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Muito prazer, somos a OCUPAÇÃO*

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Por Luca LK, em 07/10/2021 às 12h20

Nelson Mandela, em sua autobiografia, contou que seu pai era um importante líder de uma aldeia na África do Sul. Quando todos se reuniam para discutir algum problema coletivo, seu pai era o último a falar. Vejam, o líder de uma comunidade escutava todos os presentes para depois falar e tomar uma decisão. Uma boa escuta precede a fala.

Mano Brown, em um discurso pré eleição de 2018, disse: “A comunicação é alma”. Falar para quem gosta de ouvir o que falamos é fácil. Falar para quem não nos escuta é um desafio. Inspirada nessas ideias, nasce a OCUPAÇÃO, uma revista digital que, antes de falar, escuta e que busca estabelecer conexões entre pessoas.

Em meio aos desafios da pandemia, propusemos a criação de uma revista que fosse  feita por vozes independentes e periféricas e que fizesse com que essas vozes ocupassem diferentes contextos. Com um ano de vida, essas vozes já ocuparam vários lugares: chegaram em São Paulo, na Bahia e no Rio Grande do Sul; atravessaram o Atlântico e desembarcaram em Cabo Verde e em Portugal; Espalharam se pelas universidades, quebradas, manguezais e botequins; e agora, alcançaram o Complexo da Maré.

Sempre escutando e ocupando. Sim, ocupando. 

A palavra ocupação, que dá título ao projeto, não foi escolhida por acaso. Ocupar é ressignificar vivências e espaços. É entender o contexto e saber das possibilidades de contribuição. Ocupar é uma construção coletiva. 

Espaço dedicado ao Maré de Notícias na edição comemorativa
Espaço dedicado ao Maré de Notícias na edição comemorativa | Foto: Reprodução

Por isso, ao longo desse último ano, encontramos parceiros e parceiras que acreditaram na ideia de que podemos ocupar, ressignificar espaços e ampliar reflexões. Nunca estivemos sozinhos. A Wilifa, hub de projetos na Zona Leste de São Paulo, acreditou desde o início e esteve disposta a nos ouvir e dialogar sobre as questões sensíveis que abordamos na revista.

Além da Wilifa, muita gente passou pela revista e criou vínculo para além do mundo virtual. Novos projetos foram pensados e novas formas de ação e escuta foram realizadas. Criamos o OCUPACast, nosso podcast no Spotify; fizemos a OCUPA contra o frio, uma campanha de arrecadação e distribuição de cobertores e kits de higiene nas quebradas da Zona Sul de São Paulo; fomos convidados para participar de eventos culturais. E muito mais está por vir.

Nesse ano de existência, deixamos claro que nunca falaremos por ninguém. Cada um que passa pela OCUPAÇÃO, compartilha suas vivências e registra suas experiências nas páginas da revista. 

Acreditamos que o registro dessas vivências constrói um acervo criado por e para quem vive no Brasil de hoje, mas que pensa no futuro. Os relatos, fotos, áudios e reflexões garantem que essas vozes periféricas sejam preservadas e que, assim como a de Marielle Franco, cria da Maré, se tornem um importante legado de luta e resistência.  

Seguiremos ocupando.

*A revista digital OCUPAÇÃO se une aos parceiros Alma Preta, Projeto #Colabora, data_labe e Énois Conteúdo para, além de ampliar o alcance da mensagem sobre a potência da Maré contida na missão do Maré de Notícias, apoiar no objetivo de entrar em contato com novos olhares e ressignificar discursos.

Luca LK é editor da revista OCUPAÇÃO

#VacinaMaré: saiba todas as informações para segunda dose da campanha na Maré

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Iniciativa tem como objetivo vacinar com segunda dose moradores de 18 a 33 anos

Por Edu Carvalho, em 06/10/2021 às 10h

Nos dias 14, 15 e 16 de outubro acontecerá a segunda fase do #VacinaMaré, ação que pretende imunizar em massa com a segunda dose da vacina contra a covid-19 a população mareense em suas 16 favelas. A mobilização vai ocorrer nas unidades de saúde da Maré.

A iniciativa faz parte de um estudo da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com Ministério da Saúde, Redes da Maré, Secretaria Municipal de Saúde, SAS Brasil, Conexão Saúde e PUC-Rio.

Nesses territórios, há uma dinâmica de vida repleta de dificuldades para a implementação das medidas não farmacológicas como o distanciamento social e uso de máscaras.

Confira o calendário de vacinação por idade:

14/10 – Moradoras e moradores da Maré com 25 anos ou mais
15/10 – Moradoras e moradores da Maré com 18 anos ou mais
16/10 – Repescagem moradoras e moradores da Maré com 18 anos ou mais todas as idades

Onde? Nas clínicas da família! Veja:

Clínica da Família Adib Jatene • Via B Um, 589-501 – Maré
Clínica da Família Augusto Boal • Av. Guilherme Maxwell, 901 – Baixa do Sapateiro
Clínica da Família Américo Veloso • Rua Gerson Ferreira, 100 – Praia de Ramos
Clínica da Família Diniz Batista dos Santos • Av. Brg. Trompowski, SN – Maré
Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva • R. Teixeira Ribeiro – Maré
Centro Municipal de Saúde Vila do João • R. Dezessete, s/n – Maré
Centro Municipal de Saúde João Cândido • Av. Lobo Junior, 83 – Penha Circular
Associação de Moradores Morro do Timbau
Associação de Moradores da Vila do João
Associação de Moradores Marcílio Dias
Associação de Moradores Rubens Vaz
Associação de Moradores Parque União
Associação de Moradores da Vila dos Pinheiros
Associação de Moradores Roquette

O que precisa para vacinar?

É preciso ter cadastro em uma unidade de saúde da Maré para se vacinar. É necessário fazer o pré cadastro! Veja aqui se você está cadastrado na unidade de saúde!!

Cada unidade de saúde atende uma região específica, procure ir na mais próxima de você. Caso tenha dúvidas procure um agente de saúde comunitário. Seus vizinhos ou familiares podem ter o contato de whatsapp do agente que atende sua rua ou região.

Para mais informações, acesse: https://www.vacinamare.org.br/

Mulheres Protagonistas: Projeto vai mapear mães trabalhadoras das artes

Iniciativa do Observatório de Favelas busca visibilizar a atuação de artistas, produtoras, curadoras e educadoras do Estado

Por Observatório de Favelas, em 07/10/2021 às 09h50

Que as mulheres representam a maioria da sociedade brasileira não há dúvidas. Segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) mais recente, de 2019, a população brasileira é composta por 51,8% de mulheres. Apesar de estar a frente em quantidade populacional, historicamente são afetadas pela cultura e política machista e patriarcal, e seguem na luta por igualdade de direitos.

Neste sentido, com o objetivo de fortalecer as discussões sobre a importância da mulher na sociedade, proporcionando condições para a conscientização dos desafios a serem enfrentados, o Observatório de Favelas lança a segunda edição do programa ‘Mulheres Protagonistas’. Agora com foco nas ‘Mães Trabalhadoras das Artes’ o projeto vai desenvolver uma série de encontros e um mapeamento voltado para este público.  

Segundo Rebeca Brandão, coordenadora de Desenvolvimento Institucional, o Programa Mulheres Protagonistas nasce a partir de 2018, após um projeto musical desenvolvido na Arena Carioca Dicró, o Lab Dicró, em que  percebeu-se que de 50 inscrições, apenas 3 grupos tinham presença feminina e 1 grupo era composto majoritariamente por mulheres. Surgiu então a preocupação da equipe que coordenava o projeto sobre a pouca participação feminina e perguntas sobre quais eram as questões que faziam as mulheres assumirem menos posições de protagonismos dentro da cadeia produtiva das artes. Foi então que nasceu o programa Mulheres Protagonistas, que promoveu durante todo o ano de 2019, encontros de formação, eventos e visibilização do trabalho artístico de mulheres. 

“Durante o desenvolvimento do programa em 2019, identificamos que parte deste protagonismo dividido era por conta das funções domésticas e começamos a pensar como oportunizar que mais mulheres pudessem ocupar mais lugares de protagonismo dentro da indústria cultural e criativa. E estamos resgatando este programa agora com temática específica que é a maternidade, para dar visibilidade às mulheres que são mães e trabalhadoras das artes e então vamos oferecer o mapeamento, além dos eventos que vamos realizar”, destacou Rebeca.

Nesta edição o ‘Mulheres Protagonistas’ prevê a realização de quatro lives – de outubro a dezembro – reunindo duplas de mães trabalhadoras das artes, sendo 2 educadoras, 2 produtoras culturais, 2 curadoras e 2 artistas, e moradoras de favelas e periferias do Rio de Janeiro e que expressem diversidade, seja étnico-racial, etária, territorial e de sexualidade.

Mediação: Mara Pereira

Encontro 1 – Educadoras com Cíntia Ricardo e Bianca Bernardo

Encontro 2 – Produtoras com Sarah Souza e Luana Pinheiro

Encontro 3 – Curadoras com Keyna Eleison e Carolina Rodrigues 

Encontro 4 – Artistas com Agrade e Luana Rodrigues

Um mapeamento sobre mães trabalhadoras das artes moradoras do estado do Rio de Janeiro será consolidado a partir de respostas do formulário que ficará disponível no site do Observatório de Favelas até dia 30 de outubro e, resultará em uma publicação com informações profissionais e contato dessas mulheres, contribuindo assim para dar visibilizar o trabalho destas mulheres no mercado artístico. 

Sobre o projeto Mulheres Protagonistas

Em 2019, as mulheres colaboradoras do Observatório de Favelas se reuniram no palco da Arena Carioca Dicró, espaço cultural que a organização é cogestora com a Secretaria Municipal de Cultura, com outras dezenas de mulheres para se questionarem juntas sobre a baixa adesão de projetos artísticos protagonizados por mulheres nos editais públicos de residência de curta duração do equipamento.

O debate público ali iniciado foi a primeira edição do programa Mulheres Protagonistas que no seu primeiro ano realizou cerca de 15 atividades e mobilizou mais de 500 pessoas, contando com espetáculos e oficinas em parceria com a unidade Ramos do Sesc Rio e com espaços de diálogos com Taísa Machado, criadora do AfroFunk; a repper Nega Giza; e Eliana Silva, curadora do Festival das Mulheres do Mundo no Brasil, entre outras. 

Serviço:

1/10 a 30/10 – Início do mapeamento – Divulgação do formulário disponível para preenchimento  https://bityli.com/mulheresprotagonistas

Lives:

20/10 – Encontro 1 – Educadoras SIM com Cíntia Ricardo e Bianca Bernardo

03/11 – Encontro 2 – Produtoras SIM Sarah Souza e Luana Pinheiro

17/11 – Encontro 3 – Curadoras SIM com Keyna Eleison e Carolina Rodrigues 

01/12 – Encontro 4 – Artistas SIM com Agrade e Luana Rodrigues

13/12 – Lançamento da publicação

A segunda edição de Mulheres Protagonistas – mães trabalhadoras das artes é uma realização do Observatório de Favelas, através do eixo de Arte e Território, com apoio da Fundação Heinrich Boll.

Sobre o eixo de Arte e Território

Acredita-se na centralidade política da cultura e da arte para a construção de um projeto transformador da cidade. Esse é o eixo mais recente da atuação pública do Observatório de Favelas, cujos projetos se construíram a partir do entendimento de que práticas culturais e artísticas podem nos levar ao fortalecimento da democracia e à redução de desigualdades. Neste sentido, as iniciativas buscam impactar políticas públicas de arte e cultura, evidenciando favelas e periferias como territórios de formação, difusão, produção e mobilização criativas; ao mesmo tempo que afirmam linguagens artísticas diversas como ferramentas de visibilização de sujeitos, territórios e questões periféricas.

Sobre o Observatório de Favelas

Observatório de Favelas, criado em 2001, é uma organização da sociedade civil sediada no Conjunto de Favelas da Maré, mas com atuação nacional. Dedica-se à produção de conhecimento e metodologias visando incidir em políticas públicas sobre as favelas e promover o direito à cidade. Fundado por pesquisadores e profissionais oriundos de espaços populares, tem como missão construir experiências que contribuam para a superação das desigualdades e o fortalecimento da democracia a partir da afirmação das favelas e periferias como territórios de potências e direitos. Atualmente, tem em andamento projetos, divididos em cinco áreas: Arte e Território, Comunicação, Direito à Vida e Segurança Pública, Educação e Políticas Urbanas. Muitos em parcerias com universidades, organizações locais, nacionais e internacionais.

Zona Norte terá neste sábado ‘Dia D’ de vacinação antirrábica

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 Prefeitura dá prosseguimento a mais uma etapa da campanha de vacinação para erradicação da raiva em cães e gatos

Por Hélio Euclides, em 07/10/2021 às 09h25. Editado por Edu Carvalho

No próximo sábado (09), bairros da Zona Norte terão postos de vacinação para cães e gatos, cumprindo mais uma etapa da campanha de vacinação antirrábica organizada pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), por meio do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (Ivisa). Esse será o segundo dia da campanha, que acontece sempre a cada dois sábados, escalonada por bairros divididos em cinco grupos. 

Poderão ser imunizados cães e gatos a partir de três meses de idade e adultos saudáveis, além daqueles que expiraram o ciclo de doze meses da última dose. A vacina antirrábica deve ser administrada anualmente e é a principal forma de prevenção e controle da raiva, que não é notificada em cães e gatos no Município do Rio há 26 anos e, em humanos, há 35 anos. 

No primeiro dia da campanha, em 25 de setembro, foram vacinados 52.470 cães e gatos. A meta da SMS é imunizar 80% desses animais no Município até 27 de novembro, como preconizam a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde, cerca de 670 mil. “A raiva é uma doença sem cura, mas que pode ser prevenida com a vacinação. Temos total confiança no imunizante ofertado, que tem a qualidade e segurança comprovadas. A campanha deste ano já começou com uma ótima adesão dos cariocas e esperamos manter essa tendência para garantir a proteção e saúde dos nossos cães e gatos”, aponta Rodrigo Prado, presidente do Ivisa. 

Essa importância da antirrábica é destacada por Heloisa Gomes, do abrigo Focinho da Maré, na Praia de Ramos, que tem vacinados todos os animais que cuida. “Precisamos vacinar, pois a raiva não tem cura. Só espero que as vacinas aplicadas nos animais sejam de qualidade e que garantam a saúde dos cachorros e gatos, para que não aconteça como em alguns anos passados que morreram bichinhos. Espero que nossos governantes estejam sempre atentos a isso”, comenta. 

Amanda Ventura, moradora da Nova Holanda, é vacinadora e diz que ama o trabalho, só não fica feliz com a organização do processo de campanha. “Ano passado prestamos serviço à sociedade e aos animais no auge da pandemia e até agora não nos pagaram. A explicação que recebemos é que esse foi um problema da antiga gestão. Só que não temos culpa da troca de prefeitos. Isso é uma falta de respeito”, reclama. 

Amanda Ventura, profissional de saúde, durante primeira fase da campanha neste ano. Foto: arquivo pessoal

A profissional também levanta o problema com a alimentação, no qual só recebe um lanche para trabalhar o dia inteiro, com quantidade que não contempla todos os envolvidos na vacinação. “São inúmeras falhas, não se pode esquecer do não recebimento de dinheiro de passagem, para a locomoção para o início dos trabalhos num ponto de encontro, que muitas vezes não é próximo a nossa casa. Ainda tem a falta de banheiros em alguns postos de vacinação e a quantidade de apenas cinco pares de luvas para usar o dia inteiro. Isso tudo é surreal, uma triste realidade”, expõe. 

Os tutores de animais devem procurar os postos mais próximos de suas casas. Haverá mais de 120 postos de vacinação funcionando de 9h às 17h e a lista completa está disponível no link: bit.ly/AntirrabicaRio. Além da campanha anual promovida pelo Ivisa, a vacinação antirrábica está disponível ao longo de todo ano no Centro de Controle de Zoonoses, Largo do Bodegão, nº150 em Santa Cruz, e no Centro de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, Av. Bartolomeu de Gusmão, 1120, na Mangueira, para garantir o cumprimento da recomendação da aplicação de uma dose de vacina a cada doze meses para cães e gatos domésticos.

Mais informações: https://mareonline.com.br/rio-inicia-campanha-de-vacinacao-antirrabica-neste-sabado-25/.

Fique ligado na Campanha de Vacinação Antirrábica na Maré

Centro Municipal de Saúde (CMS) Américo Veloso – Rua Gerson Ferreira, 100, Praia de Ramos.

XXX Região Administrativa – Rua Principal, s/nº, Baixa do Sapateiro.

Associação de Moradores do Parque Maré – Rua Flávia Farnese, 45.

CMS Vila do João – Rua Dezessete, s/nº.

Clínica da Família (CF) Diniz Batista dos Santos – Avenida Brigadeiro Trompovisky, s/nº, Parque União.

CF Adib Jatene – Avenida Bento Ribeiro Dantas, s/nº, Vila dos Pinheiros.

Escola Municipal Teotônio Vilela – Rua Manoel Falcão Alves Maranhão, s/nº, Conjunto Esperança.

Associação de Moradores da Vila dos Pinheiros e Salsa e Merengue – Via A/1, s/nº.

Associação de Moradores do Morro do Timbau – Rua Caetés, 30.

Associação de Moradores da Baixa do Sapateiro – Rua Canaã, 08.

Associação da Nova Holanda – Rua das Palafitas, s/nº (antiga Rua Tancredo Neves).

Associação de Moradores do Rubens Vaz – Rua João Araújo, 50.

Associação de Moradores do Parque União – Rua Ary Leão, 33.

Minicentro de Castração – Avenida Brasil, passarela 9.

Com Parque Madureira, bairro do subúrbio carioca terá maior horta do mundo

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Por Hélio Euclides, em 07/10/2021 às 09h10. Editado por Edu Carvalho.

O bairro de Madureira é conhecido como berço do samba, local que reúne duas escolas de samba e nomes das velhas guardas que preservam a tradição dos antigos festejos realizados nos quintais das casas, de mães e pais de santo, compositores e intérpretes, jongueiros e cozinheiras. Mas o bairro também é lugar de parque e de horta. Na última semana, a Prefeitura anunciou a expansão do cultivo de hortaliças em terrenos às margens da linha férrea do Parque Madureira, projeto que faz parte do Programa Hortas Cariocas. No ano que vem, com a ampliação do espaço, a horta urbana será a maior do mundo, com 110 mil metros quadrados. 

Hoje o bairro suburbano tem duas pequenas hortas que serão conectadas, chegando a um território de 11 hectares, o equivalente a 15 campos de futebol. A implementação ocorrerá ainda em 2022, com recursos de R$ 3 milhões. A ampliação vai beneficiar 50 mil pessoas por safra, até 2024. A horta tem a parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com a Light. Além do tamanho, a nova horta terá outro destaque, o Memorial Quilombo Agrícola Madureira,  que será erguido na entrada. Uma homenagem aos antigos moradores do local.

O Programa Hortas Cariocas é um incentivo à agroecologia urbana e atualmente conta com 49 unidades produtivas, sendo 24 unidades em favelas e 25 em equipamentos da Secretaria Municipal de Educação. O programa começou em 2006 e conta com 220 pessoas que recebem bolsa para participarem do plantio e colheita. O Hortas Cariocas foi premiado no Pacto de Milão, por se destacar na saúde alimentar.

A Secretária Municipal de Meio Ambiente da Cidade (SMAC) afirmou que o Programa Hortas Cariocas está consolidado. Acrescentou que a horta do Parque Madureira é o projeto mais ousado da gestão. 

Hortas em toda a cidade

Com 49 espaços de plantio, a Prefeitura ressalta que a manutenção das hortas existentes implica esforço constante. A Maré conta com duas unidades do programa, uma entre os CIEPs Samora Machel e Elis Regina, na Nova Holanda. No início do programa eram mais de 50 canteiros entre as escolas, com o passar do tempo grande parte do terreno virou criadouro de animais e hoje são apenas 14 canteiros. Mesmo assim, a horta ajuda na alimentação dos estudantes e moradores do entorno. Plantas como hortelã, boldo chinês, saião além de frutos como tomate-cereja, mamão, quiabo, inhame, manjericão, alfavaca e pimenta malagueta são alguns dos achados que podem ser colhidos.

Outro local de horta mareense é no Parque Ecológico da Vila dos Pinheiros. Em matéria no Maré de Notícias, em maio de 2021, Cláudia Lúcia, presidente da Associação de Moradores do Parque Ecológico, estava receosa com a continuidade do programa. “Depois da reportagem tivemos a visita do secretário de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere que olhou e ficou de nos ajudar com ampliação da horta. Estou no aguardo do retorno dele e dos engenheiros para avaliar as melhorias em especial o gradil que está todo deteriorado”, diz. A horta é composta por 18 canteiros, nos quais são semeados pimentão, coentro, quiabo, batata, inhame, aipim, feijão, abacate, goiaba, saião, boldo e capim-santo.

No início do ano, Ezequiel Dias, agente integrador de Manguinhos, onde fica a maior horta da América Latina, com mais de 600 canteiros, estava desanimado com a falta de recursos e os atrasos de salários. “Hoje a horta está indo direitinho, com o pagamento em dia. Os insumos estão chegando devagar, não está em falta. A terra demora a chegar, mas está tudo bem, não encontramos obstáculos”, conta. A horta conta com 21 profissionais. 

A Prefeitura garante que todas as hortas estão passando por processo de modernização da irrigação, que passará a ser por gotejamento. Contudo, não informou prazos, mas confirmou que o cronograma está sendo definido.

Uma horta-escola

Em Marcílio Dias a mobilização de moradores motiva o surgimento de uma horta comunitária. A iniciativa é do professor Walmyr Junior, militante do Movimento Negro Unificado (MNU) e presidente da Associação de Moradores de Marcílio Dias, que sempre teve o desejo pessoal de cuidar do verde, algo que começou em sua casa. Para fortalecer o trabalho, o projeto iniciou um diálogo com estudantes da Pontífice Universidade Católica (PUC), em especial com Marina Mahfuz, do projeto Norte de Impacto Social. “Compartilhei o meu sonho com uma galera que pensa inovação socioambiental num projeto de extensão. No meio do caminho começamos a desenvolver o projeto Articula Social/Horta Comunitária Maria Angu, que visa sustentabilidade de ações socioambientais no território”, conta. 

Com as articulações nasceu a ideia de uma horta escolar, integrando creches privadas, o colégio público local e estudantes da universidade. A proposta do projeto é garantir que os estudantes possam se integrar à favela, com uma troca de saberes. “Uma troca com função de extensão universitária, uma formação extracurricular. Esse projeto vai favorecer a favela e a formação de uma rede de parceria como a PUC Rio, Arquidiocese do Rio, Ecoletivo, o Norte de Impacto Social, Coletivo João de Barros e a associação de moradores”, destaca. 

Tudo começou em abril, com o pensamento de viabilizar a horta de Marcílio Dias. O grande problema era a falta de dinheiro. Foi aberto um diálogo com a Prefeitura, que levou representantes ao local, mas o projeto não foi à frente. Assim, moradores partiram para o plano B. “Surgiu a ideia de disputar o edital interno da universidade que iria facilitar o investimento financeiro e o projeto sustentável durante a pandemia. Submetemos o projeto da horta na PUC e conseguimos o apoio financeiro, que deve chegar em breve, para começar a organizar tudo”, expõe. Ele destaca que ainda não sabe a quantidade de canteiros que serão construídos, mas o tamanho da horta será de sete por quatro metros, aproveitando as paredes do entorno para um plantio vertical.

Comitê Científico do Rio recomenda retorno às aulas totalmente presencial

Por Edu Carvalho, em 06/10/2021 ás 09h45

Com intuito de analisar os cenários da covid-19 no município do Rio e retomar as atividades gradualmente, o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 (CEEC) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio, após reunião ontem (05), recomendou o retorno pleno das aulas presenciais em todas as unidades de ensino públicas ou particulares, nos diferentes níveis de educação. Para a decisão, os especialistas consideraram a melhora do cenário epidemiológico no Município do Rio, com menor taxa de transmissão e hospitalizações por covid-19, e o avanço da cobertura vacinal da população.

“O Comitê foi muito enfático: é uma nova fase, é uma questão muito importante. É muito mais danoso você manter uma criança fora da escola do que você manter dentro da escola. A educação é considerada por todos nossos especialistas uma atividade especial. Nesse momento, o Comitê define que deve se retornar presencialmente as aulas em todas as redes de ensino”, disse o secretário municipal de saúde Daniel Soranz em uma live após o encontro.

“É uma irresponsabilidade não voltar com as aulas, é mais grave do que a covid-19 não voltar às aulas. As crianças estão há dois anos sem aulas. É inaceitável que alguém não esteja tendo aula nesse momento”, comentou o prefeito Eduardo Paes.

Para uma volta segura às escolas, está mantido o uso obrigatório de máscaras de proteção e a maior ventilação possível nos ambientes. As salas de aula poderão retornar às suas configurações iniciais, recuperando a capacidade de estudantes que acolhia no período anterior à pandemia. Casos de evasão escolar devem ser apurados por busca ativa de alunos, que devem ser atraídos novamente à rotina de estudos.

Réveillon e grandes eventos

Outra pauta deliberada pelo CEEC, em sua 16ª reunião, foi a realização de celebrações de fim de ano e de grandes eventos em 2022. Condicionadas ao avanço do cenário epidemiológico favorável e da continuidade da adesão do carioca à vacinação, festas como o réveillon e o carnaval poderão ocorrer sem medidas restritivas como distanciamento e uso de máscaras.