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Ronda Coronavírus: Final de semana de inauguração, aglomeração e multa

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Aumento dos números não foi impedimento para que loja inaugurasse na Zona Oeste

O Estado do Rio registrou nas últimas 24 horas 100 mortes e 412 novos casos do novo coronavírus. Há duas semanas atrás, no dia 10 de agosto, a cidade tinha 253 novos casos e 36 mortes em 24h. Hoje, dia 24 de agosto, o estado registrou um total de quase 15,4 mil casos e mais de 211,3 mil casos da doença.

E mesmo que o aumento da média móvel de casos e mortes esteja sendo bastante notificada nos veículos de mídia, no final de semana a prefeitura multou uma loja de artigos domésticos na Taquara por promover aglomeração dentro e fora da loja durante a sua inauguração – que aconteceu durante a pandemia. “É muito importante que os empresários, os comerciantes de uma maneira em geral, tenham o cuidado neste momento de evitar aglomerações. Pedimos para que não façam grandes liquidações, inaugurações, porque tudo isso chama a atenção de muita gente, e estamos no meio de uma pandemia. Então é fundamental que cada um faça a sua parte neste momento de retomada das atividades”, destacou Flávio Graça, superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária.

Covid-19 na Maré

Na cidade do Rio, foram registrados 397 novas pessoas com o novo coronavírus e 69 vítimas fatais, totalizando até o momento 87.164 casos confirmados e 9.316 mortes pela Covid-19. A Maré registrou nesta segunda-feira (24) 557 casos confirmados e 92 mortes, de acordo com o Painel Rio Covid-19, da prefeitura. Já o boletim De Olho no Corona! identificou na última semana 1.085 casos e 34 mortes suspeitas, mas sem confirmação.

Na última quarta-feira (19) aconteceu o lançamento do projeto Conexão Saúde – De Olho na Covid, que oferece uma série de ações de atendimento integral em saúde para os moradores da Maré, como a testagem gratuita para a Covid-19 (no Galpão Ritma) e o teleatendimento, onde acontecem consultas com médicos e psicólogos. Este projeto é feito em parceria com Fiocruz, Conselho Comunitário de Manguinhos, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio. Confira mais informações sobre o projeto no texto de Hélio Euclides, disponível no Maré Online.

Reforço no atendimento do Maré de Direitos

A Redes da Maré, lançou uma plataforma on-line para realizar os atendimentos sociojurídicos do Maré de Direitos e poder atender os moradores das 16 favelas de forma ágil, simultânea e remota, ainda mais com a demanda aumentada por causa da pandemia e pelas dificuldades de acesso a direitos junto a órgãos públicos. O público continua entrando em contato através da mensagem de texto, via WhatsApp, pelo número (21) 99924-6462 e será atendido pelo mesmo caminho. Também irá acontecer o acolhimento presencial às terças e quintas-feiras, entre 14h e 17h, no prédio da Redes, na Vila dos Pinheiros.

Maré em tempos de coronavírus

Assim como o boletim De Olho no Corona!, o episódio mais recente do podcast da Redes da Maré mostrou como a pandemia expõe os problemas do saneamento básico nas favelas e apresenta análises sobre o acesso à água e outras questões de saneamento que atingem favelas e periferias. Quer ouvir todos os episódios? Acesse: http://spoti.fi/2Yk5z1m. Também é possível enviar perguntas e sugestões através do e-mail [email protected]

O direito à praia

O Maré de Notícias está produzindo uma matéria sobre o direito à praia, diante das recentes alternativas apresentadas pela prefeitura do Rio como medidas de isolamento social. A equipe está recolhendo relatos para compor a reportagem. Conte a sua história! Acesse e veja como colaborar!

A Maré de Casa

A votação das fotos do projeto A Maré de Casa estão abertas e vão até quinta-feira, dia 27 de agosto! Os oito mais votados receberão um prêmio de R$ 200,00 cada. A Maré de Casa é uma publicação virtual que, em tempos de quarentena, compartilha, por meio de fotografias e textos, o que os moradores da Maré veem das suas janelas. Vote aqui!

Nenê do Zap

Por mais que os adultos sejam apressados e queiram que os seus nenês deem os seus primeiros passinhos, cada nenê tem o seu tempo de aprendizado e desenvolvimento. Quando eles começarem a se mover, é importante que os adultos preparem um espacinho para eles e fiquem atentos aos pequenos. Confira na dica de hoje.

Ronda Coronavírus: Média móvel de mortes do estado volta a subir

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Cidade do Rio também apresenta aumento nos números e em 24h registrou 1.000 novos casos confirmados de Covid-19

Na semana que o estado do Rio ultrapassou a marca de 207 mil infectados e 15 mil mortes pelo novo coronavírus, os números que estavam em queda e estabilidade por 20 dias voltaram a subir, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. A última alta de casos foi em 31 de julho, quando o estado passou de 13,4 mil mortes por Covid-19. Mesmo com o aumento, a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento das Ações Governamentais Integradas da Covid-19 no Rio de Janeiro identificou que sete das nove regiões do Estado encontram-se classificadas como bandeira amarela, de risco baixo para doenças. As colorações das bandeiras e dos riscos variam de roxa (muito alto), vermelha (alto), (laranja (moderado), amarela (baixa) e verde (muito baixa).

Covid-19 nas favelas

Nesta sexta-feira (21), a cidade do Rio de Janeiro registrou 85.488 casos confirmados e 9.175 mortes pelo novo coronavírus, de acordo com o Painel Rio Covid-19, da Prefeitura. Em 24h, foram 1.000 novos casos e 48 novas mortes confirmadas na cidade. Na Maré, o painel contabilizou 551 casos e 92 mortes confirmadas. Já pela levantamento feita pelo boletim De Olho no Corona!, além dos números oficiais, a Maré tem mais 1.085 casos suspeitos e 32 mortes sem confirmação, totalizando em 1.616 casos e 124 mortes. Nas favelas do Rio, 9.675 pessoas foram contaminadas pelo vírus e 1.415 morreram em decorrência a ele.

Coronavírus e saneamento básico

As problemáticas de saneamento básico, frequentes em favelas e periferias, expõem a dificuldade em se adotar medidas de prevenção à Covid-19. Uma das formas de se evitar o vírus é higienizando bem as mãos. Entretanto, o acesso a água encanada é uma questão para esses territórios. Em abril, a equipe do boletim De Olho no Corona! recebeu 11 reclamações referentes a abastecimento de água. O Censo Maré (2013) indicou que 151 casas da Maré possuem acesso à água canalizada, além de 417 residências só possuírem água encanada na área externa. Dessa forma, a falta de saneamento básico colabora em certo grau para que os riscos de contaminação por Covid-19 aumentem. Leia mais no texto de Dani Moura disponível no site do Maré Online.

Volta às aulas no Estado

Mesmo com a média de casos e mortes do estado estando em alta – em comparação a duas semanas atrás – o governo do estado anunciou em publicação extra do Diário Oficial o retorno das aulas da redes privada e pública de ensino. O retorno, entretanto, acontecerá apenas nas regiões onde o contágio por Covid-19 for baixo. As aulas na rede privada retomarão no dia 14 de setembro e na rede pública, incluindo instituições de ensino superior – no dia 05 de outubro.

Além das aulas, o Decreto anuncia também a reabertura de espaços culturais na Baía da Ilha Grande, Baixada Litorânea, Metropolitana I, Metropolitana II, Noroeste, Norte e Serrana, regiões onde o risco de contágio é moderado. Confira o texto do Decreto aqui.

Vitória das favelas

Na última terça-feira (19) os ministros do STF votaram a favor das medidas da ADPF de Favelas. A partir de então, ficam proibidas operações policiais durante a pandemia, ações policiais utilizando helicópteros como plataforma de tiro e a realização de operações perto de hospitais e escolas. Também ficou determinado que o Ministério Público investigue as violações de direitos cometidas por policiais.

Medidas de prevenção durante Enem

O Ministério da Educação, através do Inep, lançou nesta semana um edital com protocolos a serem seguidos durante a prova presencial do Enem, marcada para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Entre elas, o uso obrigatório de máscara em todos os ambientes, assim como a necessidade de apresentar documento e máscara facial para entrada. Acesse aqui para mais informações.

Dicas culturais

Começou nesta quinta-feira (20) a 6ª edição da Mostra Jazz Campinas, que tem uma programação diversa só lindo de vixi dias, terminando no dia 24 de agosto. Além das apresentações de artistas de jazz do país, o evento também conta com lives de DJs, workshops e mostra de vídeos. Confia a pregação completa no Facebook da Mostra.

O Sesc está com uma série de shows programados para este final de semana, sempre acontecendo às 19h, no canal do Youtube do Sesc. Nesta sexta-feira (21), o rapper Rappin’ Hood fará uma retrospectiva de seus sucessos começando no anos 1990 até o momento atual. No sábado a apresentação será por conta de Fernanda Abreu, cantando na live intitulada Cativeiro, onde a artista irá cantar e contar as histórias por trás de alguns de seus clássicos.

A pandemia expõe a precariedade do saneamento básico

Apenas 46% do volume gerado de esgoto no país é tratado e a situação se agrava nas favelas e periferias brasileiras

Dani Moura

O saneamento básico é um direito garantido na Constituição e pela Lei 11.445/07, mas são poucas as cidades brasileiras que o possui. Em números, apenas 46% do esgoto gerado no Brasil é tratado. O país do samba e do futebol despeja por dia na natureza 5.717 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento. Por ano são mais de 2 milhões de piscinas, segundo dados do Instituto Trata Brasil.

Definido como conjunto de serviços como abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais, o mais comum é que o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao tratamento dos esgotos. As tais obras que os políticos brasileiros têm dificuldade de fazer porque ninguém vê e por isso não dá votos – a maioria das obras de saneamento básico são construídas embaixo da terra – traz consequências sérias ao bolso do Estado.

São inúmeras doenças causadas por falta de um sistema de esgoto que trate os dejetos, como diarreia, que desaguam no Sistema Único de Saúde. Só nos primeiros meses de 2020, o Brasil registrou 40 mil internações por falta de saneamento, custando ao Estado brasileiro cerca R$ 16 milhões, segundo um estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).  Em período de pandemia, onde leitos são considerados ouro, as internações ocuparam, em média, 4,2% dos leitos do SUS no período, por cerca de três dias. Dos 16 milhões que os cofres públicos tiveram que desembolsar, quase a metade (46%) foi despendida apenas no Norte, região que, historicamente, apresenta graves falhas e os piores índices de saneamento básico do país.

Os mais pobres são os que mais sofrem

Mas não é só na região Norte do país que o problema acontece. Nas grandes cidades a situação também é grave. Segundo o levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil (2016), cerca de 90% do esgoto das áreas ditas irregulares localizadas nas 100 maiores cidades do país não são tratados e nem coletados. As cidades do Rio, São João de Meriti, Belford Roxo e Nova Iguaçu estão entre os municípios brasileiros com o pior cenário.

Infelizmente as áreas mais pobres são as que mais sofrem. Nas 100 maiores cidades do Brasil, as áreas ditas “irregulares” – favelas e periferias – não possuem sequer garantia de regularização. O que vemos é que água não é tratada, o lixo não é recolhido, há ligações clandestinas que contaminam a água e o esgoto permanece a céu aberto em frente às casas, permitindo o contato direto de crianças, adultos e animais, o que causa severas implicações para a saúde.

A 16ª edição do Boletim De Olho no Corona!, um levantamento quinzenal feito pela ONG Redes da Maré mostra que o problema do saneamento básico nas regiões de favelas e periferias dificulta a adoção de medidas de prevenção emergencial à Covid-19, aumentando os riscos de contaminação. O boletim também apresenta os números do data_labe, laboratório de dados e narrativas da favela da Maré que tem feito um trabalho de monitoramento sobre o saneamento básico na região.

Saneamento básico e Covid-19

A Covid-19 já mata mais na periferia do que nas áreas centrais no município do Rio de Janeiro, como aponta o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). Nas favelas e espaços populares da cidade, que abrigam mais de 1,5 milhão de habitantes, o abastecimento de água e o saneamento básico são outra dimensão da desigualdade estrutural que a pandemia expõe de maneira ainda mais evidente. A sonegação do direito à infraestrutura básica em determinados territórios prejudica o cumprimento das medidas de higiene pessoal e dos ambientes e impõe dificuldades para o isolamento social nas camadas mais pobres da população.

Dois pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP) correlacionam o saneamento básico precário e o alto número de casos e óbitos por Covid-19 no Brasil. A hipótese do estudo baseia-se em artigos internacionais que detectaram a presença do coronavírus nas fezes dos seres humanos, mesmo no caso dos assintomáticos e curados.  Isso pode explicar o alto número de casos de Covid-19 em algumas regiões do país onde a população convive com esgoto ou água sem o tratamento adequado.

O estudo da USP cita que, em 2018, o Brasil registrou 233.880 internações e 2.180 óbitos por doenças causadas em função do contato com esgoto. “Essa falta de saneamento básico tanto amplifica o número de pessoas infectadas quanto a gravidade dos casos. Acho que tem esses dois elementos juntos. […] O horizontal é esse espraiamento espacial, esse aumento do número de casos, e o vertical é a gravidade da doença em pessoas que estão numa condição ambiental inadequada e vulnerável”, dizem os autores do estudo.

Outro fator que evidencia o alto número de Covid-19 nas favelas e periferias é o acesso à água para o simples fato de lavar as mãos com água e sabão para prevenir a doença. Como fazer isso em espaços onde a população não tem acesso adequado à água para cumprir medidas simples de prevenção ao novo coronavírus? A pandemia só comprova quanto o Estado também viola o direito fundamental para a população mais pobre de acesso à água, entre tantas violações de direitos humanos nesses espaços.

Saneamento básico na Maré

O Censo Maré (2013) mostrou que 151 casas da Maré não dispunham de abastecimento canalizado de água. Entretanto, apesar de 98,3% das residências terem acesso à água, 417 só possuíam canalização na parte externa da casa. O panorama mais crítico foi verificado no Parque Rubens Vaz e no Parque União, onde foram identificados, respectivamente, 4,0% e 2,2% dos domicílios sem água ou com acesso somente na parte externa. Vale assinalar que o acesso não significa, por si só, que a água recebida seja de boa qualidade, pois também há limites entre as famílias mais pobres em relação à garantia das condições sanitárias adequadas ao consumo.

Em abril de 2019, no Encontro sobre Saneamento Básico da Maré, foi produzida uma Carta para o Saneamento Básico na Maré, com as principais demandas do conjunto de 16 favelas, e nela está a questão do abastecimento de água. Segundo a Carta, “moradores passam dias sem água em casa, instituições como escolas e Clínicas da Família sofrem com a falta de abastecimento que, muitas vezes, é minimizada por iniciativas autônomas de alguns moradores, como a instalação de bombas hidráulicas. A Maré tem um sistema público de encanamento da década de 60 que não supre a demanda atual. Além disso, o sistema de abastecimento vigente não supre o crescimento urbano. É necessária a implantação de um novo sistema que contemple as atuais demandas e que leve em conta a expansão do bairro”.

O data_labe, laboratório de dados e narrativas da Maré desenvolveu um projeto de monitoramento sobre saneamento básico chamado CocôZap, onde recebe fotos e vídeos dos moradores através de Whatsapp. Nas duas fases do projeto, eles receberam 42 queixas sobre os serviços de saneamento nas 16 favelas da Maré. Os moradores da Nova Holanda foram os que mais utilizaram este canal de reclamações, seguido da favela Baixa do Sapateiro. Dentre as principais reclamações estavam questões relativas ao lixo, seguidas do escoamento pluvial e dos vazamentos de água e do esgoto a céu aberto.

Historicamente, favelas e periferias vêm sofrendo com a precariedade dos serviços sobretudo porque o Estado pouco investiu para garantir o saneamento básico como direito fundamental. Apesar do Brasil ser signatário dos Objetivos para Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, onde se comprometeu em 2015 a universalizar o saneamento básico do país para todos os brasileiros até 2030, e pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) onde este compromisso precisa ser feito 2033, estamos muito longe de atingir esses objetivos. E o pior que esse problema atinge a todos. 

O direito à praia: relatos de moradores de favelas, subúrbio e periferia

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Idas à praia sempre rendem histórias, sejam boas ou ruins. Queremos saber a sua!

Gostar de praia e morar pertinho do mar é uma realidade distante para grande parte da população do Rio. Para quem mora longe, é um passeio que começa muitas horas antes, pois é preciso preparar o que levar para comer e beber, organizar bolsa, encarar transporte, disputar lugar na areia… Por mais divertido que seja, também temos alguma história não muito legal para contar. Que tal compartilhar com a gente?

  • Qual é o seu nome?
  • Qual praia você frequenta?
  • Como faz para chegar lá? 
  • Quais as dificuldades para chegar na praia? 
  • Você já passou por alguma situação desconfortável na praia, como olhares atravessados, não ser atendido por algum barraqueiro…? Conte o seu episódio.
  • Para você, a praia é um lugar democrático e acessível a todos?
  • O que você acha da proposta da Prefeitura sobre o aplicativo para reservar uma faixa de areia da praia? (Saiba mais aqui)
  • Diga o seu nome e que você autoriza o uso de sua imagem ao Maré de Notícias.

Mande pra gente pelo Whatsapp (21)9721-9410 ou pelo e-mail [email protected] 

Dicas para gravar vídeos com o celular:

A sua história é muito importante para gente. Por isso, elaboramos este pequeno guia com dicas para que você consiga captar sua história da melhor maneira possível.

  1. Limpe a lente da câmera do seu celular: sujeira e gordura tendem a ficar acumuladas na lente da câmera dos aparelhos celulares e isso pode prejudicar a nitidez da imagem. Limpe com cuidado para não arranhar!
  1. Preste atenção ao áudio: os ruídos de fundo podem prejudicar o entendimento da sua fala no vídeo, então o ideal é que você grave em um ambiente silencioso. Cuidado para não colocar a mão no microfone enquanto estiver gravando. Nesse momento, o seu fone de ouvido pode ser um grande aliado. Sabe aquele fone de ouvido que vem junto com o celular? Então, ele tem um microfone que pode contribuir bastante para a sua captação de áudio É só conectar o fone de ouvido no celular em que você está gravando. Só toma cuidado para não colocar o microfone muito perto da boca, isso faz com que o som fique abafado. 
  1. Filme na horizontal: isso é importante para que o seu vídeo seja visto no tamanho certo em televisões e telas de computadores, por exemplo. Então, mantenha seu celular na horizontal enquanto grava. 
  1. Mantenha o vídeo estável: tripés podem ajudar muito nisso, mas se você não tiver um em casa, não tem problema! Filme utilizando as duas mãos para segurar o celular, aí você tem menos chances de tremer. Improvisar uma gambiarra para apoiar o celular também é válido, mas toma cuidado para ele não cair!
  1. Use a luz a seu favor: quando for filmar, prefira ambientes bem iluminados e confira se você está na direção da luz. Se você estiver na direção contrária, seu vídeo pode acabar ficando muito escuro e a gente não vai conseguir te ver. 
  1. Enquadramento: preste atenção se seu rosto está aparecendo inteiro na tela, sem cortar sua testa ou seu queixo, por exemplo. Tenha em mente também que você é a parte mais importante da imagem, então evite que apareça mais o teto que você, por exemplo.
  1. Evite marcas d’água: atualmente, temos usado muito aplicativos para gravação que deixam uma marca d’água no canto da sua imagem. Evite gravar com eles, priorize uma imagem sem interferências.  
  1. Sobre o conteúdo do vídeo, seja o mais natural possível para contar sua história sobre as idas à praia e dar sua opinião sobre o aplicativo da Prefeitura para a reserva de lugares na praia e se precisar de ajuda não se esqueça de nos dar essas informações.

Um socorro para a Maré

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Projeto piloto desenvolve ações para driblar a expansão da COVID-19 no território

Hélio Euclides

Mesmo com a reabertura da cidade e especulações da volta às aulas, o novo coronavírus segue fazendo vítimas. As favelas e bairros periféricos sofrem com o contágio e mortes. Na Maré, o Painel Rio COVID-19, da Prefeitura do Rio, trazia 541 casos e 90 mortes na noite de 18 de agosto. Com os dados apurados pela equipe do Boletim De Olho no Corona!, na 15ª edição o conjunto de favelas possuía 1.076 moradores com suspeita e 34 mortes causadas pela COVID-19. Assim, a Maré tem, entre confirmados e suspeitos, 1.584 casos e 124 mortes por coronavírus. É um dado preocupante, pois os números no território continuam subindo, apesar de a imprensa divulgar uma queda no Estado como um todo. 

Para reverter esta situação, foi desenvolvido o Conexão Saúde – De olho na Covid, projeto piloto que será implementado na Maré e em Manguinhos para combater o novo coronavírus nesses territórios. O projeto irá atuar por meio de ações, como telemedicina, testagem, pesquisa e um centro de isolamento para atenção integral. A ação é uma parceria de instituições Centro Comunitário Manguinhos, Cruz Vermelha, Dados do Bem, Estáter, Fiocruz, Redes da Maré, SAS Brasil, Todos Pela Saúde e União Rio. 

O lançamento foi nesta quarta-feira (19) através de uma live no canal do Youtube da Fiocruz, com a presença do oncologista Dráuzio Varella, da pneumologista e pesquisadora Margareth Dalcomo, além de Eliana Sousa representando a Redes da Maré e Patrícia Evangelista, do Conselho Comunitário de Manguinhos. Também fizeram parte da conversa Nísia Trindade Lima (Presidente da Fiocruz), Valcler Rangel (Fiocruz), Adriana Mallet (SAS Brasil), Fernando Bozza (Dados do Bem) e Eduardo Pádua (União Rio).

A pesquisadora Margareth Dalcomo destacou o papel das lideranças comunitárias enquanto facilitadoras na execução de projetos como o Conexão Saúde. “As lideranças comunitárias são fundamentais para que nós consigamos ter acesso a essas comunidades. Elas são legítimas representantes não só dessas pessoas, mas como dos problemas que são prevalentes nessas comunidades”, observou a pesquisadora. Margareth destacou que em espaços de alta violência urbana muitos projetos externos têm dificuldade de se sustentar sem o apoio das lideranças, que são o elo entre os projetos e os territórios.

Ações para combate

A primeira ação já foi iniciada, com atendimento on-line feito por médicos e psicólogos. “Por conta da pandemia, foi iniciado a telemedicina no Alemão, para as pessoas que, com receio, ficaram sem acesso a outras especialidades. No Alemão, 97% dos atendimentos foram resolvidos pelo telefone e outros 3% encaminhados para unidades. Agora é a vez de Manguinhos e Maré. O morador manda um WhatsApp com uma mensagem, é feita uma triagem e depois o médico liga para a pessoa”, diz Luna Arouca, coordenadora do Espaço Normal e do Boletim De Olho no Corona!

Para realizar o serviço, a SAS Brasil tem uma equipe de 70 médicos e mais de três especialidades. Sabine Zink, diretora da SAS Brasil, explica que o atendimento será completo, não apenas para os casos de COVID-19. “Para o paciente, é um médico no WhatsApp. Estamos conversando com as clínicas das famílias e com a UPA, para somar esforços nesta crise de saúde que estamos vivendo. A ideia é que a gente fique quatro meses [atuando no território]”, comenta. O projeto já está em funcionamento com bastante procura. 

Com o avanço tecnológico, o médico Dráuzio Varella vê que a utilização da telemedicina é um mecanismo importante, mas destaca também a necessidade do contato presencial com os profissionais. “Eu vejo a telemedicina como uma grande ajuda, desde que ela seja incorporada para exercer um papel que ela deve ter. Agora, ela não pode substituir o sistema de saúde e os outros profissionais necessários para outros atendimentos médicos”, destacou. 

Telemedicina está em atendimento na Maré desde julho

A segunda ação são as testagens. Ela nasce da articulação do aplicativo Dados do Bem na coleta, com a parceria da Fiocruz no cruzamento de dados. “A ideia é começar com 80 testes por dia com os sintomáticos, entre o 2º e 9º dia da doença. Com o resultado positivo, é indicado o isolamento e o teste pode ser estendido para até 5 pessoas que o paciente teve contato”, detalha Luna. O local usado para base dos diagnósticos será o Galpão Ritma, na Rua Teixeira Ribeiro, nº 521, na Nova Maré.

Para realizar a testagem, a pessoa precisa, inicialmente, apresentar os sintomas da Covid-19. A partir disso, é necessário baixar o aplicativo do Dados do Bem no Google Play (sistema Android) ou na App Store (sistema iPhone), responder as perguntas e caso esteja dentro dos critérios, a pessoa é agendada para fazer o teste. É importante ficar alerta no aplicativo pois o agendamento será feito apenas pelo programa.

Passo a passo da utilização do aplicativo da Dados do Bem

Já a terceira ação vai ser um Centro de Isolamento na Maré, ao lado da Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, na Nova Holanda. No local serão 18 leitos, onde o paciente terá atendimento, alimentação e acomodação para dormir. O projeto ainda contará com uma ajuda na estruturação da clínica. Será um projeto-piloto, que pode seguir para outras favelas da cidade.

Uma pesquisa na favela

A Secretaria Municipal de Saúde começou uma pesquisa em parceria com o IBOPE na Maré, a partir de 1.000 testes, divididos em duas etapas. Na primeira, realizada em junho, 19% dos moradores da Maré testados tiveram resultado positivo para o vírus. Pensando na população total da Maré, estima-se mais de 24 mil casos positivos na região. A segunda etapa da pesquisa foi realizada no mês de julho e nela 11,4% dos moradores da Maré, que participaram do inquérito sorológico, testaram positivo para º novo coronavírus. A previsão é que a terceira fase seja iniciada no início de agosto.

Funk: som de preto, de favelado e criminalizado

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Desde a sua criação, o ritmo é associado ao crime, junto a outras manifestações culturais negras

Maré de Notícias #15 – agosto de 2020

Andressa Cabral Botelho

No mês de julho, a comunidade funkeira viu duas situações comuns aconteceram: o MC Poze do Rodo foi acusado de associação ao tráfico e o DJ Rennan da Penha, acusado anteriormente de associação ao tráfico, foi impedido pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha de realizar uma live na favela. Infelizmente, a criminalização do funk é um assunto antigo e recorrente, desde antes dos nomes da nova geração do funk nascerem. Poze e Rennan entram para a lista de nomes associados ao crime, como os MCs Junior, Leonardo e Smith, por exemplo, mostrando que o ritmo, assim como outras manifestações artísticas populares ligadas ao povo preto, desde sempre sofre com a discriminação social e racial. Ao longo dos anos, diversas foram as leis para criminalizar aqueles que eram envolvidos com música.

Na virada dos séculos XIX e XX aconteceu com o samba e a capoeira. Aqueles que fossem vistos com um pandeiro nas mãos poderiam ser considerados vadios e enquadrados no artigo nº 374 do Decreto nº 847, do Código Penal de 1890, e ficar presos por até três meses. Era considerado vadio aquele que perambulava pelas ruas sem comprovar emprego fixo, e um dos critérios para avaliar a vadiagem era a aparência de criminoso, comumente associada à raça negra. “Nesse cenário, tudo o que advém do corpo preto deve ser combatido pelo Estado, e o Direito Penal é (talvez) o principal mecanismo capaz de permitir ao Estado a contenção dos corpos pretos ao longo da história, ocasionando a criminalização da capoeira, da vadiagem, do samba, do funk, e das produções musicais pretas”, observou a advogada Cássia Dias.

Em 2017, chegou ao Senado a Sugestão nº 17, que tinha com proposta tornar o funk um crime contra a saúde pública de crianças, adolescentes e a família. O empresário paulista Marcelo Alonso, autor da sugestão, alegou que o funk era uma “falsa cultura” e que atendia aos interesses de criminosos. Apesar de receber apoio de mais de 20 mil pessoas, a sugestão de lei não foi aprovada pelo Senado, por cercear a liberdade de manifestação cultural.

Mesmo com mais de 100 anos de diferença entre o Decreto nº 847 e a Sugestão nº 17/2017, é possível notar que o alvo continua sendo o mesmo: manifestações ligadas a negros, pobres e moradores de regiões populares da cidade. “Desde que as pessoas pretas se tornaram objetos, todas as suas particularidades foram usurpadas, com especial atenção para o aspecto cultural, que além de união traz consigo lutas políticas”, destacou Cássia.

DJ Renan Valle é um dos residentes do Baile da PU – Foto: Douglas Lopes

Quem pode fazer funk?

Em julho, o deputado estadual Rodrigo Amorim lançou um projeto de lei que visa transformar o funk em patrimônio cultural do Estado, mas em uma rede social, ele falou que desconsiderava o funk de comunidade como parte desse patrimônio. “Se ele excluiu a favela, então não tem como nós, moradores e funkeiros, sermos beneficiados [com a lei]. Os bailes financiam muitos moradores, geram empregos, porque quem é morador da comunidade vai gastar aqui. Quem é de fora vai vir para gastar aqui. Então, o capital fica circulando dentro da comunidade”, avaliou Renan Valle, DJ residente do Baile da PU, no Parque União.

Renan e Cássia concordam que a criminalização do ritmo acontece também porque o baile na favela não gera renda para o estado ou município. Há eventos de funk em casas de show, com ingressos e bebidas caras, que não são proibidos ou criminalizados como os bailes. “O grande aspecto criminalizador do ritmo se relaciona à raça e à classe dos agentes culturais envolvidos”, observou a advogada.

Enquanto muitos enxergam o ritmo como um problema, Renan vê como um retrato de sua vida: “O funk sofre junto comigo diariamente, sendo criticado e sofrendo preconceito. O que seria de mim se não fosse o funk?”, conclui.