Crime foi cometido pelo ex-marido da vítima, que foi detido pela Guarda Municipal
Por Edu Carvalho em 25/12/2020 às 11h
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, do Tribunal de Justiça do Rio, foi morta a facadas no início da noite última quinta-feira, véspera de Natal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Militar, o caso ocorreu por volta das 18h, na Avenida Rachel de Queiroz, 380, em frente ao Colégio Januzzi. O autor do crime é o ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que cometeu o crime na frente das três filhas do casal menores de idade.
Ele foi preso e levado para a Delegacia de Homicídios (DH).De acordo com a Guarda Municipal, agentes estavam na base do subgrupamento, que fica ao lado do Bosque de Barra, quando foram acionados para ajudar a vítima. No local, encontraram a mulher caída e desacordada.
O criminoso recebeu voz de prisão no local e foi encaminhado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde foi atendido e posteriormente conduzido para a delegacia.
O assassinato foi registrado em um vídeo que circula nas redes sociais. Na gravação, as meninas pedem para ele parar de golpear a juíza.
Atletas de jiu-jitsu moradores da Maré finalizam o ano com conquistas
Por Hélio Euclides, em 23/12/2020, às 16h Editado por Andressa Cabral Botelho
No início de 2020, a Maré estava em festa com a notícia de que seus lutadores se destacaram em campeonato na Califórnia, nos Estados Unidos. O restante do ano seria promissor, mas a pandemia do covid-19 interrompeu competições e treinos. A viagem que os lutadores fariam em novembro para Dublin, na Irlanda, ficou para 2021. Contudo, apesar das paralisações, há dois meses algumas disputas ocorreram e os meninos lutadores de jiu-jítsu trouxeram premiações para a favela.
Na competição no início do ano, nos Estados Unidos, quatro atletas adolescentes do Parque União superaram os obstáculos da falta de patrocínio e da difícil aquisição do visto para participar da competição Pan Kids de jiu-jitsu. Eles trouxeram na bagagem quatro medalhas. Na edição 107, o Maré de Notícias trouxe a história da equipe Maré Top Team e apresentou a expectativa deles com a competição. Para Lucas Santana, de 15 anos, faixa azul, que trouxe a medalha de prata, o importante foi representar a favela e o jiu-jitsu em uma competição internacional.
A pandemia interrompeu a trajetória de lutas dos meninos. Jacilda Santana, mãe de Lucas, conta que este período foi difícil, com treinamento presencial suspenso, ocorrendo apenas acompanhamento do mestre pelo WhatsApp, com repetições de posições que já sabiam. “O recomeço foi difícil. Alguns achavam que a pandemia tinha acabado, mas ficamos receosos do início dos treinos presenciais. Aos poucos, o Centro de Treinamento no Parque União foi reaberto, com precaução, todos de máscara e uso de álcool em gel e número reduzido de alunos. Fomos nos enquadrando para a melhor forma”, comenta.
Lucas e sua mãe, Jacilda. Foto: Arquivo pessoal
Neste final de ano aconteceram apenas dois campeonatos disputados pela equipe: o Brasileiro e o Torneio de Lutas Casadas, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Lucas trouxe para a Maré um cinturão e uma medalha de ouro. Para os cuidados com os atletas, nas competições pode ter apenas um acompanhante, diferente de antes que toda família podia assistir. Todas as pessoas presentes estavam de máscaras. Agora em dezembro, com o aumento no número de casos de infectados, os alunos retornaram às férias dos treinos. “Há uma possibilidade de retorno em fevereiro, se tiver tudo certo. Meu desejo é que tudo melhore em 2021, não só no esporte, mas no geral e que meu filho consiga um patrocínio”, expõe.
Pela luta de dois vitoriosos
O Maré de Notícias, da edição 103, de agosto de 2019, trazia a história dos irmãos lutadores de Jiu-Jitsu na categoria pena: Akyllys Torres, de 10 anos, de faixa amarela e Athylla Torres, de 8 anos, de faixa cinza, do Projeto Social José Aldo de Lutas, que fica na Associação de Moradores do Conjunto Esperança. Na matéria, Akyllys descrevia a expectativa de competir na Califórnia. No início do ano, ele realizou o sonho de competir no exterior, representando a Maré. Seu pai, Júlio Cesar, contou na época que a grande dificuldade era a falta de dinheiro e que a viagem só seria possível com a ajuda de amigos e comerciantes locais.
Assim como os meninos do Parque União, os irmãos do Conjunto Esperança almejavam a viagem para Dublin, que foi interrompida pela pandemia. “Num momento difícil como este, tivemos que aprender a reinventar, pois vivemos de venda de bolo de pote, faxinas e obras. Os meninos têm um avô cadeirante e com Alzheimer, que nessa fase recebe a ajuda dos Especiais da Maré. Tivemos que nos adaptar a essa situação tão crítica”, conta Cesar. Ele lembra que o recomeço não foi simples, precisou de força para dar continuidade aos trabalhos do dia-a-dia.
Assim como a vida cotidiana, manter os treinos foi bem complicado para os irmãos, pois ficaram praticamente parados por cerca de sete meses. “Eu passava exercícios físicos para eles, assistíamos lutas na internet e um treinava com o outro. Com isso, eles não perderam o ritmo”, diz o pai. Este ano foram poucas as competições que retornaram e eles só conseguiram participam com a ajuda de amigos, pois ambos não têm patrocínio. Ao todo, nestes dois meses foram 11 competições com restrições. Os irmãos conseguiram premiar em todas, com 22 medalhas e sete cinturões. Nestes quatro anos que treinam, Akyllys e Athylla já conseguiram 159 medalhas, nove cinturões e três troféus.
Athylla e Akyllys Torres em competição este ano. Foto: Flash Sport
Em 2020, as competições que eles mais gostaram foi a com premiação de cinturões. A Copa Company, disputada na Barra da Tijuca, foi a mais marcante, com desafios de crianças de alto nível, tendo um atleta da Itália. Os irmãos ainda disputaram competições em Itaboraí e Espírito Santo. Eles também se destacaram, em competição de judô, na Usina de Campeões, em Manguinhos, na qual foram tricampeões. “Que o próximo ano ainda seja melhor. Peço muito a Deus que esta pandemia acabe e tenhamos a vida normalizada. A pandemia atrapalha muito as pessoas e é pior para quem mora na rua. Quando acabar isso, que as pessoas valorizem mais a vida e ajudem mais o próximo”, conclui.
Nova cepa derivou de uma linhagem já circulante no Brasil; o estudo não analisou sua capacidade de transmissão ou agressividade
Por Edu Carvalho, em 23/12/2020, às 15h
Editado por Andressa Cabral Botelho
Cientistas brasileiros descobriram uma nova linhagem do vírus da covid-19, derivada do coronavírus, no Estado do Rio de Janeiro. As amostras foram sequenciadas pelo Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, sob coordenação de Ana Tereza Vasconcelos.
O estudo contemplou 180 genomas do Sars-CoV-2 presentes no Rio. Do total, 38 tinham mutações que indicam se tratar de uma nova linhagem, explica Vasconcelos, e 60% dos genomas são do município do Rio de Janeiro. As informações são do Jornal O Globo.
Os pesquisadores ainda investigam se a nova linhagem é mais transmissível. Se a forma identificada no Rio realmente se propagar com mais facilidade, poderia explicar parte do aumento de casos registrado no Estado desde novembro. Assim como a linhagem recém-descoberta no Reino Unido, 94% das amostras pertencentes a esta variante do Rio têm uma mutação chamada E484K, no gene da chamada proteína S.
Vacina de Oxford começa a ser entregue em fevereiro ao Ministério, diz presidente da Fiocruz
A partir do dia 08 de fevereiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começará a entregar a vacina contra a covid-19 ao Ministério da Saúde, afirmou a presidente do instituto, Nísia Trindade. O anúncio foi feito durante uma audiência sobre o combate ao novo coronavírus realizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados ontem, dia 22.
A vacina de Oxford é desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. No contrato firmado pelo governo federal, o Brasil receberá o chamado “ingrediente farmacêutico ativo” (IFA) para processamento e envase das doses na fábrica de vacinas Bio-Manguinhos, da Fiocruz.
De acordo com Nísia Trindade, serão entregues 1 milhão de doses de 08 a 12 de fevereiro ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e mais 1 milhão na semana seguinte.
Em menos de 24 horas, STJ decide por prisão preventiva domiciliar
Por Edu Carvalho, em 23/12/2020, às 11h40
Editado por Andressa Cabral Botelho
Na noite de ontem, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, decidiu pelo enquadramento em prisão domiciliar ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos). Crivella deixará o presídio de Benfica e terá de usar tornozeleira eletrônica.
No despacho, Martins atende ao requerimento dos advogados de Crivella, que queriam a revogação da prisão do prefeito. O presidente cita na decisão que Crivella tem 63 anos de idade, sendo considerado grupo de risco para a Covid-19.
Fica determinado que o então prefeito informe endereço fixo para o cumprimento da prisão; não mantenha contato com terceiros, “salvo familiares próximos, profissionais da saúde e advogados devida e previamente constituídos”; entregue telefones, computadores e tablets às autoridades, além de estarem proibidas saídas de casa sem autorização.
O prefeito foi preso no início da manhã de ontem, terça-feira (22), em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio. Crivella foi encaminhado à Casa de Custódia Frederico Marques, em Benfica, no início da noite, após ter a prisão preventiva confirmada em uma audiência de custódia.
Mesmo voltando para casa, sob monitoramento eletrônico, o prefeito seguirá afastado do cargo, que termina no próximo dia 31.
Em cinco episódios inéditos, websérie Som de Preto traz as diferentes caras do funk com grandes hits e artistas cariocas do meio
Por Thaís Cavalcante, em 22/12/2020 às 17h
Editado por Edu Carvalho
“O nosso som não tem idade, não tem raça e nem vê cor, mas a sociedade pra gente não dá valor. Só querem nos criticar pensam que somos animais, se existia o lado ruim hoje não existe mais”. Trecho da música “Som de Preto” relembra como o batidão do funk faz mexer o ombrinho, balançar os quadris e mandar um passinho daqueles. O som da música de Amilke e Chocolate, famosa nos anos 90 e ainda hoje, deu nome à websérie lançada em dezembro, sobre como o movimento do funk carioca é uma potência cultural e tem diferentes caras dentro dele.
Em cinco episódios inéditos, é possível se envolver na história, na música, no movimento e no valor que o ritmo carioca tem nas favelas. Grandes MCs e DJs da cena trazem suas experiências pessoais, técnicas e musicais para o debate. A criminalização do funk, o preconceito enfrentado e os desafios da carreira são discutidos no primeiro episódio com MC Carol de Niterói e Tonzão, ex-integrante do grupo Os Hawaianos. “Tem pessoas que falam que eu faço apologia ao crime. Eu acho que o funk só relata o que acontece, igual outros mil tipos de música, mas é só o funk que é coisa de criminoso”, conta MC Carol. Ela também relembrou a prisão do DJ Rennan da Penha em 2019.
Por trás de toda superprodução de um baile funk e de um hit, existe uma rotina intensa e muita criatividade envolvida. O segundo episódio mostra o sucesso do Baile da Nova Holanda e como o funk acelerado 150 bpm, que significa batidas por minuto, ganha o Rio de Janeiro em 2018. Depois de uma batida na garrafa pet o DJ Polyvox, cria da Maré, acelerou o funk e o ritmo pegou. DJ Iasmin Turbininha, cria da Mangueira, mostra nos bastidores como eles são tão envolventes quanto às apresentações.
O ritmo trouxe inspirações criativas até para os trabalhadores informais, que utilizam recursos como a paródia para chamar a atenção de seus clientes. No terceiro episódio, diferentes histórias são contadas como uma forma de homenagem. Uma delas é a Tropa do MotoTáxi, Vanessa Esplendorosa e outros famosos na internet pela diversão em suas músicas de funk e que, trazem ainda, mais diferencial na hora de se destacar dentre outros trabalhadores da mesma área.
No quarto episódio, o aprendizado sobre as batidas e ritmos fica com a explicação simples do DJ Grandmaster Raphael. “A gente copiava a estrutura do funk americano. Quando entra o tamborzão e o beatbox, já fica mais carioca”, garante ele que também demonstra com a voz a diferença das batidas com o passar do tempo. Raphael completa, ainda que, os processos de transformação do funk tem origem local: “Colocamos um tempero da nossa brasilidade, carioquice”. Paulinho Cabeção e a DJ Iasmin Turbininha também ensinam sobre a produção do funk e suas principais mudanças.
Relação das crianças com o funk é tema do último episódio da websérie.
Além da velocidade da batida e criação de novos ritmos, o público também se ampliou com o tempo. As crianças também viraram MCs de funk e é sobre isso que o último episódio da websérie fala, como os pequenos se relacionam com o movimento e fazem disso diversão e até profissão. “Eu me apaixonei pelo funk desde o primeiro contato de vida e só foi aumentando essa paixão e foi aí que eu descobri o caminho que eu queria percorrer. Quando eu comecei a cantar eu tinha seis anos de idade e sempre foi uma brincadeira pra mim e nunca foi uma obrigação dentro de casa”, garante Jon Jon, o eterno Jonathan Costa da Nova Geração.
Assista o teaser da websérie e todos os episódios no canal do YouTube.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso na manhã desta terça-feira (22/12) em operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro. Crivella foi preso em sua casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e levado à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Após ser detido, ele declarou à TV Globo que foi o mandatário que mais combateu a corrupção na cidade e que esperava justiça.
Também foram presos o empresário Rafael Alves; o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo; delegado aposentado Fernando Moraes, e os empresários Adenor Gonçalves e Christiano Borges.
A ação é um desdobramento da Operação Hades, que investiga desde 2018 um suposto esquema de propina na prefeitura fluminense, com base em delação do doleiro Sérgio Mizrahy. O “QG da propina”, segundo Mizrahy, seria operado por Alves.
Quem assume a prefeitura do Rio interinamente por nove dias é Jorge Felipe (DEM), presidente da Câmara de Vereadores da cidade. O vice-prefeito do Rio eleito com Crivella em 2016, Fernando McDowell, morreu em maio de 2018.