Home Blog Page 389

#CaiuNaRede: É verdadeiro que deixaram oferenda com dinheiro em cemitério no Rio

0

Concessionária do local não soube informar o valor que havia em notas

Thaís Cavalcante (Maré de Notícias, especial para a Lupa)

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra um grupo de pessoas no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro, recolhendo o que seria uma oferenda com muitas notas de dinheiro. O conteúdo foi verificado no Caiu na rede: é fake?. Confira:

“CEMITÉRIO DE INHAÚMA, RJ Boatos que foi colocado 15mil de oferenda”

Texto que acompanha vídeo publicado no Instagram que, até as 14h do dia 9 de novembro de 2020, havia sido visualizado por 3.173 pessoas

VERDADEIRO, MAS

O vídeo foi feito no Cemitério de Inhaúma e, de fato, foi deixada uma oferenda com muitas notas de dinheiro no local, mas o valor não foi contabilizado, informou a Concessionária Rio Pax, que administra o cemitério. A Rio Pax administra outros cinco cemitérios públicos e presta serviços funerários na cidade do Rio de Janeiro.


Nota da redação: o projeto Caiu na rede: é fake? é uma parceria da Agência Lupa com Voz das Comunidades, Favela em Pauta e Maré de Notícias e conta com o apoio da Fundação Heinrich Böll Brasil. 

Morte de homem negro em Porto Alegre evidencia importância do Dia da Consciência Negra

João Alberto Silveira foi espancado ao lado da esposa em mercado

Por Edu Carvalho e Andressa Cabral Botelho, em 20/11/2020, às 18h10
Editado por Andressa Cabral Botelho

Em mais um 20 de novembro, data símbolo da luta por justiça e busca de direitos, negros e negras se uniram para protestar contra mais uma morte brutal. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi assassinado por um segurança e um policial militar em uma filial da rede de supermercados Carrefour, em Passo D’Areia, Porto Alegre.  Se o feriado desta sexta-feira é um dia de refletir sobre o racismo e as suas consequências e de relembrar a morte de Zumbi dos Palmares, tivemos uma amostra grátis de como o racismo opera.

Ele estava acompanhado de sua mulher, Milena Borges Alves, quando espancado. Milena tentou ajudar o marido, mas foi impedida pelos seguranças. “Eu estava pagando no caixa, daí ele desceu na minha frente, quando eu cheguei lá embaixo ele já estava imobilizado. Ele pediu ‘Milena, me ajuda’, quando eu fui, os seguranças me empurraram”, contou.

O Carrefour rompeu o contrato com a empresa de segurança do estabelecimento e não abrirá o estabelecimento nesta sexta-feira (20), em respeito à família. Em nota publicada no Instagram, a rede de supermercados lamenta a morte de João Alberto e informa que “que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso”. 

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se manifestou sobre o ocorrido nas redes sociais: “Infelizmente, nesta data em que deveríamos celebrar políticas públicas e avanços na luta por igualdade racial, deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro”. Em vídeo, o governador anunciou a abertura da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), a primeira do estado, que acontecerá em dezembro. O anúncio foi feito junto à chefe de polícia, delegada Nadine Anflor, e do comandante-geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr Picon, prestando solidariedade à família de João Alberto.

Coletivos organizaram manifestações pelo Brasil em diversos estabelecimentos da rede e instituições ligadas à luta por direitos humanos prestaram solidariedade ao caso. Em nota, a Anistia Internacional “repudia o racismo e a violência empregados pelos dois autores do homicídio, um deles, policial militar”. 

“O Dia da Consciência Negra é um dia de luta e hoje estamos em luto, novamente por mais um crime bárbaro contra uma pessoa negra”, disse Jurema Werneck, diretora da organização no Brasil. 

Para o Geledés – Instituto da Mulher Negra, “A morte de João Alberto Silveira Freitas, por seguranças do Carrefour do bairro de Passo d’Areia, na Zona Norte da capital gaúcha, escancara mais uma vez, a prática de extermínio contra a população negra no Brasil.”

Hamilton Mourão, vice-presidente da República, disse que o caso é “lamentável”, além de desconhecer que exista racismo no país. “Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui”.

De acordo com 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mais de 74% das vítimas de mortes violentas no país são negras; negros são 79,1% dos mortos pela polícia. 

Prática comum

Este não é o primeiro caso de pessoas negras abordadas violentamente por seguranças. A prática é bastante comum com pessoas negras, mas não deveria, de forma alguma, ser naturalizada. Cinco em cada 10 pessoas negras já foram seguidas por seguranças de lojas, como aponta a pesquisa As Faces do Racismo, feita em 2020 pelo Instituto Locomotiva a pedido da Central Única das Favelas (CUFA).

Recentemente, em agosto de 2020, Matheus Fernandes, de 18 anos, foi perseguido e agredido por dois seguranças no Ilha Plaza Shopping, na Zona Norte do Rio, após tentar trocar um relógio comprado por ele em uma loja do shopping. Ele foi confundido com um ladrão, levado para a escada de emergência e espancado. 

Em 2019 dois casos vieram a público. O primeiro foi em fevereiro de 2019, quando Pedro Henrique Gonzaga (19) foi morto por um segurança no Supermercado Extra da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Já em julho, um adolescente negro de 17 anos foi chicoteado, torturado e ameaçado de morte após tentar furtar duas barras de chocolate no Supermercado Ricoy do bairro Vila Joaniza, Zona Sul de São Paulo. Na época, os próprios seguranças filmaram e colocaram o vídeo na internet. Em 2009, Januário Alves de Santana (hoje com 50 anos) foi acusado de roubar o seu próprio carro – um Ford EcoSport – no estacionamento do supermercado Carrefour, dessa vez na cidade de Osasco. O vigia da Universidade de São Paulo (USP) foi torturado, enforcado e teve dentes e parte do maxilar quebrados pelos seguranças do estabelecimento.

Ronda Maré de Notícias: Casos e internações por covid-19 voltam a subir no Rio de Janeiro

Em oposição aos números, secretário de Política Econômica afirma que possibilidade de segunda onda é baixa

Por Andressa Cabral Botelho, em 19/11/2020 às 19h20
Editado por Dani Moura

Contrariando alta de mortes em diversos estados, o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia Adolfo Sachsida afirmou nesta terça-feira (17) que a possibilidade de uma segunda onda de covid-19 no país é baixíssima. Segundo o secretário, a pasta acompanha os dados de casos e mortes da doença e faz esse acompanhamento para planejar ações para prorrogar o auxílio emergencial e para planejar a retomada econômica.

Os números, entretanto, mostram que a taxa de transmissão no Brasil saiu de 0,68 no dia 10 de novembro para 1,10 na última terça-feira (17), como aponta monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido. Isso significa que a cada 100 pessoas contaminadas, outras 110 pessoas são infectadas pelo vírus. Ou cada pessoa transmite para, no mínimo, uma outra. Mais do que isso, esses números reforçam a necessidade de ainda usar máscara e álcool gel na rua, manter a higiene e respeitar o distanciamento social sempre que possível. 

Analisando o painel com os dados da cidade do Rio de Janeiro, é possível notar que houve aumento no número diário de casos. No dia 18 de outubro, a cidade do Rio registrou 91 novos casos, enquanto no dia 18 de novembro, apresentou 913 novos casos, um aumento de 1.003% em um mês. Até o dia 19 de novembro, a capital do Rio tem 129.631 casos confirmados e 12.844 mortes confirmadas e nesta quarta-feira (18) voltou a apresentar alta na média móvel de mortes. Pelo Painel Rio COVID-19, a Maré registrou até o dia 19 de novembro 876 casos e 133 mortes confirmadas. Já no Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, o conjunto de favelas tem 1.970 casos e 163 mortes, entre confirmadas e autodeclaradas.

Lockdown em São Gonçalo

Enquanto isso, em algumas cidades brasileiras, os governos já se preparam para evitar os estragos que a segunda onda de covid-19 pode trazer. A Prefeitura de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, decretou nesta quinta-feira (19) a medida de isolamento social total, incluindo fechamento de estabelecimentos até o dia 27 de novembro, como forma de prevenir o contágio da doença na cidade. O município é o terceiro no estado em número de casos e mortes com 15.422 casos e 807 mortes pelo novo coronavírus até 18 de novembro.

Discutindo psicologia na Maré

O projeto de extensão universitária Educação em Direitos Humanos, da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizou na segunda-feira (16) a conferência on-line “PSI MARÉ – um projeto coletivo e plural de intervenção psicanalítica na favela”. Você pode assistir aqui.

Projeto Conectividade (Luta Pela Paz)

O programa Rumo ao ENEM, iniciativa da Unicef com ONG Luta pela Paz, está convocando adolescentes e jovens até 24 anos da Maré para fazer estudos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio. Para participar, os interessados devem estar no ensino médio ou já ter concluído o ensino médio, ambos pela rede estadual de ensino e estar inscrito no ENEM. Os selecionados receberão um kit contendo celular, chip, cinco meses de crédito e material de estudos. Os candidatos devem preencher o formulário de inscrição. O preenchimento deste formulário não garante o recebimento do kit, pois os inscritos estarão sujeitos a análise.

Apresentação da Rede de Apoio às Mulheres da Maré (RAMM)

Na próxima terça-feira, dia 24 de novembro, às 10h, a Rede de Apoio às Mulheres da Maré (RAMM) fará a reapresentação do estudo Fluxo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência da Maré, lançado em setembro deste ano. Para participar, basta mandar um e-mail para [email protected]  e aguardar o link do Zoom, plataforma que será usada para a apresentação. O grupo de trabalho é formado pela Luta pela Paz, Centro de Referência de Mulheres da Maré (CRMM), Centro de Referência para Mulheres Suely Souza de Almeida (CRM), Redes da Maré, Observatório de Favelas, CAPS Magal e a CAP 3.1.

Curso on-line e gratuito sobre Direitos Humanos e Tecnologia

O Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS) e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) promovem o curso Direitos Humanos e Tecnologia: desafios e perspectivas para a cidadania. A proposta é discutir sobre os possíveis usos da tecnologia como ferramenta para garantir direitos e promover cidadania. O curso é gratuito e on-line, e será dividido em cinco aulas, com a sua primeira aula no dia 30 de novembro. Para informações e inscrições, basta acessar o site da ITS

Edital para empreendedores negros na pós-pandemia

O Fundo Baobá para Equidade Racial, em parceria com Instituto Coca-Cola Brasil, Banco BV e Instituto Votorantimo, lançam o edital Programa de Recuperação Econômica de Pequenos Negócios de Empreendedores(as) Negros(as). O edital é voltado para apoiar pequenos empreendimentos de pessoas negras da periferia ou territórios em contexto de vulnerabilidade socioeconômica do país. 

Os selecionados receberão uma mentoria virtual ao longo de seis meses, além da quantia de 30 mil por projeto. As inscrições acontecem de 11 de novembro a 20 de dezembro no site do Fundo Baobá e o programa terá início em 1 de março de 2021.

Wakanda Forever!

Muitos sentimentos tornam-se inspiração para artistas. Foi o que aconteceu com o designer e ilustrador Draco, que ao saber do falecimento Chadwick Boseman, ator que deu vida ao rei T’challa no filme Pantera Negra, decidiu criar e vender uma arte com o desenho da personagem. A ação cresceu e, em parceria com o Voz das Comunidades, ele decidiu que parte dos desenhos impressos será distribuído para crianças negras moradoras de favelas como Maré, Complexo do Alemão Cidade de Deus. 

Assim como o Draco, o Voz das Comunidades  está convidando crianças de 4 a 12 anos que morem nas favelas da Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Complexo da Maré, Complexo da Penha, Santa Marta e Vila Kennedy para fazer um desenho ou pintura inspirada no filme “Pantera Negra” e enviar uma foto para o número de Whatsapp (21) 99893-4031 até o dia 22 de novembro. As imagens selecionadas farão parte de uma exposição virtual.

Podcast FavelaPOD

Está no ar o FavelaPOD #02, podcast do Observatório de Favelas! Em comemoração do Dia Nacional do Conselheiro Tutelar (18/11), o tema é a atuação dos Conselheiros Tutelares responsáveis pela região que abrange a Maré. O podcast faz parte do projeto CRIAndo Rede: proteção à vida de crianças e adolescentes na Maré e está disponível no Spotify e na Apple Podcast. Acesse a pesquisa e conheça mais sobre o projeto. 

Agenda cultural

Do dia 17 ao dia 30 de novembro, o cantor Leoni abre seu Instagram para influencers negros, como Rene Silva, Anielle Franco, Jessé Andarilho e Edu Carvalho, editor do Maré de Notícias, que vai ocupar o perfil do cantor no dia 20 de novembro. Ao longo do dia, ele vai contar um pouco da sua trajetória na comunicação. Vale a pena acompanhar também as outras personalidades que estarão por lá ao longo desses 14 dias e conhecer o trabalho de todos e todas.

O Espaço Cultural Márcio Conde, espaço de memória identidade e resistência da Zona Oeste localizado em Padre Miguel, vai realizar nesta sexta-feira (20) a roda de conversa Herança Africana, em comemoração do dia da consciência negra. O evento vai acontecer no canal do YouTube do espaço a partir das 19h e vai reunir pesquisadores e agitadores culturais, como Andressa Cabral Botelho, editora do Maré de Notícias.

A Cultne, em parceria com Open Society Foundations, Ford Foundation e Olabi realizam nesta sexta-feira (20) o Festival Ori, com uma programação on-line falando sobre tecnologia, inovação e cultura negra. O festival vai ser exibido no canal do YouTube da Cultne.

No sábado (21), a partir das 9h acontece a segunda edição do Festival WOW Rio 2020, organizado pelo Southbank Centre e Redes da Maré. Serão 12 horas seguidas de uma programação que conta com discussões, debates e abordagens profundas com espaço para música, intervenções artísticas e oficinas. Basta acessar o Youtube do Festival e acompanhar.

Perdeu as postagens do Maré de Notícias desta semana? A gente acha para você!

Segunda-feira (15/11)

  • Um escudo contra as doenças, por Hélio Euclides. Leia mais
  • Eduardo Paes e Marcelo Crivella disputam prefeitura em 2º turno; veja lista de vereadores eleitos, por Edu Carvalho e Thaís Cavalcante. Leia mais.

Terça-feira (17/11)

  • Para caminhar para frente, deve-se olhar para trás, por Andressa Cabral Botelho. Leia mais.

Quarta-feira (18/11)

  • Pelo direito à cidadania, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
  • Moradores denunciam falta de água na Maré, por Thaís Cavalcante. Leia mais.

Quinta-feira (19/11)

  • Aumento dos casos de covid-19 no Rio chama atenção, por Edu Carvalho. Leia mais
  • Festival WOW Rio 2020 será on-line para debater desafios e conquistas das mulheres em tempos de pandemia, por Dani Moura. Leia mais.

Festival WOW Rio 2020 será on-line para debater desafios e conquistas das mulheres em tempos de pandemia

Conceição Evaristo, Eliane Brum, Taís Araújo, Juma Xipaia e Tainá de Paula, entre outras pensadoras e ativistas da atualidade, são presenças confirmadas no Festival WOW Rio, que acontece neste sábado (21/12) de forma on-line.  

Por Daniele Moura, em 19/11/2020, às 14h45
Editado por Andressa Cabral Botelho

Desigualdades de gênero e raça escancaradas pela pandemia, violências, identidade, ancestralidade, compartilhamento de saberes, representatividade na política, ocupação de espaços públicos e privados, redes de cuidado, acesso à cultura e à tecnologia, questões ambientais, liderança feminina. Diferentes temas e vozes por um único objetivo: pautar e discutir o protagonismo feminino no mundo atual, com seus desafios e contradições, mas também celebrando avanços e conquistas das últimas décadas. 

Serão 12 horas ininterruptas de uma programação diversa no Youtube do Festival, com discussões, debates e abordagens profundas mas com espaço para música, intervenções artísticas e oficinas. Confira a programação aqui.

O Festival Mulheres do Mundo é inspirado no WOW – Women of the World Festival, um movimento global lançado pela produtora britânica Jude Kelly em 2010, diretora artística do Southbank Centre, um dos maiores centros culturais na Europa, no centenário do Dia Internacional da Mulher, em Londres. Realizado pela primeira vez em 2010, O WOW já esteve em 23 países da Europa, Ásia e África, além várias cidades na Inglaterra. 

Em 2016, Jude Kelly visitou a Casa das Mulheres da Maré, um espaço dedicado a estimular o protagonismo político de meninas e mulheres, onde são realizadas atividades de qualificação profissional, atendimento sócio-jurídico e psicológico gratuitos, além de fomento ao ativismo e engajamento nas lutas feministas. A partir daí, a Redes da Maré teve como  desafio o convite de realizar o Festival no Brasil pela primeira vez. 

Sucesso de público e com participação de centenas de ativistas e pensadoras feministas, o Festival Mulheres do Mundo – WOW Rio chegou à América Latina em 2018, em um grande evento na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Com curadoria do Southbank Centre e Redes da Maré, o evento reuniu mais de 95 mil pessoas em três dias nos espaços do Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio e Armazém 1 do Píer Mauá, numa programação diversificada em torno das questões das mulheres. Foram cerca de 250 convidadas de todas as partes do mundo, 200 empreendedoras, 30 coletivos que participaram da primeira versão brasileira do festival.

Para compreender melhor o contexto e a relevância da atuação política das mulheres no Rio de Janeiro, o Festival Mulheres do Mundo fez um levantamento de mulheres líderes  e de instituições e organizações voltadas ao público feminino na cidade. O mapeamento, o primeiro do gênero no Rio,  identificou 204 líderes locais e 235 organizações até agora, pois está em constante atualização (clique aqui se quiser cadastrar alguma iniciativa). O documento completo está disponível aqui.

Em 2019, o Festival Mulheres do Mundo realizou o Esquenta WOW, uma série de cinco encontros em diferentes territórios da região metropolitana do Rio de Janeiro — Complexo da Maré, Centro, Duque de Caxias, Niterói e Santa Cruz — e teve seu encerramento em Fortaleza.

Em 2020, aconteceria o Festival nas configurações do primeiro, num formato de um grande evento presencial, mas a pandemia não deixou. “Muito cedo, nós percebemos que o impacto da pandemia seria diferente para as mulheres, que seriam brutalmente mais penalizadas. Para nós, é muito evidente que, mesmo sem podermos contar com a presença física dos festivais e o sentimento de união que esses momentos proporcionam, criar um espaço de troca e entendimento virtual para meninas e mulheres, que aponte as urgências sociais, raciais e econômicas, mas também celebre a resiliência e as conquistas das mulheres no mundo, é fundamental. E o Brasil e Rio de Janeiro são peça chave nessa configuração”, diz Jude Kelly, hoje presidente da Fundação WOW.

Sendo assim, a organização brasileira do festival, produziu no último dia 11 de outubro, Dia Internacional das Meninas, declarado pelas Nações Unidas, a primeira edição do WOW Meninas no Brasil, que contou com  programação especial, onde meninas líderes debateram temas como racismo, pandemia e educação.

E a edição de 2020 do Festival Mulheres do Mundo -WOW Rio acontecerá, de forma on-line, neste sábado, 21, a partir das 9h, pelo canal do YouTube e Facebook do WOW Rio com shows de Linn da Quebrada e Josyara, performance de MC Martina e exibição de curtas metragens, debates e mesas temáticas que completam as 12 horas ininterruptas de programação. Tudo de graça.

Para Eliana Silva, diretora da Redes da Maré e curadora do festival no Brasil, é importante manter a agenda .“Optamos por fazer duas atividades este ano, o WOW Meninas e agora esta edição de 12 horas do festival on-line, para deixar viva a pauta em torno da vida das mulheres, de sua condição do mundo contemporâneo, exaltando suas produções e conquistas,” afirma a primeira mulher a presidir uma associação de moradores no conjunto de favelas da Maré. Eliana participará da mesa de abertura às 9h com Jude Kelly e em seguida estará num papo com Taís Araújo.

A vereadora recém eleita pelo Rio, Tainá de Paula, estará presente na mesa sobre Política Cotidiana e Institucional e o Direito à Cidade. Para ela, o Festival é uma potência na discussão sobre o futuro das mulheres. “O evento é uma oportunidade da gente saber como criar conexão entre mulheres no campo da política,  da cultura, da sociedade de um modo geral, criando estratégias para derrubar o patriarcado. Tantas mulheres de trajetórias tão distintas para estabelecer uma sociedade comum onde todas tenham seus espaços”, afirma a urbanista que estará no debate que começa às 15h, com Thais Ferreira, Benny Briolly e  mediação de Tatiana Roque.

Aumento de casos de covid-19 no Rio chama atenção

0

Ocupação de leitos de UTIs já supera 90% na rede municipal da cidade 

Por Edu Carvalho, em 19/11/2020 às 12h10
Editado por Andressa Cabral Botelho

Esta semana foi marcada por uma série de notícias sobre a covid-19. A primeira, que inspira esperança, foi o anúncio de que a vacina criada pela farmacêutica Pfizer atingiu 95% de eficácia na prevenção ao coronavírus. Em oposição, tivemos nesta quarta-feira (18) o registro de mais de 11 mil mortes diárias contabilizadas no mundo pela Universidade Johns Hopkins, um recorde ao longo da pandemia. Com isso, brasileiros aguardam apreensivos os próximos passos no combate à pandemia no país. 

Na manhã desta quinta-feira, 19, o primeiro lote da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, chegou ao Brasil. Com uma remessa de 120 mil doses, a vacina ainda não teve autorização para ser aplicada no Brasil e já está na terceira fase de testes, onde é analisada a eficácia após aplicação em milhares de voluntários. O governo do estado de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan.

No final de outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a negociação para adquirir doses pelo governo federal. Em reação à atitude do ministro, o presidente Jair Bolsonaro mandou cancelar a compra. Contrariado, o ministério afirmou que “não há intenção de compra”. 

Aumento de ocupação dos leitos no Rio preocupa

No município do Rio, de acordo com estudos científicos, ainda não há certeza de uma segunda onda da transmissão. Em monitoramento feito pelo Imperial College, de Londres, no Reino Unido, em sete dias, a taxa de transmissão saiu de 0,68 para 1,10, o que significa que cada pessoa infectada pode passar o vírus para, pelo menos, uma outra pessoa. Especialistas já procuram entender o novo pico de casos, em um cenário de desmonte dos hospitais de campanha e de flexibilização. Na rede municipal, a ocupação de UTIs já supera 90%.

Já o Estado do Rio de Janeiro atingiu um aumento de 88% na média móvel em relação a duas semanas anteriores e os números de casos da doença com crescimento de 103%, de acordo com boletim divulgado na tarde de quarta-feira, dia 18, pela Secretaria Estadual de Saúde. Até o momento, são 332.396 casos e mais de 21 mil mortes. De acordo com o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, o Conjunto de Favelas da Maré contabiliza 1.970 casos e 163 mortes. 

Diante a preocupação com o aumento dos casos e mortes, o Ministério da Saúde emitiu um comunicado nesta quarta-feira (18) alertando principalmente os profissionais da área de saúde, mas que abrange toda a população. No texto, ressalta o uso da máscara e destaca que “pacientes e profissionais de saúde que já tiveram COVID-19 não possuem imunidade permanente (…). Esses fatos têm sido demonstrados pelas reinfecções que têm se avolumado, principalmente entre profissionais de saúde. Assim sendo, ninguém deve se sentir protegido”. 

Pelo direito à cidadania

0

A pandemia dificultou ainda mais o acesso aos direitos básicos, como renovação ou emissão de documentos

Maré de Notícias #118

Por Thaís Cavalcante

No Conjunto de Favelas da Maré, o enfrentamento ao coronavírus não foi o único desafio vivido por quem busca, diariamente, mais condições de cidadania. Uma das formas de exercê-la é com o documento de identificação, obrigatório e necessário para a garantia dos direitos básicos, como atendimento em hospital e matrícula em escola, por exemplo. Com a diminuição desses serviços públicos durante a pandemia, muitos foram prejudicados ao tentar agendar, cadastrar ou renovar suas documentações.

Com a popularização da documentação digital, quem possui um celular na mão e internet já pode ter acesso à Carteira Digital de Trânsito, Carteira de Trabalho Digital e até o Título de Eleitor Digital. Enquanto isso não é realidade para todos, a assistência comunitária facilita a documentação impressa para a população da Maré. São duas unidades do Detran, a Fundação Leão XIII e diversas ações sociais em parceria com as Associações de Moradores, instituições, Prefeitura e Organizações Não Governamentais. A Fundação Leão XIII, por exemplo, existe para facilitar o acesso aos serviços de emissão de documentos, como o de identificação civil (RG) e, ainda, facilita o acesso aos projetos, para garantir uma integração com a população da Maré. 

O Detran do Rio aconselha que, nesse momento de pandemia, só procure pelos serviços quem realmente tem urgência. É o caso de Pablo da Silva, morador da Vila do João, na Maré. Ele pretende tirar sua carteira de motorista para expandir seu trabalho e aumentar sua renda. Tentou atendimento durante todo o mês de setembro para emitir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Eu ligo às 8h da manhã todos os dias e, quando são 08h05, [as vagas] já foram todas preenchidas. Fora o site, que, com o número de acessos, fica fora do ar e quando volta não tem mais vaga”, conta. Pablo conseguiu agendar um mês e meio depois.

Aos poucos, o Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran) retoma seus atendimentos para realizar a emissão de documentos. Nas duas unidades da Maré, que ficam nas favelas Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, os serviços de identificação civil já voltaram, com cautela e garantindo a segurança de funcionários e usuários. Dia 19 de outubro ocorreu a nova fase de reabertura de postos em toda a cidade.

Letícia Furtado é coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual (Nudiversis), que faz atendimento especializado há 9 anos para a população LGBTQIA+. Atua em apoio às pessoas que enfrentam questões de vulnerabilidade, seja juridicamente ou não. Ela lembra que ter uma documentação implica nos direitos básicos: a pessoa poder votar, se matricular em instituições de educação, viajar, por exemplo. 

Dominyck di Calafrio, atriz, travesti e moradora da Nova Holanda, tenta fazer o CPF e o título de eleitor desde o início do ano, mas enfrenta o desafio de não possuir bom acesso à internet e dificuldade com a escrita e leitura. Outra questão que atrapalha quem procura o serviço é a navegação do site. “Peço ajuda e a pessoa leva horas para conseguir as informações, já que os sites não são claros. Aí acabo não conseguindo avançar. Por isso, decidi esperar a pandemia passar para emitir”, desabafa.

Onde fazer agendamento para emissão de RG e CNH

DETRAN
www.detran.rj.gov.br 
Telefone: (21) 3460-4040 / 3460-4041 / 3460-4042
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, sábado, das 8h às 18h.

Onde emitir documento de mudança de nome

Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual (NUDIVERSIS)
WhatsApp: (21) 99617-4115/ 97439-4437 / Email: [email protected]
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 11h às 18h.

Onde receber isenção de documentação civil e tirar dúvidas sobre benefícios

Fundação Leão XIII
Unidade Nova Holanda – Rua Sargento Silva Nunes, 1012
Unidade Ramos – Rua Gerson Ferreira, 06
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 10h às 14h.