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Tire suas dúvidas sobre o Auxílio Emergencial de R$600

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Saiba quem tem direito, como se cadastrar e quando poderá sacar o auxílio emergencial

Flávia Veloso

O aplicativo para recebimento do auxílio emergencial de R$600 e R$1,2 mil foi lançado nesta terça-feira, 07 de abril, junto com o calendário para o recebimento do benefício. Trabalhadores informais, autônomos, desempregados e microempreendedores individuais (MEI) de baixa renda sem registro no Cadastro Único (CadÚnico) devem baixar o aplicativo Caixa | Auxílio Emergencial, disponível para celulares com sistema operacional Android e iOS, além de poder ser acessado no site da Caixa Econômica. Diante questionamentos sobre o recebimento do auxílio, o Maré de Notícias Online esclarece algumas dúvidas.

Requisitos básicos:

  • Ter mais de 18 anos;
  • Não ter emprego formal ativo ou contrato de trabalho intermitente;
  • Ter renda familiar por pessoa não pode ultrapassar meio salário mínimo (R$ 522,50) ou a renda familiar total tem que ser de até três salários mínimos (R$ 3.135,00).

Tem direito

Tem direito ao Auxílio Emergencial quem está desempregado ou se encaixa em pelo menos um dos seguintes requisitos:

  • Microempreendedores individuais (MEI);
  • Contribuinte individual da Previdência Social (profissional autônomo);
  • Trabalhador informal.

Quem faz parte do Bolsa Família pode receber o Auxílio, mas receberá somente um dos dois (o valor que que for maior).

Não tem direito

  • Aqueles que estejam recebendo Seguro Desemprego;
  • Aqueles que estejam recebendo benefícios previdenciários, assistenciais ou benefício de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família;
  • Aqueles que receberam rendimentos tributáveis acima do teto de R$ 28.559.70 em 2018, de acordo com declaração do Imposto de Renda (veja quais são os rendimentos tributáveis).

O valor recebido será de R$ 600,00 por três meses para até duas pessoas da mesma família ou R$ 1.200,00 por três meses para a mulher que é a única responsável pelas despesas da casa.

Como se cadastrar para receber o Auxílio?

Quem tiver direito e estiver cadastrado no Cadastro Único (CadÚnico) ou no Bolsa Família não precisa se cadastrar, pois receberá o Auxílio automaticamente (consulte se você está no CadÚnico).

Aqueles que têm direito e se enquadram na categoria MEI, trabalhador autônomo ou informal, pode se cadastrar pelo aplicativo Caixa | Auxílio Emergencial (disponível para Android e iOS) ou pelo site. A Caixa Econômica Federal também disponibilizou um telefone apenas para tirar dúvidas, a Central 111.

Se o cidadão não tiver acesso à internet ou celular, a preferência é que use internet ou celular emprestado. Caso nenhuma das opções anteriores seja possível, deve-se procurar uma agência da Caixa ou Loterias.

Como retirar o Auxílio?

O Auxílio Emergencial será depositado na conta corrente ou poupança do beneficiário. Aqueles que não possuem, receberão de graça uma conta poupança on-line da Caixa, portanto não há necessidade de ir ao banco ou agência lotérica.

Mesmo que a conta esteja negativada, não haverá qualquer desconto no dinheiro do Auxílio.

Calendário de recebimento do Auxílio

Cadastrados no CadÚnico que não fazem parte do Bolsa Família e têm conta na Caixa ou no Banco do Brasil – primeira parcela a partir de 9 de abril.

Cadastrados no CadÚnico que não fazem parte do Bolsa Família e não têm conta na Caixa ou no Banco do Brasil – primeira parcela a partir de 14 de abril para nascidos em janeiro.

Cadastrados no CadÚnico que não fazem parte do Bolsa Família e não têm conta na Caixa ou no Banco do Brasil – primeira parcela a partir de 15 de abril para nascidos em fevereiro, março e abril.

Cadastrados no CadÚnico que não fazem parte do Bolsa Família e não têm conta na Caixa ou no Banco do Brasil – primeira parcela a partir de 16 de abril para nascidos em maio, junho, julho e agosto.

Cadastrados no CadÚnico que não fazem parte do Bolsa Família e não têm conta na Caixa ou no Banco do Brasil – primeira parcela a partir de 17 de abril para nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.

MEIs, autônomos e informais que se cadastraram no site ou app Caixa | Auxílio Emergencial – primeira parcela a partir de 16 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do Número de Identificação Social – NIS 1) – a partir de 16 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 2) – a partir de 17 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 3) – a partir de 20 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 4) – a partir de 22 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 5) – a partir de 23 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 6) – a partir de 24 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 7) – a partir de 27 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 8) – a partir de 28 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 9) – a partir de 29 de abril.

Beneficiários do Bolsa Família (final do NIS 0) – a partir de 30 de abril.

Saque presencial liberado para quem receber a conta poupança on-line da Caixa

Nascidos em janeiro e fevereiro – 27 de abril.

Nascidos em março e abril – 28 de abril.

Nascidos em maio e junho – 29 de abril.

Nascidos em julho e agosto – 30 de abril.

Nascidos em setembro e outubro – 4 de maio.

Nascidos em novembro e dezembro – 5 de maio.

Segunda parcela para inscritos no CadÚnico e cadastrados no app Caixa | Auxílio Emergencial

Nascidos em janeiro, fevereiro e março – 27 de abril.

Nascidos em abril, maio e junho – 28 de abril.

Nascidos em julho, agosto e setembro – 29 de abril.

Nascidos em outubro, novembro e dezembro – 30 de abril.

Segunda parcela para beneficiários do Bolsa Família

Últimos 10 dias úteis de maio.

Terceira parcela para inscritos no cadúnico e cadastrados no app e site Caixa | Auxílio Emergencial

Nascidos em janeiro, fevereiro e março – 26 de maio.

Nascidos em abril, maio e junho – 27 de maio.

Nascidos em julho, agosto e setembro – 28 de maio.

Nascidos em outubro, novembro e dezembro – 29 de maio.

Terceira parcela para beneficiários do Bolsa Família

Últimos 10 dias úteis de junho.

Ronda Coronavírus: Maré deve receber caixa d’água de 10 mil litros

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Cadastro para recebimento de renda emergencial é disponibilizado. Operações policiais e pandemia nas favelas.

O Estado do Rio de Janeiro já marca 1.688 casos confirmados do novo coronavírus. São 89 óbitos confirmados e 78 em investigação. Na cidade, o número de confirmados é de 1.251. Nas 16 favelas da Maré, apesar de muitos casos de pessoas com sintomas, ainda não há confirmação por parte da Secretaria Estadual de Saúde. 

A CEDAE iniciou nesta terça-feira (07) a instalação de caixas d’água com capacidade de até 10 mil litros, conectado a barrilete com bicas, em áreas de ocupação irregular e sem rede de distribuição de água. O primeiro sistema está sendo instalado na Comunidade do Brejo, na Cidade de Deus. Sistemas iguais serão instalados até a próxima semana nas comunidades Camarista Méier, no Engenho de Dentro, e Fim do Mundo, na Maré. A Cedae estuda a necessidade de sistema semelhante em outras comunidades.

O cadastro para recebimento do auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal já pode ser feito para que profissionais informais, autônomos, microempreendedores e desempregados que estejam dentro da regra do projeto possam garantir essa renda mínima durante três meses. O governo disponibilizou site e aplicativo para celular (com sistemas operacionais Android e iOS) onde é possível realizar o cadastro e acompanhar o andamento da solicitação.

A Rede de Observatórios da Segurança divulgou que houve uma redução de 23% no número de ações policiais monitoradas em março de 2020, comparado a março de 2019 no Rio de Janeiro. Com isso, reduziu-se em mais da metade o número de vítimas em ações policiais. Porém, a Maré foi alvo de duas operações policiais nos últimos 15 dias. Uma em Marcílio Dias, no dia 27 de março, deixando um morto e quatro feridos, e a última nesta segunda-feira (06) no Parque União. Moradores relataram invasões a domicílios sem mandados judiciais, descumprindo orientações de isolamento social. 

Mesmo com a operação policial, tecedores da Redes da Maré e voluntários deram continuidade à entrega de cestas básicas e kits de materiais de limpeza pela Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus. Foram mais de 300 cestas entregues só nesta segunda-feira. A movimentação de pessoas e comércios abertos ainda é grande nas favelas da Maré nesta terceira semana de distanciamento social.

Ciência é assunto de mulher

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Pesquisadoras brasileiras se destacam ao desenvolver ciência e mostram ao mundo o poder feminino 

Hélio Euclides

O assunto do momento é o novo coronavírus. O primeiro passo numa luta é conhecer o adversário: sequenciar o genoma do vírus, que permite monitorar as diferentes entradas no Brasil, entender de onde ele veio e algumas características do crescimento, mutação e medidas a serem tomadas. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a decifrar a sequência da amostra do primeiro caso de infecção da Covid-19 no país, em apenas 48 horas, por meio de cinco pesquisadoras. 

As biomédicas Jaqueline Goes de Jesus, Ingra Morales, Flávia Salles e a farmacêutica Erika Manuli são as pesquisadoras do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), dentro do Instituto Adolfo Lutz (IAL). Elas fazem parte da equipe do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), liderado pela médica Ester Sabino. 

O grupo trabalha com tecnologia de sequenciamento desde 2016, com Zica, Dengue, Chikungunya e no último surto da Febre Amarela. Mas foi o trabalho com o novo coronavírus que teve impacto no meio científico e na sociedade. Elas não esperavam a repercussão. “Isso tudo foi importante para que a sociedade veja que os brasileiros têm condições de fazer ciência com excelência. Apesar de todos os contras, fazemos um trabalho de qualidade”, comenta Flávia Salles

Ela define que a ciência é investimento e que investir em educação é de extrema importância. “Esperamos que com essa repercussão, a sociedade veja o quanto a ciência e a universidade são peças importantes para um país se desenvolver. Que venham mais investimentos e que possamos devolver à sociedade esse conhecimento como está ocorrendo agora”, expõe. A pesquisadora exalta que o grupo é liderado por uma mulher e formado por jovens mulheres. “Talvez a sociedade esteja acostumada com a ciência sendo representada por homens. Acredito que as pessoas não tinham essa visão de mulheres fazendo ciência. Foi um choque ou um despertar. Muitas pessoas se sentiram representadas”, conclui. 

Fernando Lucas Melo, professor visitante no Instituto de Biologia/Departamento de Fitopatologia da Universidade de Brasília (UNB), atua com sequenciamento, acredita que para a ciência não é relevante por serem mulheres, mas sim para a sociedade. “É importante pois pode estimular meninas a seguirem por este caminho, ao verem cientistas mulheres fazendo a diferença num momento tão importante”, comenta. 

Mulheres brasileiras na ciência

A presença feminina entre pesquisadores no país está bem acima da média mundial. Dados da Unesco de 2019 apontam que apenas 28% dos pesquisadores são mulheres. Inês Cristina, coordenadora do projeto Nenhum a Menos, da Redes da Maré, diz que o feito das cientistas colabora no aumento feminino na ciência. “Em 2000, nós tínhamos a presença de 35% de pesquisadoras brasileiras. Agora são 45%, um forte impacto no trabalho do movimento feminista. Esse resultado vem das políticas de ciência e educação que foram implementadas a partir de 2006. Foram 10 anos de muito avanços e produção científica jovem. Negros e negras entraram nas universidades e no mundo da pesquisa”, comenta. 

“Jaqueline é uma pesquisadora negra e nordestina, uma informação que melhora a autoestima das jovens de origem popular. Toda vez que uma mulher, negra, periférica sobe, ela já impulsiona a ascensão de outras. Quando valorizamos essas histórias, a gente mostra que essa população faz parte da nossa história, constitui toda riqueza e beleza do nosso país, está no sangue de todas famílias brasileiras”, conta a coordenadora. Para Inês, essas pesquisadoras ajudam todos os outros grupos de mulheres a serem mais fortes. Como marco, o Projeto Nenhum a Menos faz um trabalho sobre mulheres extraordinárias com crianças e essas pesquisadoras vão ter uma página no livro.

O feito das pesquisadoras deixou as mulheres orgulhosas “Vivemos num país estruturado nas desigualdades de raça, gênero e classe. Acredito que as lutas dos movimentos feministas tiveram o papel nessa conquista”, conta Ana Cláudia, especialista em gênero, sexualidade e direitos humanos, do DIHS/ENPS/Fiocruz. Ela relata que foi uma conquista coletiva resultante de lutas históricas que vislumbram a igualdade de direitos entre gêneros, a liberdade das mulheres e em todos os setores de sua vida. Uma vitória das lutas antirracistas é a importância das mulheres negras no poder. “Lembro de uma frase de Ângela Davis, que diz quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”, expõe. 

A valorização da universidade pública

Ana destaca a importância das universidades públicas na luta da pesquisa. Papel fundamental para desenvolver e potencializar a ciência e para garantia de direitos através de políticas públicas de promoção à igualdade racial, de gênero e classe. Eblin Farage, professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Favelas e Espaços Populares, acredita que a defesa da universidade pública e gratuita é uma tarefa de todos. 

“A pesquisa que levou ao genoma do novo coronavírus no Brasil foi feita na rede pública, por mulheres, para ajudar no desenvolvimento de remédios que possam salvar vidas. Só as universidades públicas têm esse objetivo, diferente da indústria farmacêutica que só tem interesse em vender e lucrar”, explica. Eblin avalia que a pandemia coloca em xeque o projeto dos ricos que segue em curso em quase todas as partes do mundo. De quando mais se precisa das lideranças governamentais, o que se percebe é um comprometimento com os interesses dos empresários e banqueiros e não com a vida da população, em especial a mais pobre. 

As mulheres escrevem a história

Duília de Mello é pesquisadora associada da NASA, órgão de Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos. Ela já visitou a Maré algumas vezes para falar sobre seu trabalho e os seus primeiros passos, que foram em faculdade pública, graduada em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1985. Quando ela é questionada sobre uma mulher num cargo de cientista, Duília é categórica. “As meninas são influenciadas pelo tradicional, são estigmas de mães e pais. Por que só as meninas tiram os pratos da mesa? A sociedade precisa mudar”, afirma. Ela fundou a Associação Mulheres das Estrelas (AME), com o objetivo de levar cientistas a escolas, incentivando alunos ao ingresso na ciência.

Uma das mercadorias mais procuradas atualmente é o álcool gel. Mas poucos sabem que o produto, que possui a capacidade de destruir a camada externa do vírus, acabando com a sua chance de contaminação, foi inventado em 1966 por uma mulher, a enfermeira Lupe Hernandez. A jovem latina estudava enfermagem em Baskerfield, na Califórnia. Sua preocupação era com a falta de água e sabão para os profissionais da saúde, que precisam estar devidamente limpos para entrar em contato com o paciente.

Lupe começou a pensar em formas de fazer um produto que pudesse ser transportado de forma fácil. Ela percebeu que uma boa maneira seria fabricar um álcool em forma de gel. A princípio, o álcool em gel era usado apenas em consultórios e hospitais. A partir dos anos 1980, no entanto, o produto começou a ser comercializado para todos. Era impossível, há 54 anos, que Lupe pudesse prever o próprio coronavírus, mas é evidente que ela previu a utilidade de sua invenção: um produto que mata germes, bactérias e evapora, facilitando a vida de quem os usa quando não se tem uma torneira por perto.

Ronda Coronavírus: campanha segue com distribuição de cestas na Maré

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CUFA lança programa para mães de favela. Ministério da saúde continua com Mandetta.

Já passam de 550 o número de mortos no Brasil pelo novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, o país já é o 15º no mundo em casos confirmados. No estado do Rio de Janeiro já são 1.461 casos confirmados, 1.110 só na cidade do Rio de Janeiro. São 71 óbitos confirmados e 75 em investigação no estado.

A campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus já distribuiu 2.868 cestas básicas com alimentos e outras 2.868 com itens de higiene e limpeza para moradores das 16 favelas da Maré. Foram entregues também 1.800 quentinhas para pessoas em situação de rua, prioritariamente da Cena de Crack, preparadas pelas mulheres do projeto Maré de Sabores, da Casa das Mulheres da Maré. A campanha de arrecadação e distribuição, liderada pela Redes da Maré, está sendo possível graças ao apoio e parceria com diversas instituições e pessoas físicas. Para ser um doador, voluntário ou saber mais, acesse: http://redesdamare.org.br/br/quemsomos/coronavirus 

O canal disponibilizado para receber as famílias em alta situação de vulnerabilidade social para que elas possam receber as cestas básicas segue recebendo cadastros de moradores. O pré-cadastro é realizado enviando uma mensagem de texto pelo WhatsApp 99924-6462 com nome completo, endereço com a favela da residência e número de telefone. Os pedidos estão sendo avaliados pela equipe.

A Central Única das Favelas (CUFA) lançou nesta sexta-feira, dia 3 de abril, o programa “Mães da Favela”. O objetivo é auxiliar mães solo moradoras de favelas que estão sendo atingidas pelos reflexos do Coronavírus (Covid-19). O programa faz parte do projeto “CUFA Contra o Vírus”, onde 20 mil mulheres serão contempladas com R$ 120, valor que se chamará ‘Vale Mãe’ em 18 estados brasileiros por dois meses. A proposta é distribuir 40 mil ‘Vales Mãe’.

O fim desta segunda foi de especulações sobre uma possível demissão do ministro da saúde Luis Henrique Mandetta, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro. O médico, que tem recebido críticas positivas da população e especialistas, anunciou que permanecerá no cargo. A possível exoneração se deu por divergências entre o atual ministro e o presidente diante da pandemia, especialmente sobre a postura negacionista do presidente. 

Segunda operação policial acontece na Maré na quarentena

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Em menos de 10 dias, segunda operação policial na Maré tem invasões de domicílios sem mandados judiciais

No início de uma das semanas mais importantes de distanciamento social para o enfrentamento ao novo coronavírus, a mais populosa do conjunto das 16 favelas da Maré, o Parque União, é alvo de operação policial da PMERJ. 

Segundo relatos de moradores, por volta das 5h da manhã, agentes da PM e um caveirão já circulava as ruas da região. As clínicas da família Diniz Batista, do Parque União, e Jeremias Moraes da Silva, da Nova Holanda, tiveram atendimento suspenso em meio à pandemia do Coronavírus.  Centenas de pessoas ficaram sem atendimento médico no dia de hoje.

O  Rio de Janeiro é o segundo estado do Brasil em número de casos do novo coronavírus. Foi divulgado recentemente que um número considerável de policiais estariam afastados das ruas por estarem com suspeita da Covid-19. Os agentes estão, inclusive, na linha de frente do combate ao coronavírus no Rio, atuando nos bloqueios e controle da circulação e aglomeração de pessoas. 

Nesta manhã, durante a ação da PMERJ no Parque União, recebemos diversas denúncias de invasões a domicílios de moradores por parte da polícia. “Arrombaram a porta da minha mãe”, “Estão entrando em várias casas”, “Nem vou abrir a loja então”, foram mensagens trocadas por moradores por grupos de troca de mensagens logo nas primeiras horas do dia.  Também houve uma denúncia, segundo os moradores,  de que agentes da polícia abordaram dois jovens que voltavam do trabalho. Os jovens tiveram seus salários roubados pelos agentes do Estado. 

Até o momento do fechamento deste texto, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar não havia informado se existiam mandados policiais para serem cumpridos na ação. Segundo a Ação Civil Pública da Maré , mandados devem ser cumpridos em horário diurno, conforme acontece em outras partes da cidade. Em nota, a assessoria informou que a operação aconteceu também na Nova Holanda, favela vizinha do Parque União.  

Os moradores das  16 favelas da Maré têm enfrentado muitos desafios durante o período de distanciamento social recomendado pelas autoridades médicas. Além das incertezas quanto à garantia de renda que assombra centenas de famílias, a organização habitacional e a falta de saneamento básico das favelas, hoje uma operação policial dificultou ainda mais a situação. Devido à operação, cestas básicas e kits de materiais de limpeza deixaram de ser entregues das favelas do Parque União ao Morro do Timbau, por voluntários e equipes da Redes da Maré. 

Esta é a segunda operação policial que acontece em menos de duas semanas na Maré, que contraria esforços de organizações públicas e da sociedade civil para o distanciamento social e o combate ao novo coronavírus. O Maré de Direitos segue acompanhando os casos.

A Maré diz NÃO ao Coronavírus

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Campanha da Redes da Maré distribui 2.868 cestas básicas entre alimentos e kits de limpeza e 1.800 quentinhas em 9 dias

Entre 27 de março e 04 de abril, a campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus distribuiu 2.868 cestas básicas com alimentos e outras 2.868 com itens de higiene e limpeza para moradores das 16 favelas da Maré. Além disso, 1.800 quentinhas foram entregues para pessoas em situação de rua, prioritariamente da Cena de Crack, na rua Flavia Farnese (Parque Maré) e Avenida Brasil (altura do Parque União), preparadas pelas mulheres do projeto Maré de Sabores, da Casa das Mulheres da Maré. São 200 quentinhas distribuídas por dia de segunda a segunda. A campanha de arrecadação e distribuição, liderada pela Redes da Maré, está sendo possível graças ao apoio e parceria com diversas instituições e pessoas físicas.

A Campanha “A Maré diz Não ao Coronavírus” começou a ser pensada faz 15 dias e a mobilização está a todo vapor. As cestas são entregues de porta em porta, com alimentos e itens de higiene e limpeza nas 16 favelas da Maré: Salsa e Merengue, Conjunto Pinheiros, Bento Ribeiro Dantas, Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro, Nova Maré, Parque Maré, Nova Holanda, Parque Rubens Vaz, Parque União, Roquete Pinto, Praia de Ramos, Marcílio Dias, Conjunto Esperança, Vila dos Pinheiros e Vila do João.

Só nesta última semana, foram 66 horas de trabalho, 10 carros, 03 motos e 01 van. Em média, são cerca de 100 pessoas envolvidas em todo o processo para viabilizar a campanha, desde a organização, mobilização, comunicação, captação e prestação de contas até o processo de logística e distribuição. O trabalho acontece de segunda a segunda e a campanha está prevista para acontecer de março a maio de 2020.

Faça parte! DOE. Vamos fazer, de fato, a diferença na vida de muitos moradores e moradoras das 16 favelas da Maré.

Seja um doador ou voluntário. Saiba como em http://redesdamare.org.br/br/quemsomos/coronavirus