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Corações que batem ao ritmo do carnaval

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O amor é o sentimento que explica a dedicação de foliões aos blocos e agremiações

Maré de Notícias #121 – fevereiro de 2021

Por Hélio Euclides

Com deusas douradas e passistas empolgados, é nesse gingado que o gato faz seu carnaval”. Esse é o samba Lendas e Superstições do Brasil que, mesmo com quase três décadas, ainda emociona Jorge Geraldo, o popular Jorge Bob’s, um dos seus autores juntamente com Lá Mano e Cesar Gari. Há 29 anos, a composição levou o Bloco Mataram Meu Gato ao vice-campeonato do carnaval, em apresentação na Avenida Rio Branco, no Centro. Esse é o sentimento de amor que leva componentes de agremiações e blocos carnavalescos a não enrolarem os estandartes: com o início da vacinação, a população se entusiasma com a esperança do retorno do samba e do carnaval.

Quando se fala de bloco de carnaval na Maré, vem em mente o Gargalo da Vila, que nasceu de uma ala do Tigre de Bonsucesso, há 19 carnavais. E quem não lembra de Marielle Franco no bloco Se Benze Que Dá, gritando nos seus enredos os direitos dos moradores da Maré? As duas agremiações levam alegria para as ruas das favelas, mas quando se fala dos anos 1990, é para lembrar que o Parque União era repleto de blocos, como Alegria do Parque, Boca da Ilha e Filhos do Parque. E antes de surgirem as agremiações no território, os embalos vinham do Mataram Meu Gato, da Nova Holanda; do Boca de Siri, da Praia de Ramos; e do Corações Unidos, do Morro do Timbau.

Júlio Cesar Ferreira, mais conhecido como Julinho, é diretor de bateria da escola de samba Gato de Bonsucesso e começou a desfilar com 13 anos, levado por sua mãe. “Nasci escutando a história do gato que virou tamborim, aquele que deu nome ao bloco Mataram Meu Gato. Minha família toda é do samba e assim nasceu o amor. Já desfilei na Portela, Grande Rio, Unidos da Ponte, Imperatriz Leopoldinense, Porto da Pedra e Viradouro, mas o Gato é diferente, um amor muito grande”, conta.

O diretor destaca que o presidente Mauro Camilo está tentando resgatar a escola, que hoje não tem componentes para desfilar. “O Gato está no processo de voltar, mas faltam recursos. Já estamos há sete anos sem comprar instrumentos novos. É preciso levar o samba para as ruas da Maré, para que ele alcance o povo. Precisamos voltar com os grandes carnavais. Não podemos deixar o samba morrer”, diz. Ele acredita que promover oficinas é importante para a formação de integrantes na favela.


A quadra deu hoje lugar a um estacionamento – Foto: Matheus Affonso

Uma memória do carnaval

A quadra do bloco Corações Unidos, na Rua Capitão Carlos, viveu tempos de glórias, com a presença de cantores consagrados como Elson do Forrogode e Jorge Aragão. Livanir Nunes Borges, conhecido no mundo do samba como Nica, foi presidente do bloco de 1992 a 1996. Em 1993, a agremiação foi campeã na Avenida Rio Branco, com direito a matéria no jornal O Dia. Na época, desfilavam cerca de 400 componentes. No ano seguinte, o bloco repetiu a façanha e conquistou  o bicampeonato.

Foram mais de dez anos como integrante da agremiação. “Minha família tinha uma ala de criança e assim nasceu o gosto pelo carnaval”, comenta. Mas a história do Corações Unidos não teve final feliz: em 1996, um incêndio destruiu fantasias, instrumentos e a quadra. “Isso trouxe o desânimo e o fim do bloco. Ficou só o letreiro na quadra e a história”, diz. Para não abandonar o samba, Nica organiza quinzenalmente um pagode em frente à antiga sede do bloco, que virou estacionamento. 

Quando abre os álbuns de fotos, Nica percebe que o seu coração ainda bate forte pela agremiação. “Acredito que esse amor pelo carnaval vem da nossa cultura negra. No Coração Unidos a maioria dos integrantes era de negros. O carnaval era a raiz da comunidade e a quadra era tudo. Hoje percebo que o carnaval de rua é diversão, algo que é genuíno do povão”, conclui.

Carnaval de 2021 só ano que vem

Depois de o governador em exercício Cláudio Castro aprovar a lei que criou o CarnaRio (carnaval fora de época que vai acontecer anualmente em julho como forma de movimentar o turismo do estado), a realização do evento foi descartada pelo prefeito Eduardo Paes. Segundo ele, com todos vacinados, todas as edições da folia devem voltar a acontecer em 2022.

Cria da Maré, jornalista Gizele Martins terá livro adaptado para o teatro

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Jornalista é a primeira entrevistada da série que estreia aos domingos, com personalidades e figuras relevantes

Por Edu Carvalho, em 14/02/2021 às 10h

Dando prosseguimento à nova fase do Maré de Notícias Online, que vem se consolidando como um dos veículos mais respeitados na produção de conteúdo jornalístico no país, abrimos nossa série de entrevistas aos domingos, trazendo para este espaço personalidades importantes para o contexto territorial, estadual e nacional. 

Para essa estreia, não poderíamos deixar de ouvir alguém que fosse ‘’cria’’. Ou em outras palavras: aquele que conhece, até de olhos fechados, cada esquina, canto e lugar do seu próprio lugar. Jornalista e Mestre em Periferias Urbanas, nossa entrevistada de hoje não nega as raízes: é mareense com estampa na testa, olhar e sorriso que toma conta de todo o rosto. Tendo lançado o seu livro ‘Militarização e censura: a luta por liberdade de expressão na favela da Maré’ há dois anos, em 2021 vê os frutos ainda serem colhidos. O escrito está sendo adaptado para o teatro, produzido e encenado por pessoas do próprio território. Para conversar mais sobre esta fase de criação, nossa equipe conversou com Gizele Martins. 

MDN: Como quer ser apresentada? Em qual das 16 favelas você mora?

Gizele: Sou Gizele Martins, 35 anos, comunicadora comunitária e jornalista, mestre em Educação, Cultura e Periferias Urbanas e moradora do Morro do Timbau.

MDN: O que mudou desde o lançamento do livro e o que não mudou – em relação ao assunto tratado?

Gizele: Lancei o livro no final de 2019. Ele foi resultado da minha pesquisa de mestrado.

Mais que isto, foi resultado do que eu e outros comunicadores da Maré sofremos no período da ocupação do exército na Maré nos anos de 2014 e 2015. Foi um período de muitas violações de direitos tanto para nós que produzimos jornalismo comunitário, quanto para cada morador da Maré. Eram muitas revistas, tiroteios, e muitas atividades culturais de rua também foram proibidas. Hoje, temos tais violações a cada operação policial, além da circulação mais frequente dos helicópteros blindados da polícia que ainda aterroriza nossa favela. Por conta desse aumento da militarização das favelas cariocas, a gente vê o quanto os comunicadores comunitários e populares ainda sofrem com censura, revistas nos celulares e tantas outras violações de direitos. Há pouco tempo tivemos comunicadores do Alemão sofrendo o mesmo tipo de abordagem policial e constrangimento.

MDN: Ser comunicadora periférica e falar de segurança é mais possível hoje do que era antes?

Gizele: Nestes 20 anos de jornalismo comunitário e pautando a segurança pública já enfrentei muitos desafios e censuras por parte das polícias. Hoje, acho que com o conhecimento e contatos que temos nos movimentos sociais, com os comunicadores comunitários de outras favelas e das organizações de direitos humanos, tudo isso faz com que a gente consiga pautar mais o tema e de forma conjunta, coletiva. O que 20 anos atrás era muito mais difícil.

MDN: Há censura? 

Gizele: Sim, há censura e autocensura. 

MDN: A Maré é o seu ”Brasil”?

Gizele: A Maré é o meu Brasil e o meu próprio mundo. Aqui a gente vê de tudo, desde o aumento da desigualdade social, a precarização do trabalho, a remoção da casa, o sucateamento da saúde e da educação, mas é aqui que vejo também a reorganização comunitária, a cultura nascendo, a busca por uma defesa da vida, do trabalho, vejo a força que temos e fazemos para continuarmos vivos. Acho que tanto nos problemas que enfrentamos, quanto nas soluções encontradas por nós, vejo um Brasil representado aqui.

MDN: Como é ver seu escrito agora sendo adaptado, e por um coletivo de dentro do território?

Gizele: Fiquei muito feliz com a notícia de ver o livro virando arte teatral e ainda sendo feito por moradores e artistas da própria favela. Tenho certeza que será mais fácil o conteúdo chegar aos moradores da Maré por meio da arte. Afinal, nem todo mundo sabe ler, nem todo mundo tem grana para comprar um livro.

MDN: Sente que alcançou quem desejava?

Gizele: Sim, com certeza transformar esse livro em peça teatral é alcançar os moradores que de alguma forma não teriam acesso ao livro e isso me deixa muito feliz. E esse é o nosso objetivo na comunicação comunitária, o de falar para todos os públicos.

Maré como bunker de potência

A obra é adaptada pelo Coletivona, iniciativa criada em 2018 e composta por mulheres da cultura em contato com mulheres de várias formações, tendo a conversa no chão mareense. Para entender como está sendo o processo, conversamos com Natasha Corbelino, diretora da peça. Para ela, o que vem sendo feito é uma captação dos sentidos em relação à narrativa contada por Gizele. ‘’Não diria que estamos fazendo uma adaptação, mas talvez uma mediação entre a palavra impressa no livro e o campo das artes na cena. Não existe adaptação, é o documento real. A cena documental performativa é o que temos buscado, pensando que seja justamente sobre não adaptar, não se adaptar, mas gritar sobre e com ele, criar dobras, abrir frestas de conversa, somar percursos numa cena que reverencie o livro como ato de criação, instrumento de luta, revolução, denúncia política e exaltação da Maré como bunker de potência’’, conta. 

‘’Sinto que este projeto é daqueles acontecimentos que de fato precisam acontecer na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, o quanto antes e em continuidade’’, diz a diretora, evidenciado o fato da importância do protagonismo pautado por comunicadores territoriais. ‘’O Rio de Janeiro precisa da obra da Gizele para que sejam contados mais capítulos da história que a História não conta. E a Maré é quem narra a obra. A Maré é um bálsamo de criação’’. 

Sobre o legado e importância da ação, Natasha reflete sobre o que possibilitou o fato de não só Gizele, mas também tantos outros poderem ter interlocução com todas as pessoas e partes da cidade. ‘’Significa reverenciar a Maré e tudo que veio antes, e de tudo que virá depois, tem vindo, está vindo, neste movimento firme de criação de laços. Andar em coro e com passos coreografados pelo respeito e admiração, unindo documento, dramaturgia, memória e futuro para dar conta do que o livro instaura no mundo’’. 

Ronda Maré de Notícias: Começa a vigorar hoje (12) as medidas restritivas durante o carnaval

Boletim epidemiológico mostra que cidade continua com alto risco de contágio para a covid-19

Por Andressa Cabral Botelho, em 12/02/2021 às 19h20

Começa nesta sexta-feira (12), se estendendo até o dia 22 de fevereiro, as medidas restritivas durante o feriado do carnaval do Rio. Publicado no Diário Oficial do dia 05 de fevereiro, as medidas vão desde retenção de instrumentos e isopor de camelôs a bloqueios nas entradas da cidade de transportes fretados com visitantes. Aqueles que descumprirem as medidas, que visam evitar aglomerações e eventos durante o carnaval, serão punidos com um ano de prisão e multa.

As providências tomadas pela prefeitura têm como objetivo frear os números da covid-19 e evitar que a ocupação dos leitos reservados para a doença cheguem ao limite, como aconteceu duas semanas após as festas de final de ano. Dessa forma, a cidade será monitorada por 24h da 0h de hoje (12) às 6h do dia 22 de fevereiro e conta também com 1.000 agentes da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) e da Vigilância Sanitária na rua para evitar e coibir irregularidades. 

Além da fiscalização dos eventos de rua, a Prefeitura também irá fiscalizar eventos privados, cuja venda acontece através de sites específicos. Foram identificados eventos com camarotes no valor de até 10 mil reais. “Nós estamos notificando plataformas de venda de ingressos no sentido de que, a venda de ingressos para evento ou qualquer tipo de atividade relacionada ao carnaval que estejam em desacordo, elas são irregulares. Essas empresas estão sendo mapeadas e notificadas”, destacou o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevalle, durante coletiva de imprensa no Centro de Operações Rio nesta quinta-feira (11).

Dados da covid-19

Pela quarta semana consecutiva, toda a cidade do Rio apresenta alto risco de contágio para a covid-19. A cidade se aproxima dos 200 mil casos confirmados, tendo nesta sexta-feira (12) mais de 195,2 mil casos e 17,9 mil mortes pela doença. Nas últimas 24h, 744 pessoas testaram positivo e 59 pessoas morreram em decorrência da doença. A Maré tem, até hoje, 1.476 casos confirmados e 158 mortes, de acordo com o Painel Rio COVID-19. 

Até o momento, 240.336 pessoas foram vacinadas na cidade, o que equivale a 3,56% da população. Na área programática 3.1, que a Maré se encontra, 29.567 pessoas já foram imunizadas. 

Inscrições abertas na Luta Pela Paz

Até o dia 15 de fevereiro a ONG Luta pela Paz está com inscrições abertas para turmas de boxe e artes marciais, com o público focado em crianças e adolescentes com deficiência. As inscrições acontecem na sede da organização, na Rua Teixeira Ribeiro, 900 – Nova Holanda, Maré. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (21) 99608-3872.

Curso de tradição oral

Estão abertas as inscrições para o curso “Tradição oral e literatura”, abordando saberes ancestrais, relacionando memórias afetivas e aos textos literários que as pessoas tiveram contato durante a formação escolar. O curso tem como público: mediadoras/es de leitura, educadoras/es populares, bibliotecárias/os, contadoras/es de histórias, professoras/es e demais interessados e abrirá apenas 20 vagas. As inscrições vão até o dia 19 de fevereiro, com o início das aulas no dia 23/2. As aulas serão online às terças e quintas-feiras, de 18h a 20h. Para mais informações, acesse o site do Pluriverso, plataforma onde as aulas irão acontecer.

Vagas abertas para curso de espanhol

A Rede da Maré está com inscrições abertas para o curso Espanhol para Tod@s. As aulas serão online e começam a partir do dia 24 de fevereiro. O curso tem três níveis: básico, intermediário e avançado e os interessados podem se inscrever para participar do curso através do formulário.

Vagas abertas para preparatório na Maré

Até o dia 17 de fevereiro a Redes da Maré está com inscrições para curso preparatório para o Ensino Médio. As inscrições podem ser feitas pelo através do formulário, mas também é possível dirigir-se a uma das duas sedes da Redes em que deseja estudar para se inscrever. Na Nova Holanda o funcionamento vai de segunda à quinta-feira, de 12h a 17h. Já na Vila dos Pinheiros, o funcionamento é de segunda a quinta-feira, de 13h a 17h. Para mais informações, acesse o edital com informações sobre as vagas. 

Perdeu as notícias da semana? O Maré de Notícias acha para você:

Segunda-feira (08/02)
Rede municipal retoma aulas hoje; conteúdo inicial será disponibilizado pela TV, por Edu Carvalho. Leia mais.
Cedae pede para cariocas economizarem água, por Edu Carvalho. Leia mais.

Terça-feira (09/02)
A pessoa por trás da fachada, por Hélio Euclides. Leia mais.
Um campus educacional chamado Maré, por Edu Carvalho, Hélio Euclides e Andréia Martins. Leia mais.
Moradores esperam por melhoria de saneamento da Maré, por Hélio Euclides. Leia mais.

Quarta-feira (10/02)
Campanha ‘Vacina Pra Favela, Já!’ Será Lançada no Dia de Mobilização para Enfrentamento da covid-19 nas Favelas, Via Painel Unificador das Favelas. Leia mais.
Moradores da Maré sofrem com UPA Manguinhos fechada, por Hélio Euclides. Leia mais.
Último dia de inscrição para o Festival Entre Lugares Virtuais, por Thaís Cavalcante. Leia mais.
Acusados de matar Marielle vão à júri popular, por Edu Carvalho. Leia mais.

Quinta-feira (11/02)
Rio terá plano para conter blocos e festas privadas durante o período do Carnaval, por Edu Carvalho. Leia mais.
Confira o que abre e fecha durante o Carnaval, por Edu Carvalho. Leia mais.
STJ decide que Witzel é réu por corrupção e lavagem de dinheiro e continuará afastado por mais 1 ano, por Edu Carvalho. Leia mais.
Prefeitura do Rio e Secretaria Municipal de Cultura abrem inscrições para indicações a Ordem do Mérito Cultural Carioca, por Edu Carvalho. Leia mais.

Sexta-feira (12/02)
Boletim epidemiológico aponta Rio ainda em alto risco para covid-19, por Edu Carvalho. Leia mais.
Governo estuda Auxílio Emergencial dividido em quatro parcelas de 250R$, por Edu Carvalho. Leia mais.

Governo estuda Auxílio Emergencial dividido em quatro parcelas de 250R$

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Congresso e Ministério da Economia traçam medida para viabilizar pagamento 

Por Edu Carvalho, em 12/02/2021 às 18h

Numa atitude conjunta entre Congresso Nacional e ministério da Economia, foi submetida nesta sexta-feira,12, o pagamento de um novo auxílio emergencial através de uma aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo.

A intenção é incluir uma cláusula de calamidade na proposta, que, entre outras medidas, permite ao governo adotar medidas para cortar custos por meio de redução de salário e de jornada de servidores. Com a PEC, fica permitido que gastos para o pagamento do auxílio não sejam incluídos no espaço do teto de gastos nem no orçamento de 2021.

No blog da Ana Flor, no G1, uma nova rodada do auxílio emergencial seria estruturada em  quatro parcelas de R$ 250. No entanto, a equipe econômica defende um valor decrescente, que comece com R$ 250 e depois passe para R$ 200. O novo auxílio deve ser pago à metade do número de beneficiados do anterior.

Nesta semana, uma parcela referente aos benefícios contestados e que tiveram pedidos reavaliados foram liberadas. Mais de 22 mil pessoas poderão receber o pagamento. A liberação pode ser consultada pelo aplicativo do auxílio emergencial ou pelo site disponibilizado pela Caixa Federal.

Boletim epidemiológico aponta Rio ainda em alto risco para covid-19

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Durante coletiva, prefeito fez novo pedido aos cariocas

Por Edu Carvalho, em 12/02/2021 às 13h

Durante a divulgação do 6º boletim epidemiológico da covid-19 no Rio realizada na manhã desta sexta-feira, 12, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez um novo apelo para que os cariocas evitem e denunciem aglomerações durante o período de Carnaval. Há quatro semanas a capital fluminense apresenta alto risco de contágio do coronavírus, e a fila de espera por leitos, que no início de janeiro era de 150 pessoas, foi zerada.

‘’Chegou a sexta do Carnaval que não vai acontecer. As razões do cancelamento, de termos regras de distanciamento, de não se permitir festas e bailes, têm o único objetivo: o de preservar vidas. Meu apelo aos cariocas é para que, por favor, evitem aglomerações em blocos e festas, porque é assim que as autoridades sanitárias nos recomendam’’, afirmou o prefeito. 

Paes reforçou que muitas iniciativas farão apresentações pelas redes sociais, nas chamadas ‘lives’, e que na TV aberta haverá reprise de desfiles históricos. ’’Façam uma celebração diferente, para que a gente possa preservar vidas’

Em relação aos cuidados e proteção à vida, nada foi modificado. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o fato das médias móveis de casos e de óbitos manterem a tendência de queda e a fila por um leito Covid-19 estar zerada, a classificação está mantida por conta do período de Carnaval e também pelo surgimento de novas variantes do vírus, ainda que nenhum caso tenha sido registrado no Rio.

‘’A grande maioria das áreas da cidade já poderia estar em risco moderado. Mas têm situações que a gente não pode ignorar que é a questão do carnaval e também da cepa de Manaus circulando. A gente ainda não tem todas as informações sobre ela. Na saúde pública precisamos ter prudência e a opção foi manter todo mundo em risco alto’’, informou o secretário.

Mais de 200 mil pessoas vacinadas

O Rio de Janeiro é o município do estado que mais vacinou contra a Covid-19, com tempo médio de espera para a aplicação da vacina inferior a 15 minutos. Já foram aplicadas na cidade 224.389 doses, o que corresponde a 3,33% da população. A Secretaria Municipal de Saúde tem conseguido executar o calendário planejado. 

Ontem, 11, a Secretaria Municipal de Saúde havia emitido nota alertando o risco de parar a vacinação. “A SMS conta com a chegada de novas doses a partir da próxima semana. Caso essa entrega não aconteça, o calendário será interrompido até a chegada de novas doses”. Durante a coletiva, o prefeito garantiu que tem capacidade para vacinar até terça-feira, 16, sendo possível imunizar idosos de 84 e 83 anos, respectivamente. Pelo cronograma informado pelo Ministério da Saúde, há previsão de o município receber novas remessas de doses nas duas próximas semanas, com as quais espera manter a programação da vacinação para os próximos grupos prioritários. 

Fiscalização para evitar aglomerações

A Prefeitura mantém intensificadas as ações de fiscalização na cidade para garantir que as normas restritivas de proteção à vida sejam cumpridas. Ações integradas desde o dia 15 de janeiro entre a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), a Guarda Municipal e a Defesa Civil já passaram por 51 bairros, contabilizando 443 inspeções em estabelecimentos, 232 infrações sanitárias e 36 interdições. 

Nesta quinta, foi anunciado o plano logístico de prevenção e combate às aglomerações durante o período de carnaval, cancelado devido à pandemia da Covid-19. Desta sexta-feira (12/02) até o dia 21 de fevereiro, os órgãos municipais (Seop, Ivisa-Rio, Centro de Operações Rio, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Transportes e CET-Rio) farão ações de fiscalização para evitar eventos irregulares que gerem concentração de pessoas. As medidas estão amparadas no Decreto n° 48.500 e na Resolução Conjunta SES/SMS.

De acordo com o artigo 2° do decreto N° 48.500, publicado no último dia 5 em Diário Oficial, estão proibidos, neste período, a concentração e o desfile de escolas de samba e blocos de rua; a concessão de autorização para comércio ambulante temporário e de licenciamento transitório para eventos de blocos carnavalescos; e a entrada na cidade de ônibus e demais veículos fretados, exceto aqueles que prestem serviços regulares para funcionários de empresas ou para hotéis, cujos passageiros comprovem reserva de hospedagem.


Prefeitura do Rio e Secretaria Municipal de Cultura abrem inscrições para indicações a Ordem do Mérito Cultural Carioca

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Por Edu Carvalho em 12/02/2021 às 13h

A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, está com inscrições abertas para as indicações de nomes para receber a Ordem do Mérito Cultural Carioca 2020, a mais alta condecoração cultural do município do Rio de Janeiro. Este ano, a premiação, que tem como diferencial a participação popular nas suas indicações, homenageará 15 personalidades, coletivos e instituições que se destacaram com contribuições relevantes à cultura da cidade no último ano, durante a pandemia do coronavírus. 

As indicações ao prêmio pela população carioca serão recebidas através de um formulário, disponível nas redes sociais da Secretaria Municipal de Cultura, até o dia 18 de fevereiro. Todos os nomes serão avaliados por uma comissão, composta por integrantes da Secretaria e do Conselho Municipal de Cultura 

O resultado sairá no dia 22 de fevereiro através das redes sociais da SMC. A entrega da Medalha São Sebastião do Rio de Janeiro e do diploma será de forma presencial, no dia primeiro de março. 

Para participar, basta acessar o formulário clicando aqui.