Home Blog Page 332

Por falta de insumos, Instituto Butantan suspende produção de CoronaVac

Falta de matéria-prima não irá atrasar a entrega de novas doses para o Ministério da Saúde na próxima semana

Por Andressa Cabral Botelho, em 08/04/2021 às 14h

Nesta semana, a produção de CoronaVac precisou ser interrompida por falta de matéria-prima, proveniente da China. Um novo carregamento estava previsto de chegar da China nesta sexta-feira, mas precisou ser adiado pois o país tem concentrado os insumos para produção interna, atrasando o envio para o Brasil. Diante isso, a produção no Instituto Butantan será interrompida.

Na manhã desta quinta-feira, o governador de São Paulo, João Dória, afirmou que o estado irá receber 3 mil litros de matéria-prima até o dia 20 de abril. O material será suficiente para produzir cinco milhões de doses do imunizante.

O atraso do envio de insumos não impede que o Instituto Butantan, responsável por produzir a vacina no Brasil, entregue 2,5 milhões de doses ao Ministério da Saúde na próxima semana. As doses já estavam prontas e em processo de controle de qualidade. O Instituto se comprometeu a entregar 46 milhões de doses até o fim de abril. Desde janeiro, o Butantan já entregou 38,2 milhões de doses, 22,7 milhões somente em março.

Suspeita de Ação da CEDAE para eliminar efeitos da geosmina acabou lançando metal pesado na água

Em nota, empresa explica sobre a composição do produto e desmente contaminação da água

Por Babi Wentz, via Diário do Rio, em 08/04/2021 às 10h25
Atualizado às 17h10

A crise de qualidade da água no Rio de Janeiro se aprofunda e vai além do insucesso da CEDAE para remover a geosmina. O tratamento usado pela empresa para supostamente combater a poluição do Rio Guandu não funcionou e existiu a suspeita de lançamento de um novo poluente — o Lantânio, um metal tóxico pesado — na água consumida por nove milhões de pessoas do Grande Rio, alertam cientistas.

O DIÁRIO DO RIO tem recebido reclamações, fotografias e vídeos comprovando que a água se encontra com cor esquisita em diversos bairros da cidade. Uma moradora da Barra da Tijuca nos encaminhou fotografias da água com cor barrenta, e inúmeros leitores têm enviado mensagens falando sobre o odor e o sabor da água, em bairros tão diversos quanto Copacabana, Vista Alegre e Gávea. Mas a situação agora piorou.

Segundo dados da própria CEDAE, 190 toneladas de Phoslock, uma espécie de argila modificada que contém o lantânio, foram lançadas na lagoa do Guandu desde janeiro do ano passado, quando ocorreu a primeira crise da geosmina. Ao todo, foram 6 aplicações. A mais recente ocorreu no dia 23/03, quando 28 toneladas do produto foram pulverizadas por uma embarcação no corpo d’água.

O lantânio, segundo especialistas consultados pela reportagem, é um metal extremamente tóxico e altamente poluente. Estudos internacionais relacionam este produto a graves alterações no fígado, malformações congênitas nos lábios e no palato e até mesmo danos à fertilidade e ao sistema reprodutor. Cientistas têm alertado para a gravidade desta crise no trabalho intitulado Colapso da qualidade do Rio Guandu, subscrito por alguns dos principais cientistas das maiores universidades do Rio.

Em nota técnica emitida no dia 07 de abril, a Cedae afirma que o Lantânio, utilizado no tratamento da água, não é um metal pesado, e é usado, inclusive, na produção de remédios para humanos. De acordo com o Conselho Regional de Química, que se manifestou por meio da Câmara Técnica de Meio Ambiente (CTMA), o Phoslock, material utilizado no tratamento da água é constituído de argila modificada pela presença de Lantânio (La). Dessa forma, o material é uma terra rara, de baixa toxicidade e com risco não identificável para a saúde humana. Além disso, a aplicação do produto é um procedimento regular e autorizado pelos órgãos ambientais competentes, como Inea e Ibama.

“O fato gera insegurança, ainda mais em um momento tão importante em que a água é um dos principais aliados da população no combate à pandemia do coronavírus. A Cedae afirma que a população pode consumir a água com segurança, que os padrões estão de acordo com a legislação vigente e que tomará as devidas providências em relação aos autores da desinformação ao consumidor”, reforça a nota disponível par leitura o site da instituição.

Leia mais: CEDAE interrompe Sistema Guandu; reabastecimento pode levar até 48 horas para ser normalizado
Um ano depois, Cedae volta a encontrar geosmina no Rio Guandu

Estudo revela que infecção por covid-19 pode apresentar sintomas mais fortes

Artigo com os resultados foi desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz será publicado em revista científica em maio

Por Andressa Cabral Botelho, em 08/04/2021 às 9h30

Pesquisadores apontam que pessoas que se infectam pela segunda vez com coronavírus podem ter sintomas mais fortes que na primeira vez. Além disso, aquelas que tiveram casos brandos ou foram assintomáticas podem se reinfectar com a mesma variante da doença. O artigo que explica melhor sobre essas questões será publicado em maio na Revista Emerging Infectious Desease (EID), dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC/EUA).

Os pesquisadores acompanharam semanalmente, de março a dezembro, um grupo de 30 pessoas, onde quatro contraíram covid-19, algumas delas a mesma variante. Dessa forma, foi possível sequenciar o genoma do vírus na primeira e na segunda infecção para poder compará-los.

O artigo Evidência genética e resposta imunológica do hospedeiro em pessoas reinfectadas com Sars-CoV-2 mostra que ter tido uma infecção não significa estar imune à doença. Pelo contrário: os dados apontam que uma reinfecção pode ser mais frequente do que se imagina e que uma primeira infecção mais branda (sem necessidade de internação) ou um caso assintomático não significa uma segunda infecção com sintomas fracos.

Além disso, os pesquisadores não descartam a possibilidade de ter uma terceira infecção. “A gente não sabe quanto tempo dura a imunidade pós-Covid. Uma pessoa poderia ficar vulnerável a uma nova reinfecção ou mesmo a contrair uma variante diferente”, explica Thiago Moreno, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) e coordenador da pesquisa.

Dia do jornalista: o informar e o formar por meio das notícias

Quais as dificuldades encaradas por jornalistas no Brasil desde a criação dos primeiros jornais até os dias de hoje

Por Andressa Cabral Botelho, em 07 de abril de 2021, às 14h50h
Editado por Edu Carvalho

Ser jornalista é encarar diariamente notícias boas e ruins e comunicar com qualidade e responsabilidade essas informações para milhares de pessoas. Ser jornalista em meio a uma pandemia é lutar contra notícias falsas, ataques, temer um vírus e resistir diariamente para que, ainda assim, milhares de pessoas tenham acesso a informações de qualidade. Neste dia 07 de abril, dia do jornalista, gostaríamos de ressaltar a importância de comunicar, mas principalmente, do nosso papel como responsáveis de fazer com que a informação correta e completa chegue ao nosso público, pois fazer jornalismo é escrever e contar histórias reais e cotidianas a quem se interessa por elas. 

Tendo em vista que a história é contada a partir da ótica vencedora – do colonizador, daquele que ocupou territórios, que venceu a guerra, que dizimou populações utilizando o progresso como justificativa – é necessário também apurar e contar os fatos a partir de um segundo, terceiro e quarto olhar. Afinal, se a história tem diversos lados, o/a/e jornalista tem como papel abordar todos os lados possíveis do mesmo fato, possibilitando, assim, que o seu público possa formar a sua opinião sobre o assunto. Entretanto, quem é jornalista tem lidado com alguns empecilhos para exercer a profissão.

Os últimos anos têm sido de extrema dificuldade para ser jornalista e frequentemente é possível ver durante os telejornais os jornalistas (e suas respectivas emissoras) sendo ofendidos, assim como tem ocorrido na internet. Em 2020, quando o jornalismo tornou-se uma atividade essencial no sentido de levar informação responsável e de qualidade sobre a covid-19, o Brasil registrou um aumento significativo nos casos de violência contra esses profissionais. Foram registrados 428 casos de ataques, incluindo duas mortes, representando um crescimento de 105,77% em relação a 2019, de acordo com o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Este foi o ano mais violento para essa classe desde a década de 90, quando a entidade começou a registrar os casos. E quem liderou esses ataques foi o presidente Jair Bolsonaro, que foi responsável por 175 ataques, seguido por servidores públicos, políticos e internautas. “Eles ocorrem para descredibilizar a imprensa para que parte da população continue se informando nas bolhas bolsonaristas, lugares de propagação de informações falsas e ou fraudulentas”, destaca Maria José Braga, presidenta da FENAJ, membra do Comitê Executivo da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ).

A atitude do presidente, de certa forma, serve como incentivo para que outras pessoas ajam da mesma forma com jornalistas. Assim, cresceram também as agressões verbais/ataques virtuais, totalizando em 76 casos. Pode parecer pouco, mas é um crescimento de 280% em relação a 2019. Sem esquecer que muitos jornalistas não denunciam formalmente os ataques que sofrem no ambiente virtual, subnotificando os dados, de acordo com o levantamento.

Jornalismo no Brasil

O que ajuda a justificar essa referência no jornalismo que tem base no eixo Rio-São Paulo envolve também uma questão histórica. No Brasil, o jornalismo começa em 1808 com a vinda da família real portuguesa no país e com a necessidade de se criar uma estrutura administrativa, que incluía um jornal. Cria-se, primeiramente, a Imprensa Régia, órgão que passa a permitir a existência de uma imprensa no país. Meses depois, em 10 de setembro de 1808, surge o primeiro jornal oficial feito no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro, que tinha um perfil semelhante ao do Diário Oficial, publicando mais informações sobre a estrutura governamental do que sobre acontecimentos do país. 

Com o tempo, principalmente a partir do século XX, vão surgindo meios de comunicação que falam de assuntos mais específicos para públicos mais específicos. Dentro da faculdade poderíamos chamar isso de jornalismo de nicho, mas é muito mais do que um nome; é uma necessidade comunicar para os seus. E apesar de termos acesso a essas informações, o jornalismo de nicho existe há décadas e destaca a importância de dar a visão de dentro para fora dessas realidades, comumente marginalizadas na mídia tradicional. 

O jornalismo comunitário também segue essa linha de raciocínio. Aborda em seus produtos midiáticos – seja por meio de texto, áudio ou vídeos – pautas e demandas locais. E através desses materiais, quem o faz apresenta uma visão desse território que comumente não é exposta nos veículos tradicionais, e que, de certa forma, ajuda a criar nos leitores/moradores um sentido de orgulho por pertencer àquele local. Com as mídias digitais, é possível que essa informação chegue ao seu público-alvo, os moradores daquela localidade, mas também amplia o raio que essa informação pode chegar, em outros territórios semelhantes e até mesmo nos veículos tradicionais, impactando na forma de se falar de certos locais. Um exemplo disso é como a cobertura jornalística de operações policiais na Maré, por parte do Maré de Notícias, muitas vezes ajudou a pautar grandes veículos da mídia, que puderam abordar também a visão do morador em relação à operação.

Equipe do Maré de Notícias falando sobre o Dia do Jornalista

Como pensar em jornalismo comunitário e não lembrar da canção “Zé do Caroço”, de Leci Brandão? A música retrata justamente a necessidade de comunicar que o policial aposentado José Mendes da Silva sentiu nos anos 70, em meio à ditadura militar. Popularmente conhecido como o Zé do Caroço no morro do Pau da Bandeira, em Vila Isabel, ele instalou um alto-falante no telhado de sua casa e fazia um serviço de comunicação comunitária, lendo notícias que pudessem impactar a favela e dando notas de falecimento. Graças à música, a história desse meio de comunicação tornou-se conhecida para além da favela, mas há muitas outras que ainda são desconhecidas. 

O jornalismo que não está nos livros

Algo que não é falado nas salas de aula, mas que é importante destacar, é a existência de uma imprensa negra brasileira que existe há, pelo menos, dois séculos, que reflete hoje em veículos como o Alma Preta, Site Mundo Negro e o AfroTV, por exemplo. Em levantamento feito em 2020, o Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR) mapeou 65 mídias negras em todo o país na atualidade, com produção na luta contra o racismo e desigualdades no país. Entretanto, a atuação da imprensa negra tem registros anteriores até mesmo à abolição, mas ganham força no século XX.

Não apenas informar, mas esses jornais cumpriam o papel de formação de seus leitores, a partir do momento em que os textos exaltavam tradições e reforçavam a importância da coletividade e do letramento para o crescimento. Para o sociólogo e jornalista Clóvis Moura, esse tipo de jornalismo atua não apenas num papel informativo e formativo, mas servem para apontar desigualdades, tendo em vista a necessidade de se criar um veículo alternativo para abordar de questões específicas para o negro – um apontamento que também é válido para outros grupos de minorias. “Uma imprensa que tem circulação restrita e penetração limitada à comunidade a que se destina, irá exercer uma função social, política e catártica durante sua trajetória”, destaca o autor em 1983, no livro Imprensa Negra. Jornais como O Menelick (1915), O Clarim da Alvorada (1924), Quilombo (1948), Correio d’Ébano (1963), SINBA (1977), Revista Ébano (1980), Nizinga (1985) e muitos outros cumpriram papel importante nessa formação cultural, social e educacional através da informação. 

Edição do jornal paulista O Menelick

Mas antes desses, os negros utilizaram o jornalismo como uma ferramenta de resistência. Os Manuscritos da Revolta dos Búzios (1798) é considerado por historiadores como o primeiro jornal da imprensa negra e teve papel importante naquele período em Salvador, onde surgiu. Com caráter opinativo, o folhetim espalhava mensagens de liberdade e era uma convocação para que as pessoas se rebelassem contra a escravidão e pudessem emancipar a Bahia do restante do país. Além das mensagens, ele teve papel extremamente importante na articulação da Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates e Revolta dos Búzios. Por ainda não existir a Imprensa Régia, o jornal existia de forma ilegal, era manuscrito e feito em pouquíssimas tiragens. E devido o fato do público-alvo do jornal (os negros escravizados) ser, em grande maioria, analfabeta, a divulgação do jornal era feita em pontos estratégicos da cidade e lido em voz alta, para que a informação pudesse chegar em diversas pessoas.

Seja em 2021, 1915 ou em 1798, através do boca a boca, do jornal impresso entregue de porta em porta, rádio ou telejornal, a atuação do jornalista é potente e tem papel relevante na sociedade em que vivemos, sendo responsável principalmente por informar, mas também por formar pensamento crítico dos leitores. O Maré de Notícias parabeniza todos/as/es que exercem o jornalismo e têm como objetivo informar com compromisso e responsabilidade em tempos de crises e ataques ao nosso trabalho.

Para Fiocruz, pandemia pode permanecer em níveis críticos em abril no Brasil

0

Por Agência Fiocruz, em 10/04/2021 às 10h10

O mais novo Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz alerta que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo do mês de abril, prolongando a crise sanitária e colapso nos serviços e sistemas de saúde nos estados e capitais brasileiras. A análise mostra que o vírus Sars-CoV-2 e suas variantes permanecem em circulação intensa em todo o país. Além disso, a sobrecarga dos hospitais, observada pela ocupação de leitos de UTI, também se mantêm alta.

“Ao longo da última Semana Epidemiológica 13, houve uma aceleração da transmissão de Covid-19 no Brasil. Devido ao acúmulo de casos, diversos deles graves, advindos da exposição ao vírus ainda no mês de março, o vírus permanece em circulação intensa em todo o país”, explicam os pesquisadores. Segundo os dados, foi observado ainda um novo aumento da taxa de letalidade, de 3,3 para 4,2%. Este indicador se encontrava em torno de 2,0% no final de 2020. Os pesquisadores do Boletim alertam que esse crescimento pode ser consequência da falta de capacidade de se diagnosticar, correta e oportunamente, os casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais. 

Com base neste cenário e a partir da premissa de que o “essencial é proteger à saúde e salvar vidas”, os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, responsáveis pelo estudo, defendem que é fundamental neste momento a adoção ou a continuidade de medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas bloqueio ou lockdown, seguidas das de mitigação, com o objetivo reduzir a velocidade da propagação. Tendo como referência a Carta dos Secretários Estaduais de Saúde à Nação Brasileira, publicada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) em 1 de março de 2021, a análise aponta para a necessidade de maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais para todos estados, capitais e regiões de saúde que tenham uma taxa ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos.

Para que se alcance os resultados esperados, o estudo destaca que essas medidas de bloqueio precisam ter pelo menos 14 dias de duração e, em algumas situações, mais tempo, dependendo da amplitude do rigor da aplicação. Na visão dos pesquisadores, é fundamental a adoção de medidas combinadas e complexas, assim como a coerência e a convergência dos poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como dos diferentes níveis de governo (municipais, estaduais e federal), em favor destas medidas de bloqueio. 

“Coerência e convergência são fundamentais neste momento de crise para que as medidas de bloqueio sejam efetivamente adotadas de forma a sair do estado de colapso de saúde e progredir para uma etapa de medidas de mitigação da pandemia, diminuindo o número de mortes, casos e taxas de transmissão e efetivamente salvando vidas”, afirmam.

Dentre as medidas de bloqueio propostas, estão a proibição de eventos presenciais, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional; a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país; o toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana; o fechamento das praias e bares; a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado; a instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; a adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos; a ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

Os resultados da investigação apontam ainda que é fundamental insistir nos esforços para o fortalecimento da rede de serviços de saúde, incluindo os diferentes níveis de atenção e de vigilância, com ampla testagem, compra e ampliação da produção de vacinas, e aceleração da vacinação. “É imprescindível ainda garantir condições para que a população possa se manter em casa protegida, limitando a circulação de pessoas nas cidades apenas para a execução de atividades verdadeiramente essenciais”, orientam os pesquisadores.    

Leitos de UTI para Covid-19

Entre os dias 29 de março e 5 de abril de 2021, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentaram reduções em Roraima (de 62% para 49%), Amapá (de 100% para 91%), Maranhão (de 88% para 80%), Paraíba (de 84% para 77%) e Rio Grande do Sul (de 95% para 90%). Na direção oposta, destaca-se piora em Sergipe, com a taxa subindo de 86% para 95%. Exceto por essas mudanças, os dados obtidos em 5 de abril de 2021 ainda indicam relativa estabilidade do indicador, em níveis muito críticos, na maior parte dos estados e no Distrito Federal. Acesse o Boletim completo para mais dados. 

Com mais de 4 mil mortes pela Covid-19 em 24h, Bolsonaro brinca: “Agora eu sou genocida”

0

Ao todo, país contabiliza mais de 13 milhões de casos

Por Edu Carvalho, em 07/04/2021 às 10h05

Ontem, terça-feira (6/4), o Brasil bateu o recorde de mortes desde o começo da pandemia: foram registrados 4.195 óbitos em 24 horas. Com isso, o país chega a triste marca de 336.947 mortes e 13.100.580 pessoas diagnosticadas com a doença. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúd, o Conass.

A média móvel de casos nos últimos sete dias é de 63.210 e a de mortes chega a 2.757. O Estado de São Paulo também bateu recorde: o número de óbitos chegou a 1.389 nas últimas 24 horas, pior índice entre os estados brasileiros

Horas antes dos dados serem divulgados, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao interagir com seus apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada na noite desta terça-feira (6), ignorou as vítimas, ironizando o título de genocida usado contra ele por seus opositores. 

Em vídeo de pouco mais de 13 minutos, ele diz: “O pessoal entrou naquela pilha de homofóbico, racista, fascista, torturador… agora… Agora é o quê? Agora eu sou… que mata muita gente, como é que é o nome? Genocida. Agora eu sou genocida”, disse. “Do que que eu não sou culpado aqui no Brasil?”, perguntou o presidente durante a conversa.

O mandatário também não limitou-se e fez, mais uma vez, críticas à imprensa. “Eu resolvo o problema do vírus em poucos minutos. É só pagar o que os governos pagavam no passado para Globo, para Folha, Estado de S. Paulo. Agora, este dinheiro não é para a imprensa, é para outras coisas”, afirmou.

Ações do país para não combate à pandemia ganham repercussão mundo afora

Em entrevista à BBC News Brasil, o médico americano Anthony Fauci alertou que o mundo está em alerta para o momento atual do país. “Todos reconhecem que há uma situação muito grave no Brasil”. Sendo um dos profissionais de saúde mais relevantes da atualidade sobre o coronavírus, o médico avatarizou todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde frente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

Sobre as medidas que o Brasil poderia adotar para vencer a fase que se encontra, só ‘lockdown’ e vacinação em massa. “Não há dúvida de que medidas severas de saúde pública, incluindo lockdowns, têm se mostrado muito bem-sucedidas em diminuir a expansão dos casos. Então, essa é uma das coisas que o Brasil deveria pensar e considerar seriamente dado o período tão difícil que está passando”, argumentou Fauci.

Nesta semana, o país foi tema de um editorial produzido pelo jornal The Guardian