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Estado do Rio define ‘feriadão’ para combater a covid-19

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Em reunião com prefeitos do Rio e Niterói, não se chegou a um consenso sobre medidas mais restritivas

Por Edu Carvalho, em 22/03/2021 às 08h

Da próxima sexta-feira, 26/3, até o Domingo de Páscoa, 4/4, um ”superferiado” estará valendo no Estado do Rio. É o que decidiu o governador em exercício Claúdio Castro durante reunião com os prefeitos Eduardo Paes e Axel Grael, gestores das cidades do Rio de Janeiro e Niterói, respectivamente.

A reunião, que aconteceu ontem, domingo, 21, terminou sem alinhamento unificado entre os representantes. Para as medidas que valerão nos dois municípios, uma nova reunião está prevista entre Paes e Grael, com divulgação na tarde desta segunda-feira, 22.

No Estado, as medidas adotadas, mas ainda não publicadas, estão:

Escolas públicas e particulares fechadas

Manutenção da oferta de transportes públicos das 5h à meia-noite, de segunda a sábado, e das 7h às 23h aos domingos, para evitar aglomerações;

Fiscalização do uso de máscara e álcool em gel nas estações;

Proibição de fretamento de ônibus intermunicipais e interestaduais, exceto de transporte de trabalhadores

Bares e restaurantes

Funcionamento com metade da capacidade;

Entrada de clientes até 21h;

Fechamento até 23h;

Proibido vender bebida alcoólica para clientes em pé;

Permitido servir em mesas de até quatro pessoas;

Drive-thru, delivery e take-away mantidos;

proibição de consumo de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência e bancas de revistas.

Comércio

Shoppings e centros comerciais devem funcionar com 40% da capacidade, das 12h às 20h;
Lojas em geral podem abrir entre 8h e 17h;
O setor de serviços pode atender das 12h às 20h;
Feiras livres poderão funcionar a critério de cada município.

Indústria

Segue as regras dos feriados.

Lazer

Praias permanecerão fechadas;
Clubes e parques também serão fechados;
Continua proibida a permanência em espaços públicos entre 23h e 5h;
Festas e eventos de qualquer natureza seguem probidos.

Hotéis

Abertos, com proibição das áreas de lazer (exceto academia). Bares e restaurantes dos hotéis seguem a regra geral do setor;

Ronda Maré de Notícias: Municípios do Grande Rio apresentam risco muito alto para covid-19

Rede pública e privada de saúde estão próximas à lotação máxima dos leitos de UTI

Por Andressa Cabral Botelho, em 19/03/2021 às 20h

Os municípios de Itaguaí, Mesquita, Nilópolis, Queimados e Seropédica entraram em bandeira roxa, que significa risco muito alto para a covid-19, de acordo com o Painel de Indicadores covid-19 do Estado do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, 13 das 92 cidades do estado estão em estado crítico para lotação de UTIs na rede pública de saúde, chegando ao seu número máximo. A rede particular também está com cerca de 80% de ocupação.

Além das 13 cidades, outras seis estavam com a lotação quase máxima no dia 17 de março, a partir de 90% da ocupação, incluindo a capital, cuja capacidade está em 95% de ocupação. De segunda (15) para terça-feira (16), houve um aumento de 35% na fila de espera por um leito intensivo no estado, saindo de 171 para 231 pessoas aguardando.  

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até quinta-feira (18) – última atualização do painel até o fechamento deste texto -, 615.930 casos confirmados e 34.695 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.950 novos casos e 109 mortes. Já a cidade do Rio tem um total de 217.222 casos confirmados e 19.660 mortes, sendo 314 casos e 77 mortes nas últimas 24h, de acordo com o painel da Prefeitura. A Maré acumula 1.693 casos confirmados e 173 mortes. Já de acordo com o Painel Unificador, que registra os casos confirmados e suspeitos, a Maré tem 3.155 casos de covid-19 no território.

Medidas de restrição na cidade do Rio

Diante o aumento dos casos, a Prefeitura do Rio de Janeiro publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (19) um decreto determinando o fechamento das praias neste fim de semana para conter o avanço da covid-19 na cidade. O Prefeito Eduardo Paes prometeu anunciar medidas mais duras de restrição na próxima segunda-feira. Além disso, o decreto da última semana continua valendo para este fim de semana:

– Entre 23h e 5h, será proibido permanecer em ruas, espaços públicos, praias e praças; a multa por descumprimento é de R$ 562,42 – a circulação será permitida;
– Eventos, festas, rodas de samba, boates, casas de espetáculo, feiras especiais, feiras de ambulantes e feirartes (artesanato) também estão proibidos. Feiras livres estão liberadas;
– Bares e restaurantes funcionando até às 21h, com delivery liberado após esse horário
– A lotação máxima de 40% em todos os lugares.

Continua em vigor o escalonamento das atividades econômicas:
Serviços: das 8h às 17h;
Repartições públicas: das 9h às 19h;
Comércio (incluindo shoppings): das 10h30 às 21h.

Maré em tempos de coronavírus

Em sua edição mais recente, o podcast Maré em tempos de coronavírus aborda a atual situação do país, com a possibilidade do lockdown e as novas variantes da doença. O episódio já está disponível, assim como é possível também ouvir os outros episódios no perfil da Redes da Maré no Spotify.

Bolsa de estudos de música para moradores da Maré

O programa de extensão Música & Negócio está oferecendo duas bolsas integrais para moradores da Maré para a 19ª edição do curso de extensão, que vai acontecer entre abril e maio. O objetivo do projeto é profissionalizar esses moradores no mercado da música. O formulário recebe inscrições até o dia 23 de março.  Para mais informações, veja o instagram do curso. 

Projeto Mulheres Trans de Negócio

O projeto Mulheres Trans de Negócio, da Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher da Prefeitura do Rio de Janeiro, está selecionando mulheres trans e travestis empreendedoras ou estão começando seu empreendimento para participar de oficinas que fortaleçam o seu negócio, como educação financeira, identidade visual, uso das redes sociais, entre outros. Serão selecionadas 30 mulheres trans empreendedoras, além de 10 pessoas trans e travestis líderes e/ou representantes de organizações da sociedade civil LGBTQIA+.

As aprovadas no processo seletivo irão se envolver em várias atividades, como um encontro presencial para exposição/venda e circulação dos produtos e serviços produzidos pelas próprias participantes e nove oficinas virtuais sobre temas relevantes do empreendedorismo. As inscrições vão até o dia 19 de março através do formulário.

Santos Film Festival

No mês em que se comemora o dia internacional da mulher, o Santos Film Festival exibe até o dia 23 de março 75 obras audiovisuais, entre curtas, longas, nacionais e estrangeiros, dirigidos por mulheres. Este ano, a homenageada será Adélia Sampaio, a primeira cineasta negra do Brasil. Além dos filmes, o festival conta também com workshops e debates online. Confira a programação completa no site do festival. 

Mostra Histórias do Brasil Profundo

Entre os dias 22 e 30 de março acontece a 1ª Mostra Histórias do Brasil Profundo, festival com 28 filmes brasileiros que falam sobre as regiões Norte e Centro-Oeste. A mostra busca ir contra os estereótipos reproduzidos nas produções sobre esses territórios e representar esses locais e pessoas de forma mais complexa. A programação já está disponível no site e os filmes ficam disponíveis para serem assistidos por 48h. 

Perdeu alguma matéria? O Maré de Notícias acha para você:

Domingo (14)
Exclusivo: ‘’Estamos tentando evitar o fechamento completo’’, diz Daniel Soranz, secretário municipal de saúde do Rio, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Marielle e a nossa democracia, por Edson Diniz. Leia mais. 

Segunda-feira (15)
Artigo: o coronavírus é só mais um ‘rodo cotidiano’, por Wesley Brasil, do Site da Baixada. Leia mais. 

Terça-feira (16)
Marcelo Queiroga é o novo ministro da saúde, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Organizações lançam campanha ‘Tem gente com fome’. Leia mais. 
Segunda fase de retorno das aulas presenciais no município é adiada, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Cartão da merenda esbarra em sistema fora do ar, por Edu Carvalho e Hélio Euclides. Leia mais. 
Tarde de chuva e alagamento na Maré. Leia mais. 

Quarta-feira (17)
Estado do Rio tem nove municípios com UTIS saturadas, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Segundo DataFolha, 54% reprovam desempenho de Bolsonaro durante pandemia, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Fiocruz lança mais um boletim extraordinário sobre o país: ‘’maior colapso sanitário e hospitalar da história’’, por Edu Carvalho. Leia mais.  
Prefeitura do Rio divulga novo calendário de imunização, por Edu Carvalho. Leia mais. 

Quinta-feira (18)
Rio prorroga medidas contra covid-19 até próxima semana, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Moradores da Maré mobilizam campanhas para levar chocolates para crianças, por Hélio Euclides. Leia mais. 
Paes anuncia encontro com comitê científico na próxima semana para definir novas medidas contra covid-19, por Edu Carvalho. Leia mais. 

Sexta-feira (19)
Captação de água do Guandu é interrompida, por Dani Moura. Leia mais. 
Sem ciclovias, ciclistas procuram outros locais para andar de bike na Maré, por Dani Moura e Hélio Euclides. Leia mais. 
Prefeitura anuncia bloqueio de praias em divulgação de novo boletim epidemiológico, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Novo calendário de vacinação começa a valer a partir de segunda-feira; pessoas com mais de 70 anos poderão ser imunizadas, por Edu Carvalho. Leia mais. 
Colapso à vista, por Hélio Euclides. Leia mais.

Colapso do agora: covid-19 avança na cidade do Rio e sistema de saúde pode parar

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Por Hélio Euclides em 19/03/2021 às 18h22 , editado por Daniele Moura.

O país passa pelo maior colapso sanitário e hospitalar da história, segundo o Observatório Covid-19 da Fiocruz. No monitoramento que acontece mensalmente, o Brasil esteve num momento mais tranquilo de transmissão da doença em outubro, e atualmente vive uma fase crítica, com cor vermelha – que corresponde a risco de alto contágio – em quase todo mapa, inclusive no Rio.

Segundo Carlos Machado, coordenador do Observatório Covid-19 o cenário terrível que estamos vivendo era previsível. “O importante agora é perceber que de janeiro para cá tivemos uma aceleração no número de casos. Algo que falei para o Maré de Notícias em dezembro de 2020. Estávamos prevendo isso, se não ocorresse medidas cabíveis por parte do poder público e o distanciamento dos indivíduos nas festas de final de ano”.

O especialista ressalta, ainda,  que o panorama atual é pior do que se viveu em 2020, por estarmos à beira de um colapso. “Pensemos em uma praia com ressaca, a onda da frente está alta, mas sempre a que vem atrás é ainda maior. Isso que está acontecendo nesse período. No ano passado tínhamos 1.200 óbitos diários no Brasil, agora esse número é duas vezes e meia maior. Não se pode deixar chegar a 100% de ocupação no número de leitos e UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). É necessário que se tomem medidas mais rigorosas, como o lockdown.”

O lockdown será a única maneira de aliviar o sistema de saúde, mas em conjunto de uma assistência social, avalia o médico.

“É importante a mobilização do poder público para apoiar as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. Com a demora na liberação do auxílio emergencial, uma grande quantidade de pessoas está sem renda e o pior, sem comida.”

Carlos Machado , médico coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz

Outro fator fundamental é a realização de campanhas sobre o distanciamento e o uso de máscara em pelo menos 80% da população. “Essa mensagem precisa chegar em Bonsucesso, rodoviárias, Maré e em todos os cantos”, resume. A previsão é que os meses de março e abril sejam mais difíceis. “A solução é o respeito às medidas de prevenção que não podem acontecer apenas no município, é uma ação também estadual. Sem esquecer que algumas cidades fazem fronteiras com Minas Gerais, que também precisa estar alinhado, formando uma teia”, avalia.

Somado às medidas contra o contágio, o especialista indica que a vacina precisa ser acelerada, que um passo importante será a entrega de 22 milhões de doses da Coronavac pelo Instituto Butantan e o aumento da produção de 60 a 70%  da AstraZeneca, em abril na Fiocruz.

Segundo o Painel da Prefeitura do Rio, a taxa de ocupação de leitos é de 70%, com taxa de ocupação operacional chegando a 89%. Já a taxa de ocupação de leitos de UTI da rede do Sistema Único de Saúde na capital, que inclui unidades municipais, estaduais e federais, é de 97%. Novos casos em 24 horas foram de 1.645, sendo 208 graves. Já os óbitos foram 51 em apenas um dia. O painel informa que o município tem 1.198 pessoas internadas, com 64 doentes na fila de espera, segundo dados de ontem, dia 18 de março. A Prefeitura do Rio estuda medidas para o avanço do vírus, como a antecipação dos feriados do mês de abril e toque de recolher no turno da noite e não descarta o lockdown.

Pela quinta vez em uma semana, o Rio bateu o triste recorde de pedidos de UTI para Covid-19 em todo o estado. Os médicos solicitaram nesta quarta-feira (17), um total de 205 pedidos de vagas de terapia intensiva na rede pública de saúde do Rio para pacientes com sintomas do coronavírus. Os dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que, pela primeira vez, o Rio ultrapassou a marca de 200 solicitações. 

Números crescem nas favelas

Os dados também são preocupantes em relação às favelas. Segundo o Painel Unificador das Favelas, são 3.503 óbitos registrados (18.03), superando 162 países, como os vizinhos Uruguai com 740 e Venezuela com 1.459. A situação não muda com o número de casos de infectados, que já somam 32.597, sendo maior do que Austrália com 29.166 e Angola com 21.489.

Um funcionário da Unidade de Pronto Atendimento da Maré disse que o número de atendimento está no limite e o que chama atenção, neste momento, são pessoas mais jovens  em estado mais grave. Na segunda (15.03), a Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão atendeu, em um único turno, o maior número de pacientes com sintomas respiratórios desde o início da pandemia. Foram 90 pessoas que procuram a unidade no turno da manhã. 

Raul Santigo, ativista e morador do Complexo do Alemão, ficou aflito com alto número de pacientes que procuram atendimento com suspeita da doença, e afirma que o poder público precisa dar garantias mínimas às pessoas das favelas e periferias. “Garantir alimentação segura, informação verdadeira e evitar qualquer situação que exponha ainda mais essa população a riscos, como as operações policiais. É o momento da ação humanitária. De salvar vidas e tentar frear o avanço devastador desse vírus”, diz.

A preocupação com a doença, somado ao cenário de desigualdade é um dos grandes desafios das favelas, gerando um ‘combo de gravidade’. “A fome, as incertezas sobre o futuro, o desemprego, e a falta de garantias mínimas, de educação das nossas crianças. A favela gostaria de poder se isolar e se cuidar de forma digna, mas essa não é a realidade do país. O poder público deveria garantir alimento, dignidade, informação real para que as populações mais pobres pudessem se cuidar plenamente. Mas infelizmente isso não está acontecendo”, comenta, acrescentando que a tragédia é anunciada, com superlotação de cemitérios, de leitos e da  falta de profissionais  para tentar salvar ou enterrar a população.

A desigualdade é um dos grandes problemas da história do Brasil, mas a pandemia a escancarou.

“A pandemia, junto a desatenção do poder público, aumenta a cada dia o abismo da desigualdade no país. Nosso horizonte é assustador: desemprego, miséria, uma geração atrasada educacionalmente. Precisamos agir para frear a velocidade crescente da desigualdade. O poder público dificultou ações de combate ao vírus. Até o auxílio emergencial de 2020 previsto para ser R$ 200,  só cresceu pela luta de movimentos sociais brasileiros. O governo federal não quis  conter o vírus e vacinar a população. Agora estamos correndo contra o tempo. O triste disso é que tudo isso é aos custos de quase 300 mil vidas brasileiras”.

Raul Santiago, coordenador do coletivo Papo Reto

Novo calendário de vacinação começa a valer a partir de segunda-feira; pessoas com mais de 70 anos poderão ser imunizadas

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Por Edu Carvalho, em 19/03/2021 às 11h10


A Prefeitura do Rio divulgou na noite de ontem, quinta-feira, 18, novo calendário de vacinação. A expectativa agora é vacinar mulheres e homens de até 70 anos, sempre de acordo com a chegada de doses enviadas pelo Ministério da Saúde.
Homens e mulheres continuarão sendo vacinados em dias diferentes, para evitar aglomeração nos postos.

Mulheres com 74 anos serão vacinadas na segunda-feira (22) e, homens, na terça-feira (23). Na quarta-feira (24), serão imunizadas pessoas com 74 anos ou mais. Já mulheres com 73 anos serão vacinadas na quinta-feira (25) e, homens, na sexta-feira (26). No sábado (27) serão atendidas pessoas com 73 anos ou mais. Na semana seguinte está prevista a imunização de quem tem  72, 71 e 70 anos.

Veja o calendário completo com as novas datas:

Reprodução: Prefeitura do Rio


Prefeitura anuncia bloqueio de praias em divulgação de novo boletim epidemiológico

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Decisão visa combater aumento de contágio da covid-19 na cidade do Rio

Por Edu Carvalho, em 19/03/2021 às 10h50

Na coletiva do 11º boletim epidemiológico realizada na manhã desta sexta-feira, 19, o prefeito Eduardo Paes anunciou o fechamento de praias a partir de amanhã, sábado, 20. A notícia havia sido antecipada pelo jornalista Guilherme Amado, da Revista Época.

Segundo a Prefeitura, ‘’diante da iminência de colapso sanitário em diversas regiões do país, e de indícios de agravamento da situação da pandemia no Rio de Janeiro, esse é o momento de intensificar o isolamento social para interromper a disseminação do vírus’’. O atendimento na urgência e na emergência de pessoas com sintomas de covid cresceu 25% no começo de fevereiro em relação a meados de janeiro. 

Nos leitos hospitalares das redes municipal, estadual e federal, a ocupação é de 95%. Na próxima segunda, 22, a Prefeitura deve se reunir com o Comitê Científico para traçar mais medidas de restrição para combater a disseminação do vírus.

Confira o que muda a partir das 0h de hoje: 
Proibido ficar na areia da praia;

Praticar esportes na praia;

Tomar banho de mar;

Comércio e serviços na praia, incluindo ambulantes;

Entrada de ônibus e vans fretados na cidade, exceto de hotéis;

Estacionar na orla.

Quiosques podem abrir normalmente.

Reprodução: Prefeitura

Restrições que permanecem:

Entre 23h e 5h, será proibido permanecer em ruas, espaços públicos, praias e praças; a multa por descumprimento é de R$ 562,42 – a circulação será permitida;

Eventos, festas e rodas de samba também estão proibidos;

Não podem funcionar boates, casas de espetáculo, feiras especiais, feiras de ambulantes e feirartes (artesanato) — feiras livres, de alimentos, estão liberadas;

A lotação máxima de 40% também deve ser observada em todos os lugares.

No entanto, bares, restaurantes, quiosques e afins ainda poderão funcionar até as 21h, com delivery depois desse horário.

Reprodução: Prefeitura

Continua em vigor o escalonamento das atividades econômicas:
Serviços: das 8h às 17h;

Repartições públicas: das 9h às 19h;

Comércio (incluindo shoppings): das 10h30 às 21h.

Reprodução: Prefeitura

Sem ciclovias, ciclistas procuram outros locais para andar de bike na Maré

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Por Dani Moura e Hélio Euclides, em 19/03/2021 às 10h

Editado por Edu Carvalho

No último dia cinco desse mês, por volta das 17h, chovia na Rua Principal, esquina com Rua Teixeira Ribeiro, na Nova Holanda. Com dificuldades para se trafegar, um ciclista acabou por bater com um motoqueiro local. Por sorte, os dois não tiveram ferimentos graves. Pode parecer bobo, mas essa é uma situação recorrente entre os moradores do território que usam bicicleta para se locomover, dividindo os espaços mais curtos nas vias do conjunto de favelas. Mas não era o que esperavam, quando viram até pouco tempo a realização de uma pintura sinalizando a demarcação de uma eventual ciclovia. 

No final de 2015, as ruas principais começaram a receber obras para ciclofaixa. Ao todo, foram gastos 5 milhões para uma 18km de uma via especial para ciclistas. O projeto ligaria a Maré, a Cidade Universitária da UFRJ e Bonsucesso. Do periódo de construção do projeto, ficaram algumas placas, bicicletários nas passarelas e um pequeno pedaço de ciclovia, embaixo da Linha Amarela.

O Maré de Notícias abordou o tema na edição 83, em dezembro de 2017, quando avaliou a obra realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Pedro Francisco, presidente da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, lembra muito bem sobre o fiasco da ação. “O resultado foi o pior possível, nunca funcionou”. Ele acrescenta que o local necessita de um plano mais amplo de mobilidade urbana. “Nossas comunidades não têm nem espaço na calçada para o pedestre, imagina para as bicicletas. Falta ordenamento, um projeto de organização por parte do governo. Não temos mobilidade nenhuma”.

Alguns poucos moradores utilizam a ciclovia interna da Vila Olímpica da Maré e a outra, no entorno dos campos de futebol do Conjunto Pinheiros. Muitas pessoas se aventuram a seguir pela ciclovia da Cidade Universitária, algo não seguro. Celso Roberto, professor de educação física, não consegue esquecer o atropelamento em agosto de 2020, quando um carro subiu a calçada e causou a morte de Rodrigo Leite, morador da Baixa do Sapateiro. “Precisamos sair da favela, pois não se tem qualidade nas ciclovias na Maré. Prometeram o Parque da Maré, retiraram os barracos da Maclaren e nada da obra. Espaço para caminhada, corrida e bike, isso nunca existiu”, reclama. Ele acrescenta que até o momento não se tomou nenhuma providência de proteção para quem caminha até a Cidade Universitária.

O uso da bicicleta como turismo

Com a pandemia, aumentou o número de bicicletas nas ruas. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, existem mais bicicletas do que carros no Brasil, com cerca de 50 milhões de bikes, contra 41 milhões de automóveis. Nas estradas ainda há uma falta de respeito ao Código de Trânsito Brasileiro. O resultado é que a quantidade de atropelamentos de ciclistas cresceu 45%, passando de 1.064 óbitos em 2012 para 1.545 em 2018, conforme a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Um exemplo da falta de atenção ao ciclista ocorreu em 2012, quando Marcia Shoo, jornalista que ajudou na fundação do Maré de Notícias morreu ao ser atropelada por um caminhão, quando fazia uma trilha em Alagoas. 

Apesar da fragilidade, em agosto do ano passado, as vendas de bikes aumentaram 118% no Brasil em comparação ao mesmo período de 2019, segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas. Em tempos de pandemia, a população vem usando a “magrela” para fugir da aglomeração no transporte público. Outros evitam ficar horas dentro de um ônibus fechado e preferem viajar de bicicleta, um segmento chamado de cicloturismo, uma maneira muito saudável, econômica e ecológica de se fazer turismo.

Franklin Alexandre, mais conhecido como Alexandre Show, ex-morador da Nova Holanda e Parque União, é adepto do cicloturismo há dois anos. “Começou logo após eu iniciar minhas práticas de corrida de rua. Logo fui tomando gosto por pedalar e conhecer lugares turísticos, até mesmo espaços onde poucos vão e assim descobrindo vários seguimentos e rotas”, comenta. Alexandre confessa que em cima da bicicleta já conheceu todos os pontos da cidade, já partiu para outros municípios e para fora do Estado do Rio.

“O cicloturismo sempre é uma forma de viajar e expandir os caminhos de uma forma saudável e que por meio do pedal posso levar outros a descobrirem o quão bom é poder sair do local onde reside”, conclui. 

Franklin Alexandre (Alexandre Show) com adeptos do cicloturismo.
Foto: arquivo pessoal.

Para fortalecer esse segmento, há projetos que estimulam o turismo de bicicleta. Um destes projetos é realizado pelo Instituto Aromeiazero, que busca ideias para a melhoria nas condições de vida da população, fortalecimento das economias locais e promoção da mobilidade segura e reativação dos espaços públicos em territórios periféricos. As seis ideias pré-selecionadas receberão mentorias em cicloturismo e impacto socioambiental, protocolos de segurança sanitária contra a covid-19, plano de negócio e gestão financeira. Além disso, quatro propostas receberão uma bolsa de R$ 600, por dois meses para estruturar e potencializar suas atividades. As inscrições vão até o dia 28 de março e podem ser feitas clicando aqui.

Para quem desejar dar os primeiros passos em cima da bicicleta, nunca é tarde para aprender. Para quem ainda tem um certo medo, existe um grupo de pessoas que ajudam não só a aprender, mas também a praticar suas pedaladas, com  recomendações de rotas, acompanhamento no trânsito e várias dicas. O Bike Anjo reúne um grupo de amantes da bicicleta, que formam novos ciclistas. “Me dá muita satisfação ver alguém pedalando pela primeira vez. Me lembro quando comecei a pedalar e a sensação de liberdade. Além disso, é sempre bom ressaltar que uma bike na rua é um carro a menos”, diz Mirella Domenich, voluntária do Bike Anjo. Para quem desejar dicas de como pedalar ou saber onde o grupo vai realizar suas oficinas, veja aqui.

Mirella Domenich e demais voluntários do Bike Anjo – antes da pandemia. Foto: arquivo pessoal