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Vacinas contra a Covid-19: o que é mito e o que é verdade?

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Dr. Luiz Manoel Werber de Souza Bandeira, docente do IDOMED, tira dúvidas e “medos” dos brasileiros que ainda não tomaram a vacina

Por Redação, em 02/07/2021 às 06h

1) Por que todos os brasileiros devem tomar a vacina contra a Covid-19? 
A vacina representa um cuidado primário de saúde, pois evita diversas mortes. No caso específico da vacina anti-COVID-19, a necessidade é imperiosa. Vacinando, o indivíduo se protege, assim como aos seus familiares, amigos e a população brasileira. Vacinar-se é um ato de civismo. 

2) Quais são as principais reações? Elas são normais? Por que acontecem? 
As respostas do sistema imune aos microorganismos é uma atividade protetora sendo realizada através de uma reação inflamatória, ou seja, o sistema imune ao nos proteger o faz pela produção de substâncias e ativação de células defensoras que induzem a inflamação com sinais e sintomas como febre, dor muscular e dor articular. Como a vacina induz a defesa por injeção de uma proteína do microorganismo, então, após a vacinação, o indivíduo pode apresentar os sintomas citados. 

3) Quais remédios podemos tomar para amenizar estas reações? 
Se os sinais e sintomas forem leves não há necessidade de medicações, mas se forem mais intenso pode-se usar um analgésico. Se houver uma resposta mais duradoura, a procura de um médico é indicada. 

4) É mito ou verdade que não é recomendável ingerir álcool após ser vacinado? Por quanto tempo devemos evitar e por quê? 
Houve um trabalho de pesquisa na Inglaterra que estudou a ação da ingestão do álcool sobre o sistema imune. Verificou-se que houve uma relação direta entre a ingestão e alterações da resposta imunitária. Se o indivíduo beber álcool no dia anterior à vacinação não o impedirá de se vacinar. Deve-se manter cuidados em dias antes e depois da vacinação. Lembrando que a ingestão do álcool nunca é sadia, principalmente em grande quantidade. 

5) Qual é o conselho que podemos dar às pessoas que tomaram a primeira dose e estão com receio da segunda? 
Não há motivo para ter receio da segunda dose, ao contrário, deve-se ter receio de não tomar a segunda dose quando indicada. 

6) Por que ainda não podemos deixar de usar máscaras, fazer uso de álcool gel e isolamento social? 
A vacina possui o principal objetivo de evitar que após a infecção o indivíduo apresente um quadro da doença de forma grave levando a internação, em enfermaria ou mesmo à UTI, evitando assim a morte. No Rio de Janeiro, na faixa etária acima de 65 anos, que foi a primeira faixa etária vacinada, observamos uma diminuição de perto de 100% de internações em UTI com uma diminuição de mortes. Porém, a pessoa vacinada pode se infectar, apresentando sintomas leves ou não apresentar nenhum sintoma, contudo, se a quantidade de vírus que ele entrou em contato for grande, ela pode transmitir para outras pessoas e, por isso, devemos continuar com os cuidados de higiene e uso de máscaras. 

7) Entre riscos e benefícios, temos muito mais benefícios, correto? Pode comentar o motivo, por gentileza, citando todos os benefícios? 
Sem dúvida. Por exemplo: a primeira vacina foi a contra Varíola. Desde que foi criada até 1997, quando a OMS considerou a Varíola erradicada do mundo, foram salvas 180 milhões de pessoas que poderiam ter morrido de varíola se não tivéssemos a vacina. 

8) Mesmo com as duas doses, algumas pessoas desenvolvem a doença. Os casos tendem a ser mais leves? 
Após a vacinação, não somente na COVID-19, todos os indivíduos vacinados, se apresentarem sintomas, esses serão mais brandos. 

9) Por que a imunidade das pessoas acima de 80 anos é mais frágil? 
Com o decorrer da vida existem alterações em nossos organismos, os indivíduos mais maduros podem apresentar diminuição de uma imunidade que responde rapidamente aos agressores ao nosso organismo, denominada imunidade inata. Essa diminuição é um dos motivos que as pessoas mais maduras podem apresentar maior risco de gravidade. Por este motivo, o Comitê Municipal Científico de Enfrentamento à COVID-19 do Rio de Janeiro – cujo Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Dr. Daniel Sorans, é presidente – e do qual faço parte como convidado, resolveu iniciar a vacinação nessa faixa etária com resultados excelentes como já dissemos acima. 

10) Quais são os grupos que ainda não podem tomar as vacinas Coronavac, Astrazeneca e Pfizer? E por quê? 
Já estamos vacinando no mundo pessoas a partir de 12 anos. Na última reunião extraordinária, realizada segunda-feira, o comitê científico resolveu vacinar as mulheres grávidas e pós gravidez, protegendo a mãe e o feto. No momento, a espera para vacinar é indicada nos indivíduos doentes e aqueles com quadro de COVID-19 em atividade; após a melhora de 7 a 10 dias, estes também devem se vacinar.  

Dr. Luiz Manoel Werber de Souza Bandeira, docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica) e Membro do Comitê Científico de Enfretamento da Covid-19

Rio antecipa datas de vacinação contra covid-19; confira

Por Edu Carvalho, em 02/07/2021 às 06h

No dia em que a cidade do Rio de Janeiro ultrapassou a marca de um milhão de cariocas com o esquema vacinal completo, ou seja, que já receberam as duas doses ou a aplicação única da vacina contra a Covid-19 (também ontem o Brasil registrou mais de 100 milhões de doses da vacina), a Prefeitura do Rio divulgou um novo calendário para imunização.

A partir da próxima semana, serão vacinadas pessoas de 42 a 37 anos, seguindo o escalonamento etário. As datas foram definidas com base na previsão de chegada de novas doses.

Ao todo, três milhões de cariocas já foram imunizados com a primeira dose ou a dose única. Isso significa que quatro milhões de doses de vacina já foram aplicadas no total.

Presidentes de associações de moradores da Maré formam fórum para pensar soluções para o lixo

Por Hélio Euclides em 02/07/2021 às 6h

Editado por Dani Moura e Edu Carvalho

Os presidentes das associações de moradores das 16 favelas da Maré tiveram uma reunião para discutir políticas de saneamento básico, tendo como foco o problema tópico do lixo. O encontro faz parte do Fórum de Associação dos Moradores e ocorreu na manhã de ontem (30/06), no Centro de Artes da Maré, com organização do Eixo de Desenvolvimento Territorial da Redes da Maré. Os participantes avaliaram o serviço de limpeza urbana e ao final deram sugestões.

No Fórum, foi discutido o trabalho realizado no território pela Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), com o estudo dos artigos 3 e 5 do estatuto da empresa, que fala sobre exploração de serviços e atividades. Na segunda parte da reunião foi avaliado a estrutura da companhia na Maré. Por não ser uma gerência, a unidade da Nova Holanda é classificada como divisão, subordinada ao bairro de Ramos. A divisão Maré é responsável pelo território do Conjunto Esperança até a Praia de Ramos. Já Marcílio Dias ficou destinada a outra divisão. 

Segundo dados da Comlurb, a equipe da divisão Maré é formada por um gerente de divisão, um encarregado, dois agentes de limpeza e serviços urbanos, um técnico de limpeza urbana, nove operadores de máquinas leves, um operador de tratores e máquinas, um auxiliar de serviços gerais, cinco vigias, 71 garis e 47 trabalhadores comunitários. O Eixo de Desenvolvimento Territorial mapeou o resultado junto aos profissionais da empresa e constatou que na realidade são apenas 41 garis. Outro dado é que o número de garis para o território seria de 100 garis concursados. Os números causaram estranhamento para os presidentes das associações, que questionaram o número de garis concursados e comunitários apresentados pela Comlurb, pois não percebem essa atuação efetiva no território.

Na parte de equipamentos, a Maré conta com uma pá carregadeira articulada, um caminhão roll on, três caminhões basculantes P6, quatro caixas compactadoras de 15 metros cubos, um caminhão compactador P5A, cinco minis basculantes P26, dois caixas caçambas de 30 metros cúbicos, seis caixas metálicas de cinco metros cúbicos, 145 caixas metálicas de 1.200 litros, três ceifadeiras e um poliguindaste. O problema é que o material pode ser emprestado a outras gerencias do município, ou seja, nem sempre o equipamento está disponível para ser utilizado no território. Um outro ponto foi levantado por Marcos William, gerente da Comlurb na Maré, no Quarto Encontro de Saneamento Básico, realizado em maio, pelo Projeto Cocô Zap. William explicou que o trator mais novo utilizado para a coleta domiciliar, é de 2002, com outros com 40 anos de vida.

Propostas para a melhoria

O grupo conversou e surgiram algumas sugestões. Entre elas, que os questionamentos devem ser resolvidos primeiramente por vias administrativas. Ao não obterem as respostas necessárias, o segundo passo é procurar o apoio do Ministério Público. Um possível ato pode ser a construção de uma Ação Civil Pública referente à limpeza urbana. 

Um dos questionamentos é que a empresa tenha o tratamento igual, comparando a Maré com o restante da cidade. “Queremos pelo menos o básico, que hoje não ocorre. A Maré precisa de mais investimento em recursos humanos e maquinário, com aquisição de mais tratores e caminhões. Outro ponto, é a poda de árvores e capinação das escolas, que não são realizadas desde o ano passado. Também é necessária a implantação da conservação de praças no território”, sugere Gilmar Junior, presidente da Associação de Moradores da Nova Holanda.

Uma outra proposta é de mobilização da população, com a sugestão de que sejam feitas fotos datadas para encaminhar ao serviço 1746. Essa iniciativa surgirá de uma campanha no Maré de Notícias impresso para que moradores acessem com mais regularidade o serviço 1746 por meio eletrônico e por telefone. Por fim, presidentes indicaram como solução para a melhoria na qualidade da varredura, que as próprias associações assumiriam o apoio administrativo do projeto Gari Comunitário.

Para Shyrlei Rosendo, mestre em educação e políticas públicas e membro do Eixo de Desenvolvimento Territorial da Redes da Maré, o encontro foi positivo. “Foi ótima a reunião, principalmente para organizar as ideias sobre o que queremos para o território. A partir daí, podemos organizar as pautas para reivindicações necessárias”, conclui. Estiveram na reunião 11 presidentes de associações, representando 14 favelas. 

Saiba mais sobre o fórum 

O Fórum das Associações de Moradores existe desde 2010, com encontros dos presidentes das 16 Associações de Moradores da Maré. O objetivo é a construção de uma agenda de trabalho positiva, coletiva e integrada, visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores da Maré. Nessas reuniões são identificadas e debatidas diferentes reivindicações da população do território. O fórum é uma iniciativa estruturante do Projeto Maré que Queremos. 


Conceição Evaristo, Ailton Krenak, Anielle Franco e Nego Bispo lançam livro juntos

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O Instituto Maria e João Aleixo (IMJA) realiza nesta quinta-feira (1), às 18h, o lançamento virtual do livro “Mestre das Periferias” pela Editora Periferias.

Por Dani Moura em 01/07/2021 às 15h30

Em 2018, a Maré foi palco do Mestre das Periferias, uma premiação que tem o intuito de estimular e promover a produção de conteúdos sobre o território das favelas e periferias, fortalecendo uma perspectiva de valorização desses espaços plurais e inventivos, ricos de saberes orgânicos, cuja a origem vem do cotidiano da troca, da solidariedade e do coletividade — práticas tão difundidas nas favelas, aldeias indígenas e quilombo. Na época, o líder indígena Ailton Krenak, o líder quilombola Antonio Nêgo Bispo, a escritora Conceição Evaristo e a vereadora Marielle Franco (in memoriam), foram as pessoas homenageadas pelo Instituto Maria e João Aleixo, organizador do prêmio que aconteceu no Galpão Bela Maré.

Foto: Marcia Farias/Divulgação IMJA
Marinete da Silva, Anielle Franco e Luyara Santos, mãe, irmã e filha de Marielle Franco, em 2018 na premiação no Galpão Bela Maré.

O encontro entre Krenak, Conceição e Nêgo Bispo e a família de Marielle era inédito e acontecia nos bastidores e aquecimento da premiação em agosto de 2018. E é dele que surge o livro “Mestre das Periferias” pela Editora Periferias com entrevistas dos premiados, acompanhadas de aula proferida por Nêgo Bispo no Curso Significações das Periferias (2019), além de texto em memória e homenagem a Marielle Franco: uma flor que rompe o asfalto!

Para Anielle Franco o lançamento desse livro tem imensa importância. “O lançamento é um ato político de resistência, de afeto. Nós estivemos presencialmente e foi muito lindo dividir espaço com Krenak, Conceição naquele momento foi acalentador. Qualquer homenagem é especial, mas uma homenagem junto de Conceição, Krenak e Nêgo Bispo é demais especial. Esse livro representa muita coisa, uma história que não pode ser silenciada e que deve ser lembrada sempre. Minha irmã deve estar muito feliz”.

A publicação que é virtual também relata o “primeiro encontro” entre Conceição Evaristo, Ailton Krenak, Nêgo Bispo e Anielle Franco, que se repete hoje, virtualmente. Com a apresentação da digital influencer Paloma Calado e mediação da integrante do conselho diretor do IMJA Patrícia dos Santos, o lançamento do livro, acontece no canal do Youtube da Uniperiferias.

O Instituto Maria e João Aleixo, criador do prêmio, sistematiza e difunde metodologias e tecnologias sociais que permitem ampliar as possibilidades da pessoas oriundas das periferias, especialmente no lugar político da realidade contemporânea. A ideia é construir um movimento Internacional das Periferias que articula pesquisadores associados, ativistas sociais e produtores culturais para a criação de processos colaborativos que possam ampliar os estudos e políticas de desenvolvimento territoriais. A premiação é uma dessas ações. “O Mestre das Periferias é uma homenagem de uma instituição que nasce na favela da Maré, e que conflui com aldeias indígenas, quilombo e com as periferias globais. O encontro de Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Nêgo Bispo e família de Marielle Franco foi histórico, e assim esperamos que seja seu reencontro: repleto de celebração”, afirma Daniel Martins, coordenador de projetos na editora Periferias.

O livro já se encontra disponível para pré-venda em: www.eduniperiferias.com.

‘Sapas contra Covid-19’

Resistência Lésbica da Maré lança campanha para arrecadar cestas básicas para lésbicas e mulheres bissexuais de favelas no Rio

Por Edu Carvalho, em 01/07/2021 às 06h

Lideranças lésbicas de seis favelas do Rio de Janeiro lançam a campanha “Sapas contra a COVID-19”. A campanha independente, coordenada pela Resistência Lésbica da Maré, de julho a setembro, arrecadará fundos para a distribuição de 600 cestas básicas para lésbicas e mulheres bissexuais moradoras da Maré, Alemão, Cidade de Deus, Morro do Pinto, Providência e Cantagalo. A meta, em dinheiro, gira em torno de 42 mil reais.

Em pesquisa inédita, lançada em 2020, mapeou-se que a população de lésbicas e mulheres bissexuais do Complexo da Maré é majoritariamente composta por jovens e mulheres negras (71% das respondentes da pesquisa). E é este segmento da população que sofre mais gravemente com a fome, aprofundada durante a pandemia de COVID-19. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Pensann) a fome tem gênero – atinge 11,1% dos lares chefiados por mulheres contra 7,7% de lares liderados por homens – e cor/raça – 10,7% dos lares que sofrem com a insegurança alimentar são chefiados por mulheres negras. Entre as mulheres brancas o índice é de 7,5%.

Protagonismo e solidariedade

A campanha é realizada pela Resistência Lésbica da Maré e lideranças lésbicas das 6 faveladas mapeadas. A ação conta ainda com apoio do Favela Cineclube, Observatório de Favelas, Instituto Internacional Raça e Igualdade, ativistas de direitos humanos, artistas e outras.

O lançamento acontece nesta quinta-feira, 01 de junho, às 19h, no Canal da Utopia no Youtube.

Para doar, visite o site da Vakinha.

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Ministro Fachin autoriza MPF apurar se houve descumprimento da ADPF das favelas nas operações no Rio

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Edson Fachin determinou, no fim da noite de ontem, quarta-feira (30), que o Ministério Público Federal apure se houve descumprimento na decisão que restringia operações policiais no Rio de Janeiro durante a pandemia.

Por Edu Carvalho, em 01/07/2021 às 00h51

Em junho de 2020, a Corte determinou que estariam suspensas as incursões policiais durante a crise sanitária, havendo apenas em carácter ”absolutamente expepcionais”, e com justificativa feita por escrito ao Ministério Público Estadual.

No despacho publicado na noite de ontem, Fachin acatou o pedido dos representantes da ação – nomeada por entidades, coletivos e instituições de direitos humanos no Rio como ‘ADPF das Favelas’ – dando acesso às comunicações das operações policiais e relatórios finais das incursões.

No entanto, o ministro fez ressalvas para casos em que “haja informações de inteligência que não digam respeito ao cumprimento, pelo governo fluminense e pelo MPERJ [Ministério Público do Rio de Janeiro], das decisões cautelares proferidas no âmbito desta ADPF”.

Para Djeff Amadeus, coordenador do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN) e membro do MNU, além de ser um dos representantes da iniciativa, a decisão ”é uma das mais importantes da história recente do nosso país”. Segundo ele, a investigação pode reconhecer uma eventual omissão por parte do Ministério Público do Rio, assim como um eventual descumprimento por parte da Polícia à decisão do Supremo. ”Mas é preciso investigar e provar. É justamente isso que ocorrerá a partir desta decisão. Vitória da luta coletiva, da união e da organização. Viva a ADPF das Favelas”, enfatiza.

Conheça mais sobre a ADPF das Favelas

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