Ele nos atacou com palavras de ódio, com gestos obscenos. E começou de fato a nos ofender, a nos envergonhar, a nos deslegitimar enquanto pessoas, enquanto gêneros. E isso nos causou vergonha e chateação”.

Neste cenário, a denúncia corajosa da vítima ecoou nas redes sociais, transcendendo a narrativa além da agressão, revelando a insuficiência das desculpas protocolares, o que destaca a urgência de uma reflexão mais profunda sobre questões de identidade de gênero, empreendedorismo e discriminação. 

Nota de esclarecimento

O restaurante emitiu uma nota de esclarecimento em resposta ao incidente, levantando questões sobre a necessidade de uma revisão interna das práticas e protocolos para garantir um ambiente mais inclusivo e respeitoso, além de comunicar o afastamento de um dos funcionários envolvidos. Entretanto, Kley relata que, poucos dias após o incidente, visitou novamente o estabelecimento e testemunhou o mesmo funcionário desempenhando suas funções normalmente.

Este episódio destaca a importância de abordar questões de gênero de maneira sensível, respeitando a diversidade da clientela.

Denúncia online, silêncio offline

Em uma cidade dividida ao meio, testemunhamos inumeros epsisódios de discriminação em restaurantes, supermercados, shoppings e comércios de maneira geral. Na internet se exala uma sensação de indignação, mas no cotidiano a sensação é diluída com o famoso “isso não é da minha conta”. 

Mas e você? Em uma situação como essa, agiria de que forma? Acha justa a posição tomada pelo estabelecimento? Infelizmente, muitas pessoas estão pagando um preço alto pelo acesso a informações distorcidas e falsas na internet. Confira a matéria Banheiros sem estigma sobre o uso por pessoas trans e fique por dentro do que diz a lei.

*Gabriel Horsth é jornalista e artista LGBTQIAPN+ do Complexo da Maré, colaborador do Maré de Notícias e integrante do Centro de Teatro do Oprimido

*Transmasculinos são pessoas designadas como mulher ao nascerem —  que se identificam com o gênero masculino. 

*Transfeminicídio se refere à violência específica contra pessoas transexuais, especialmente mulheres trans. Ele é usado para descrever os assassinatos de pessoas transgênero motivados pelo ódio, preconceito ou discriminação de gênero.