Home Blog Page 81

Últimas semanas para se inscrever no Congresso Falando sobre Segurança Pública na Maré

Segunda edição do Congresso organizado pela Redes da Maré aceita submissão de trabalhos até seis de outubro

Interessados em participar do 2º Congresso Falando sobre Segurança Pública na Maré podem inscrever seus trabalhos de categorias de resultado de pesquisa empírica, relato de experiência e reflexão/ estudo teórico-metodológico. 

O evento é aberto ao público, realizado na Maré, e reúne profissionais, estudantes, ativistas e pesquisadores. O tema desta edição se baseia na pergunta: Como construir estratégias de efetivação e promoção do direito à segurança pública e acesso à justiça em regiões da cidade onde as políticas públicas são historicamente negligenciadas pelo Estado?

Leia Mais:

O Congresso

O evento está em sua segunda edição e, além de pesquisadores e profissionais, conta com a presença de crianças e adolescentes de oito instituições públicas, entre Primeira Infância, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Os estudantes preparam atividades nas escolas sobre Segurança Pública na Maré para apresentar no congresso. Para os coordenadores do evento, é importante a participação do público infantil e jovem nos espaços de discussão. 

“O De Olho na Maré, que coleta e sistematiza informações sobre situações de violência nas 16 comunidades da Maré e está mais na linha de frente da organização do evento, entende que esses espaços são importantes pensando em impactar na redução das violências, em ampliar o acesso aos direitos, em visibilizar as ações e as negligências do Estado”

Luiz Carlos Júnior, coordenador do Congresso. 

Submissão de trabalhos

O trabalho deve ser inscrito em um dos eixos temáticos:

  • Produção do espaço urbano, território, segurança pública e favelas
  • Desigualdade sociorracial, acesso à direitos, atendimento, acolhimento e acompanhamento de vítimas de violência
  • Ampliação de cidadania, controle social e direitos humanos
  • Capitalismo, racismo e violência policial
  • Mídia, meios de comunicação e favela

O Congresso é organizado pelo Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré e o edital está disponível em seu site.

Cronograma

06/10 – Encerramento da submissão de trabalhos

22/11 – Divulgação dos trabalhos aprovados para apresentação

05/12 – 2º Congresso Falando sobre Segurança Pública com Crianças e Adolescentes da Maré

06/12 – Primeiro dia de Congresso 2º Congresso Falando sobre Segurança Pública na Maré

07/12 – Segundo dia de Congresso

08/12 – Último dia de Congresso

Os interessados em participar do congresso como observadores poderão se inscrever até o primeiro dia do evento (06/12).

Especial saúde mental: saiba onde encontrar apoio psicológico

0

Conheça instituições públicas que oferecem atendimento psicológico e organizações locais que são espaços de acolhimento integral na Maré

Foto: Patrick Marinho

Thais Cavalcanti

Maré de Notícias #152 – setembro de 2023

Fechando o mês de setembro, que é dedicado a atenção e cuidados com a saúde mental, o Maré de Notícias abordou alguns conteúdos sobre o tema: como as lutas cotidianas para lidar com saúde mental e os cuidados com a juventude mareense. Hoje apresentamos informações úteis para lidar com os desafios individuais e coletivos no campo da saúde da mente. Confira:  

Como ajudar uma pessoa com quadro de doença mental e na prevenção de suicídio:

  • Tente saber se ela já possui algum fator de risco (depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia)
  • Evite julgamentos
  • Preste atenção às atitudes e emoções
  • Incentive o tratamento psicológico e ofereça-se como acompanhante

Fique atento aos sinais de alerta:

  • Preocupação ou medo constantes
  • Fuga de contato com a família e amigos, evitando atividades sociais
  • Tristeza e depressão profunda
  • Pensamento confuso ou problemas de concentração e aprendizagem
  • Mudanças extremas de humor, incluindo euforia ou raiva incontrolável
  • Mudanças no sono, constante sensação de cansaço e pouca energia

Leia Mais

História do acesso à saúde no território da Maré

O que contam os nomes das Clínicas da Família da Maré 

Onde buscar atendimento psicológico na Maré

Espaços médicos públicos:

  • CAPSi II Visconde de Sabugosa

Avenida Guanabara, Praia de Ramos, s/n — Ramos.

Horário: segunda a sexta, das 7h às 17h 

Público: crianças e adolescentes

  • CAPS II Carlos Augusto da Silva (Magal)

Avenida Dom Hélder Câmara, 1390 — Manguinhos. 

Tel.: 2201-0180 | 97002-1427 

Horário: segunda a sexta, das 8h às 17h

Público: adultos com problemas mentais graves e persistentes 

  • CAPSad III Miriam Makeba

Rua Professor Lacê, 485 — Ramos.

Tel.: 3889-8441 

Horário: 24h, com acolhimento noturno

Público: pessoas usuárias de álcool e outras drogas

Espaços de apoio/acolhimento:

  • Centro de Cidadania LGBT/ Casa da Diversidade Sexual Gilmara Cunha

Rua Marcelo Machado, 51 — Nova Holanda. 

Tel.: 97201-4477

Horário: segunda a sexta, das 9h às 17h 

Público: LGBTQIAP+

  • Casa das Mulheres da Maré

Rua da Paz, 42 — Parque União. 

Tel.: 3105-5569 | 3105-4767

Atendimento sócio jurídico e psicológico gratuitos

Horário: sábado, das 9h às 13h (exceto feriados)

Público: mulheres de todas as idades

  • Espaço Normal

Rua 17 de fevereiro, 237 — Parque Maré. 

Tel.: 3105-4767 | Atendimento gratuito

Horário: segundas, quartas, quintas e sextas, das 9h às 15h

Público: pessoas que usam álcool e outras drogas

  • Espaço Ser

Rua Ari Leão, 42 — Parque União.

Tel.: 3867-7703 | 99689-0582

Horário: segunda a sexta, das 8h às 22h

Atendimento psicológico com valor social

Público: todas as idades

  • ONG Luta pela Paz 

Rua Teixeira Ribeiro, 900 — Nova Holanda. 

Tel.: 3104-4115 | 3596-8511

Atendimento psicológico para alunos matriculados

Público: crianças, jovens e adultos

  • Teleatendimento SAS Brasil

Atendimento gratuito e online

WhatsApp: 21 99271-0554

Público: jovens, adultos e idosos de periferias

Se liga! A 3ª Semana de Saúde Mental da Maré está chegando. Organizado pela Redes da Maré desde 2021, o Rema Maré promove o debate sobre o acesso da população periférica à saúde mental, assim como os demais direitos essenciais. Desta vez, o encontro gratuito e presencial será nas escolas públicas do território. Fique atento às redes sociais do Jornal Maré de Notícias para mais informações.Você também pode ter acesso a cartilha Guia de Saúde Mental produzida pelo Rema Maré no link  https://bit.ly/3ss8yqf  ou pelo QR Code abaixo.

Especial saúde mental: juventude mareense também precisa de cuidados

0

Thais Cavalcanti

Maré de Notícias #152 – setembro de 2023

Cada mudança ou desafio enfrentado tem um impacto importante na vida do jovem morador de favela. A Rede de Jovens Promotores da Saúde (RAP da Saúde), é um projeto da Secretaria Municipal de Saúde que contribui positivamente no apoio a essa transição. 

Mais do que pensar ações de conscientização para meses como o Setembro Amarelo, o RAP é uma ponte que liga a unidade de saúde ao jovem, tornando-o protagonista no próprio território.

Micael Dutra é morador do Piscinão de Ramos e professor do grupo Alakazam. Ele conheceu o RAP ainda criança, participando das rodas de leitura oferecidas pelo Centro Municipal de Saúde Américo Veloso.

 “Quando cresci, entrei na equipe como multiplicador e depois, virei dinamizador. Mesmo sendo jovem, é importante ter uma formação na promoção de saúde, num espaço onde você é tratado como responsável pelas atividades. Ali, aprendi que saúde não significa ausência de doença. Antes de entrar na Rede, eu não me conhecia totalmente. Saber quem eu sou também é uma forma de saúde”, explica.

Milena Dutra, moradora da Roquete Pinto, é articuladora territorial. | Foto: Affonso Dalua

Milena Dutra, moradora da Roquete Pinto e articuladora territorial, foi cria do RAP assim como seu primo Micael. Hoje ela é apoiadora do grupo. 

“A ideia do RAP é a gente ser capacitado nas instituições da favela e dar informações de saúde para jovens em vulnerabilidade, seja por meio da música, da aula de teatro ou de uma conversa”, diz.

 Hoje, 20 jovens selecionados aprendem sobre diversos temas em saúde e multiplicam as informações para mais adolescentes em seus territórios. Milena reforça que “mais do que multiplicar, a ideia é que o jovem entenda o que é saúde, que a gente precisa se cuidar, se amar e como isso pode melhorar a consciência no dia a dia”.

Stallone Abrantes é psicólogo e atende jovens na ONG Luta Pela Paz (LPP) na Maré há quase cinco anos. Ele conta como o vínculo esportivo pode ser um recurso importante para o jovem “colocar para fora” o que está passando. Segundo ele, a família nem sempre é a primeira a saber.

“Garantir a saúde mental envolve o jovem ter emprego e alimentação, e acesso à saúde, ao lazer e às práticas comunitárias. Por exemplo, vi um jovem descobrir que podia perder a visão, um problema físico. Isso o deixou com medo de não conseguir atendimento hospitalar, desencadeando uma questão de saúde mental. Ao fortalecer esses sistemas, vamos diminuir a possibilidade de adoecimento no campo psicológico”, explica Stallone.

Você sabia? 

O atendimento público é o principal meio através do qual os mareenses obtêm cuidados psicológicos e psicossociais, da primeira consulta ao acesso a medicamentos gratuitos. 

No Sistema Único de Saúde (SUS) existe a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com serviços e espaços que dão apoio integral e gratuito para quem precisa de atendimento psicológico. A rede abrange os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento (UAs) e os leitos de atenção integral (em hospitais gerais e nos CAPS III).

Trabalhando junto à RAPS, estão organizações locais que contribuem para a redução de danos da população mais vulnerável. Vanda Canuto é cria da Vila do Pinheiro e coordenadora do Espaço Normal — Espaço de Referência sobre Drogas na Maré.

Esse equipamento da Redes da Maré recebe diariamente cem pessoas, em média, e tem como objetivo ser um espaço de convivência (pessoas que estão em situação de rua e que têm questões de saúde mental são acompanhadas por outros equipamentos públicos de saúde).

O espaço não oferece assistência psicológica e funciona na verdade como ponte. A ideia é ampliar os cuidados através do exercício dos direitos da população invisibilizada dentro e fora da Maré, e dar voz e lugar a quem não tem acesso à saúde. 

Vanda conta que “tem pessoas que precisam ser encaminhadas para o CAPs. Já outras, a gente entende que a saúde mental envolve a questão socioeconômica, ou que o sofrimento delas é causado pela falta de políticas públicas. Com um atendimento voltado para educação, arte, cultura, trabalho e renda, conseguimos fazer com que a pessoa consiga lidar com o problema de outra forma.”

Especial saúde mental: lutas cotidianas para lidar com a saúde mental

0

Como a força comunitária dentro das favelas da Maré transformou realidades

Thaís Cavalcanti

Maré de Notícias #152 – setembro de 2023

A população de favela vive desigualdades e sofrimentos cotidianos, muitas vezes motivados pela violência. E o agravamento desta realidade se mostrou ainda mais desafiador quando o inimigo era invisível. 

A pesquisa da organização Movimentos, Coronavírus nas Favelas: a Desigualdade e o Racismo sem Máscaras, mostrou como a pandemia da Covid-19 piorou a ansiedade, a tristeza e a insônia dos moradores dos territórios. O estudo também reforça que não é papel de coletivos e organizações prover a assistência em saúde, e sim um dever do Estado.

A psicóloga Hévelin Vasques, nascida no Parque União, coordena o Espaço Ser, projeto de atendimento psicológico criado com apoio do pastor Sérgio Mota, da 1ª Igreja Batista no Parque União.

Como membro da igreja, ela faz a ponte entre pacientes e psicólogos, que cobram um valor simbólico, para garantir o compromisso do paciente com o serviço e pagar o profissional. “A gente sabe que ainda existe um preconceito muito grande sobre o assunto, mas vejo que as igrejas e as pessoas estão mais abertas. Os líderes estão permitindo falar sobre saúde mental dentro desses espaços. Na Maré, por exemplo, as pessoas são mais abertas para esse assunto, principalmente os adolescentes”, diz.

Embora sala de atendimento seja anexa à Igreja, o projeto é independente e frequentado por pessoas de todas as religiões. “A fé tem um papel importante na vida do ser humano e, ao profissional de psicologia, não cabe o julgamento do paciente”, afirma Hévelin.

A articulação local fez a diferença num conjunto de favelas tão grande quanto a Maré. Quando a tendência de automutilação entre jovens começou a crescer, clínicas da família, o Núcleo de Apoio à Saúde da Maré (NASF) e o Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil (CAPSi II) se uniram para apoiar os pacientes.

O Espaço Ser conta com sete psicólogos parceiros e faz cerca de 65 atendimentos todo mês. Os atendimentos começam às 8h e podem terminar às 22h.

O psicólogo Douglas Santos foi atendido pelo projeto e voltou anos depois, agora do outro lado. Foto: Afonso Dalua

Quem chegou como paciente para cuidar da depressão, anos atrás, foi Douglas Santos, morador do Parque União: “Foi bem difícil esse período, eu entendia que era uma doença séria e sabia que não podia negligenciar. Tive que ser corajoso e vi como falar pode ser transformador.” 

Também fizeram diferença para ele a medicação, amigos, uma rotina de exercícios físicos, leitura, banhos de sol, sono regulado e alimentação saudável. Quando se formou psicólogo, Douglas voltou ao projeto, agora do outro lado. Há dois meses ele divide sua rotina entre seu trabalho à noite e os atendimentos psicológicos durante o dia: “Minha volta foi muito simbólica, até me emocionei. Hoje estou fazendo algo que no passado fizeram por mim.”

Os problemas mentais são desencadeados por uma situação específica ou por uma combinação de fatores. A violência no território pode ser um agravante, como mostra a Pesquisa Construindo Pontes (2021), realizada pelas organizações Redes da Maré e People’s Palace Project, do Reino Unido. 

Um a cada três adultos da favela tem sua saúde mental afetada pelos conflitos armados. Somam-se a este fator o histórico familiar, o racismo, a LGBTfobia, o desemprego, traumas e demais problemas sociais, físicos e psicológicos que aumentam as chances de adoecimento mental. Como consequência deste cenário, há o aumento dos quadros de ansiedade e do uso abusivo de álcool e outras drogas.

Os moradores da Maré não estavam sozinhos para encarar essa realidade durante a pandemia. Marluce da Mata entrou como voluntária na startup social SAS Brasil em 2020 e hoje é coordenadora de Saúde Mental da instituição. Durante dois anos de pandemia ela atendeu, por meio de consultas online, moradores da Maré pelo projeto Conexão Saúde: De Olho na Covid.

“A Maré foi uma comunidade que abriu as portas para nós. A gente via a valorização das pessoas na saúde mental e o nível alto de estresse, ansiedade, depressão e luto — especialmente devido à covid-19”, diz. 

A SAS Brasil ofereceu teleatendimentos gratuitos para tratar da saúde física e mental. Só na Maré e em Manguinhos, foram 3.775 atendimentos até o segundo semestre de 2021 — um projeto pioneiro, gratuito e de amplo alcance na favela. 

Setembro Amarelo: cuidar da saúde mental é para todos e salva vidas

0

Especial de campanha ao cuidado da saúde mental no Maré de Notícias reforça a importância do debate psicológico

Thaís Cavalcante

Maré de Notícias #152 – setembro de 2023

Neste especial, falaremos sobre saúde mental para que todas as pessoas saibam que não estão sozinhas — seja cuidando de si, acompanhando algum familiar ou amigo no cuidado psicológico, ou ainda atuando no território, contribuindo para a melhoria da saúde da população, tratando suas questões psicológicas. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais”.

O Setembro Amarelo é uma campanha que nasceu em 2014 no Brasil, lançada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O mês foi escolhido por ser o 10 de setembro o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Por isso, essa é a hora e o espaço para mostrar a importância do cuidado psicológico e da prevenção ao adoecimento mental.

Precisamos falar sobre isso

Conheça a importância de conversar abertamente sobre a saúde mental

Não só fisicamente, todos nós estamos suscetíveis ao adoecimento mental em algum momento da vida. Por isso, precisamos falar sobre isso com amigos, familiares, com pessoas de confiança e profissionais de saúde. Para garantir esse suporte, os serviços públicos de apoio psicológico têm que estar acessíveis e disponíveis.

Durante a pandemia de covid-19, a OMS se preocupou com as questões de saúde mental que surgiram em todo o mundo. A saúde mental no Brasil é um direito previsto em lei.

Mas durante a pandemia a postura negacionista do então governo Bolsonaro e a falta de investimentos em saúde impediram a continuidade de serviços públicos voltados para a saúde tanto física como mental. 

No território, a pronta ação de projetos e coletivos fez a diferença nesse período. Um estudo divulgado na revista online BMJ Global Health mostrou como o projeto Conexão Saúde: De Olho na Covid desempenhou um papel importante na diminuição das taxas de mortalidade e de letalidade da doença na Maré. 

Houve uma redução de 46% na taxa de mortalidade e, com a testagem em massa, aumento em 23% dos casos notificados de covid-19 no território (possibilitando tratamento rápido para os moradores) em comparação a outras favelas. 

A iniciativa, que durou de junho de 2020 a março de 2022, envolveu testes rápidos, atendimento médico e psicológico online, orientação para isolamento domiciliar seguro e ações de comunicação no território, com ênfase no combate à desinformação.

Já são três anos desde o início da pandemia, e precisamos buscar o tempo de cuidado perdido. O Setembro Amarelo é o mês da prevenção ao suicídio e é a maior campanha antiestigma do mundo, reforçando que o cuidado com a saúde mental pode salvar vidas — ela não é fraqueza ou “coisa de rico”. 

Doenças como depressão, ansiedade, estresse e as síndromes de Burnout (esgotamento emocional motivado por trabalho excessivo) e do pânico são muito comuns em moradores de favelas. Então, vamos falar sobre isso? Acompanhe as próximas publicações sobre: lutas cotidianas para lidar com a saúde mental; juventude mareense e saúde mental; e onde encontrar apoio psicológico.

Carta para a Educação da Maré foi lançada abrindo debate sobre o futuro das propostas

0

As quarenta e duas propostas foram feitas durante o seminário que pensou a educação da Maré

A Carta para a Educação da Maré foi lançada na última quinta-feira (14). O documento traz propostas pensadas no 4° Seminário de Educação da Maré: Diálogos e possibilidades para a garantia do direito à educação realizado em junho, pelo eixo Educação, da Redes da Maré. O documento foi entregue aos representantes da educação pública e distribuído para os participantes do seminário pelo e-mail cadastrado na inscrição. 

Participaram do evento de lançamento da carta, alunos do Pré-vestibular da Redes da Maré, representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da 4ª Coordenadoria Regional de Educação e da Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC).

O evento foi mais uma oportunidade de troca entre os moradores da Maré e debates sobre os próximos passos com o documento em mãos. Para o aluno do pré-vestibular, Bruno dos Santos, de 20 anos, a carta é uma ferramenta importante para melhorias da educação na Maré. “É uma formalidade, acho muito interessante ter mais investimentos, divulgar mais a carta e ter mais eventos sobre o tema”, pontua o jovem, morador do Parque União, que estuda para cursar medicina.

A superintendente de projetos estratégicos da SEEDUC, Cristina Silveira, diz que a carta é uma provocação para a educação. “Eu vou levar essa carta, ler com a minha equipe e fazer uma reunião com os diretores das quatro escolas [estaduais] daqui para saber o que querem ter desenvolvido e buscar parceiros para desenvolver esses projetos.” afirma. 

Para Andreia Martins, diretora da Redes da Maré, a carta é um instrumento histórico que foi construído coletivamente “acho que isso trás coletividade, são quarenta e duas recomendações e obviamente a gente não vai conseguir todas de uma vez só, mas fica um compromisso para os próximos anos, para conseguirmos cada vez mais conquistas e melhorar a educação da Maré.” pontua.

Os principais pontos levantados na carta dizem respeito às especificidades do território quanto à segurança pública, mobilidade urbana e condições sociais baseadas no Censo Demográfico da Maré (2019), resultando em propostas de planejamento e construção coletiva para priorizar o acesso e permanência da população mareense nas escolas públicas.